CD17

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" O mundo é como uma laranja, meu filho. A casca protege o interior, esperamos que esteja doce e saborosa, mas não notamos a podridão por fora, que resultou o mau gosto por dentro. "

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Saímos da lojinha de conveniência, esta que já havia sido varrida pelos desconhecidos, que infelizmente, tive o infortúnio prazer de encontrar, na minha busca por alimentos do dia

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Saímos da lojinha de conveniência, esta que já havia sido varrida pelos desconhecidos, que infelizmente, tive o infortúnio prazer de encontrar, na minha busca por alimentos do dia.

Resumidamente, eu não teria outra escolha a não ser seguir o grupinho de desconhecidos que encontrei, composto até então por um líder quente sedutor, mas fora de moda, um assistente, talvez, de poucas palavras, e uma mulher desconfiada e de uma aura muito, digo muito mesmo, intimidadora. Seu olhar da calafrios em meu corpo. É uma ótima armadura para se vestir em um mundo como esse.

A estrada ainda se encontrava deserta, como quando cheguei, mas os toques em especial que diferenciavam a vista me chocaram de uma forma um tanto quanto negativa. Ao lado norte da pista arenosa e seca, uma manada gigante e massiva, daquelas que não se cabe mais nenhum ser no meio a mais, era um tanto perceptível e proeminente, ocupando um espaço enorme dela. Ao lado sul, alguns walkers, em média sete, talvez oito, não pude contar com exatidão pela pressa, caminhavam também em nossa direção. Os olhos arregalados e sem vida, como o de todos os andarilhos nojentos, bocas rasgadas, pedaços de pele e de órgãos faltando e coisas do tipo.

Com o tempo você percebe que pode se acostumar à visão, mas com o cheiro, isso não, é quase impossível se acostumar com o enxofre, o aroma apodrecido que vem dos andarilhos malditos.

- Entra no carro, - Michael aproximou seus lábios até meu ouvido esquerdo, sussurrando o comando, após, se direcionou até a enorme van de cor preta, com estampas brancas de caveiras, uma logo enorme ao lado com a frase bem estampada e de cor prata, The Crows. Deduzi novamente ser o nome de seu grupo, bando, ou não sei qual nome eles preferem ser chamados.

- Garoto? - a voz masculina que até então não fora muito ouvida me despertou, - Vai ficar parado igual um bocó aí até quando? - seu tom era um tanto rude e indelicado, acompanhava sua voz nada doce, muito pelo contrário, também possuía um timbre rouco e forte. - Precisamos partir, não vou ficar esperando.

Já havia feito a burrice de escolher ir com desconhecidos, e mal educados, não que eu esperasse ser recebido com lambe cu alheio, mas pelo menos um pingo de sutilidade seria bom, então, não poderia deixar a minha razão estapear a minha cara como sempre acontecia, quando era adolescente e tomava as decisões erradas seguindo meu coração e não meu pobre e desgastado cérebro.

Me direcionando até a porta da van, que por sinal estava escancarada, esperando apenas pela minha chegada, coloquei o pé no apoio e impulsionei meu corpo para adentra- la, sendo fechada logo após meu ato pela garota de blusa branca e aura pesada.

Quando entrei pude perceber que não estávamos sozinhos. Um cara estava sentado no banco da frente, o do motorista, mas não consegui visualizar seu rosto, pela enorme proteção de vidro escuro que separava a parte da frente com a traseira, apenas seu reflexo que era visto, já que o vidro não era fosco.

The Death Virus ×MukeOnde histórias criam vida. Descubra agora