The Prodigal Son

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Luke 15:32 


It was meet that we should make merry, and be glad: for this thy brother was dead, and is alive again; and was lost, and is found. (The Parable of the Prodigal Son)

Nos primeiros dias em que passou sozinho, Zoro ainda esperava inocentemente que Sanji voltasse. Claro, ele gostaria mais do que queria admitir de que o loiro tivesse voltado o mais rápido possível, mas uma semana não era tanto tempo assim, ele poderia esperar. Enquanto isso poderia utilizar esse tempo para pensar em como resolver seus assuntos pendentes. O padre ficou envergonhado com a mensagem de voz que havia recebido e planejava se retirar do cargo para que pudessem arrumar alguém novo e os fiéis não ficassem sem um guia na igreja.

Entretanto, as semanas passaram e Zoro não viu nem sinal de Sanji. Sua ansiedade pouco a pouco se transformou em desapontamento. E o desapontamento rapidamente foi substituído por raiva.

Com um mês do ocorrido, Zoro perdeu completamente qualquer fiapo de esperança que ainda existia e apenas resolveu voltar à igreja. Afinal era a única vida que ele conhecia. Pensar que quase abandonou tudo por um desejo idiota fazia seu sangue borbulhar de ódio. Achara, como um tolo, que se entregar a prazeres que não levavam a nada faria bem a ele, até conseguiu se convencer de que aquilo estava o ajudando, agora apenas se arrependia amargamente de tudo isso.

Sua concentração estava pior do que nunca, se perdia constantemente no roteiro das missas, quase não conseguia meditar e estava rendendo muito menos do que deveria em seus treinos diários.

Para piorar, voltou a ter sonhos. Desta vez, bem mais horríveis do que aqueles dos quais não se lembrava. Podia ver vividamente o causador da sua raiva neles, brincando consigo e o provocando, o que fazia o padre acordar suando e completamente excitado.

Cada vez que aquilo acontecia apenas deixava o padre mais puto ainda. Porque parecia exatamente o que o demônio queria, desde a primeira vez. Queria corrompê-lo, queria profaná-lo e queria vê-lo escravo dos seus desejos.

E o que Zoro fez? Pateticamente deixou que o fizesse, quis que ele gostasse daquilo também como um imbecil, se entregou para aquela criatura como se não tivesse nenhum orgulho. Talvez tenha sido por isso que foi embora. Já havia alcançado seu objetivo, já havia brincado o suficiente com Zoro. Esse pensamento o enojava. Eram os únicos momentos em que conseguia treinar decentemente ultimamente. Momentos em que estava com tanta raiva que poderia levantar quantos quilos fossem precisos, apenas com a força desse ódio.

Mais de dois meses se passaram e Sanji nunca mais retornou até a casa de Zoro, não existia motivos para ir até lá, então ele apenas se afastou e não tinha nenhum plano de retornar. A energia sexual do padre nem era mais tão boa quanto na primeira vez, estava bem semelhante a de qualquer humano que se relacionara durante esse período em que estavam afastados e o íncubo estava mais do que satisfeito...

Ou era isso que queria se convencer. Por ser um demônio, estava crente de que não nutria nenhum sentimento romântico ou afeto por Zoro e mesmo assim seu corpo sempre o arrastava para muito perto do local em que o humano morava e passava horas observando aquele lugar, como um maldito stalker. Felizmente, estava sendo forte durante todo esse tempo, contendo seus instintos e mantendo-se afastado como deveria ser. Ele viu quando Zoro reabriu a igreja, assim como estava vendo os fiéis deixando aquele recinto sagrado após o culto da semana. O demônio sentia uma dor inexplicável que não conseguia entender sempre que via, de longe, Zoro abrindo a capela.

Durante o tempo em que ele ainda não havia retomado a batina, Sanji jurou que estava só exagerando e que talvez o padre se importava minimamente com ele, mas não demorou para ele retomar a rotina e vê-lo com aquela vestimenta era torturante. O padre havia escolhido seu caminho e Sanji não estava incluído nessa escolha.

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