"Grávides"

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Boa leitura😘
Qualquer erro me avissem:

Não contei nada para Ludmilla sobre minhas suspeitas, não queria que ela surtasse antes da hora. Esperarei o resultado dos exames. Procurei um laboratório de um amigo e lhe pedi urgência, ele me atendeu prontamente e no mesmo dia recebi o resultado no meu e-mail.

Sim, eu estava grávida!

Milhões de sentimentos conflitantes invadiram meu ser e quase explodi. Não vou mentir, não estava feliz de verdade, tinha medo da reação da Ludmilla e de tudo que nos aguardava. Na mesma tarde do dia que recebi a notícia, decidi contar pra Ludmilla.

Passei numa loja e comprei uma boneca e uma minibola, que couberam perfeitamente dentro de uma caixa. Tomei coragem e fui até o escritório.

- Senhorita Brunna, vou avisar a Sr. Oliveira que está aqui. - Me disse uma das secretárias.

- Não precisa. Quero fazer uma surpresa.

Adentrei sua sala e ela estava ao telefone:

- Mais tarde falamos. Tenho que desligar agora. - Desligou o telefone e já veio andando para o meu lado, me abraçando.

- Que surpresa boa doutora. E essa caixa? É para mim?

- Sua curiosa.... É para você sim. Vem aqui. - A convidei a sentar.

Entreguei a caixa em suas mãos e não lhe dei aviso algum. Não sabia o que dizer. Ela abriu e logo que avistou o que havia dentro, me olhou incrédula.

- Brunna isso é o que eu estou pensando? - Sua voz estava mais séria do que eu imaginava.

- Sim Ludmilla. Aconteceu e .... Se.... você...

- Espera Brunna. - Disse com a voz embargada.

Se levantou com a caixa nas mãos e foi rumo à janela. Seus pensamentos se perderam no Horizonte por alguns instantes, assim como minhas palavras.

- Ludmilla eu entendo se você não... - ela me interrompeu novamente.

- Espera Brunna. - Voltou a se calar.

Aquele silêncio me matava. Decidi ir embora dali, queria chorar, eu estava a ponto de explodir. Não aguentava mais aquela reação dela. Abri a porta de sua sala decidida a ir embora. Ela então se virou para mim:

- Brunna vem cá. Não vai. - Andou até mim me trazendo de volta para o sofá. - Senta Brunna Escuta, eu te disse que filho era o que eu menos queria no momento.

- Tudo bem Ludmilla, você não é obrigada a nada. Só aconteceu.

- Eu ainda acho que filho neste momento da minha vida ou em qualquer outro é um erro. Você acha que eu seria uma boa mãe? Me diga a verdade. - Seus olhos buscavam resposta.

- Sim.

- Você acredita tanto em mim, mas eu não. Sei que não seria uma boa mãe.

- Sério Ludmilla? Está me dizendo que não quer… - me interrompeu novamente.

- Isso quer dizer Brunna que eu não acredito que eu vou ser uma boa mãe. Eu quero tudo com você. TUDO! Já disse mil vezes... eu acreditar que não serei uma boa mãe, não quer dizer que eu abandonarei vocês. Eu te amo e preciso de você para me ajudar com mais isso.

Aquilo foi o máximo que ela conseguiu. Estava bem desconcertada com a notícia assim como eu. Eu não esperava que ela fosse pular de alegria, e ouvir que ela ficaria comigo mesmo tendo tantos medos, devolveu paz ao meu coração. Lhe abracei forte e fui correspondida.

- Obrigada Ludmilla por não me abandonar.

- Jamais faria isso amor, Eu te amo!

- Também te amo meu amor. - Ela me abraçou ainda mais forte.

- Sabia que você nunca havia me dito que ama, Bru?

É verdade, nunca havia dito isso a ela. Mas agora senti a vontade de dizer, para ela saber que iríamos passar isso juntas. Ela tinha que saber que, da mesma forma que ela não havia me deixado, eu jamais a deixaria só.

Queria que ela soubesse que eu também estava com medo, seria tudo novo para nós! Mas de uma coisa eu tenho certeza: ela seria uma maravilhosa mãe!

Nos afastamos depois do longo abraço e ela me beijou ternamente. Olhou para minha barriga e levou uma de suas mãos para lá. Suas lágrimas começaram a rolar tranquilamente, sem desespero algum. Aquilo era emoção, ah se era!

- Bru não sabe o medo que estou neste momento...

- Eu também meu amor, mas vai dar tudo certo. Eu prometo!

Nos abraçamos novamente por um longo tempo. Até ela começar a dar uma de mãezona:

- Vamos Bru. Você precisa jantar mais cedo, para fazer outra refeição antes de dormir.

Fomos para casa, mas sobre a janta eu não queria nada. Meu estômago estava revirando... decidi tomar um banho para ver se melhorava, mas nada.

Me sentei no sofá observando Ludmilla jantando. Ela às vezes me dava uma piscadela e um sorriso matador. Aquela mulher era tão feminina, e ao mesmo tempo tão homem! Ela terminou sua comida e se sentou ao meu lado.

Foi quando bateram na porta. Ludmilla havia dado folga para o seu guarda costas, por achar que já não corríamos perigo.

- Renato o que faz aqui? - Já disse aos gritos, tentando fechar a porta.

- Vim me despedir minha filha. Não sabe como eu tenho saudades de você.

- Seu cínico, pedófilo. Saia daqui agora.

Renato não obedeceu e adentrou a casa tranquilamente... parou ao lado da mesa onde Ludmilla havia deixado a caixa que eu trouxe as novidades do nosso bebê, passando a mão sobre a caixa.

Ludmilla se apressou e tentou pegar a caixa antes que ele abrisse. Foi em vão. Renato abriu a caixa e viu os brinquedos lá dentro:

- Vou ser vovô, é isso?

- Você não vai ser nada seu idiota. Saia da minha casa agora.

- Vai me deixar cuidar do meu netinho vai? - Ele estava provocando a Ludmilla para valer.

- Saia ou eu chamo a polícia, Renato. Saia! - Lhe disse apontando a porta. O crápula andou rumo à saída, mas antes nos ameaçou me olhando.

- Eu avisei, doutora, para se afastar dela. Acharam que eu estava brincando? Não estou... e ainda mais agora.

Se foi nos deixando ali com medo do que ele poderia nos fazer. Ludmilla não disse absolutamente nada, parecia estar em transe, apenas foi até mim, estendeu a mão (que agarrei prontamente), e me guiou até seu quarto, trancando a porta:

- Hoje dormimos aqui no meu quarto Brunna. - Aquilo definitivamente não era uma pergunta. Apenas concordei.

- Tudo bem.

- Você fica na cama e eu fico por aqui. - Falou apontando uma poltrona do outro lado do quarto.

- Ou podemos nós duas, dormimos na sua cama. - Frisei.

- Bru já falamos sobre isso.

- No momento tenho mais medo de Renato do que de você. - Lhe disse usando suas próprias palavras quando me levou a viver com ela, graças às ameaças daquele cretino.

Ela se sentou ao meu lado na cama, passeando as mãos pelos meus cabelos.

- Não sabe o quanto significa para mim toda sua confiança Brunna. Vamos tentar está bem? Vou tomar meus remédios e chamar a segurança para vigiar a casa.

"Aprendendo a te amar "-BRUMILLAOnde histórias criam vida. Descubra agora