LAURA

Adaptação

Estou perdido.

Enquanto corro tentando fugir da aranha mutante que me perseguia, avisto uma casa, fico aliviado e rapidamente adentro o local, para minha sorte estava aberto. Apago as luzes, fecho portas e janelas para me proteger. A casa estava vazia, o que me deixou muito aflito, o que havia acontecido com os donos dela? onde estavam agora? como surgiu esse monstro?

Minha respiração era incontrolável devido ao pavor da situação, o suor brotava frio em minha testa quando espio pela fresta da janela, o pânico de ser descoberto me deixava atordoado. Tento pensar positivo e me escondo de baixo da mesa, abraçando minhas pernas em posição fetal fixo meu olhar em um quadro.

Distraído, busco para observa-lo de perto, a imagem era de um casal abraçando-se felizes, dedilhei por onde ficava a silhueta da garota com sorriso apaixonado, olhar aquela foto me trouxe sensações inexplicáveis, algo despertou em mim, era um déjavu, aquela cena era familiar.

•••

— Eu desisto amor, não tem jeito! — digo convicto do meu fracasso.

— Harry, você está indo bem. — ela responde dando sermão. — Você acha que Beyonce nasceu sabendo cantar e dançar?

— Eu não tenho dúvidas, aquela mulher tem algum super poder que, certamente, não precisou aprender muitas coisas.

— Ninguém nasce sabendo, meu amor. — segurou o riso. — É praticando que você consegue a perfeição.

Ouvir seus incentivos e sua vontade de querer me ensinar os passos de dança, me dava empolgação só em vê-la prestativa. Eu queria tentar, queria fazer o melhor, por causa dela.

— Por que você é sempre tão positiva? — reviro os olhos e em falso testemunho.

— Porque eu acredito em você, Hazz, e sei que vai conseguir melhorar. Estou aqui, não vou te soltar. — sua paciência e bondade eram contagiantes, e me fizeram querer tentar.

Dessa vez, me esforço e meus movimentos são lentos e precisos, Laura estava contente por eu finalmente conseguir gravar o tempo da música, a dança agora fluía naturalmente, ao lado dela qualquer desafio se tornava fácil de superar. Toda vez que estávamos juntos criávamos nossa bolha, e não havia nada no mundo além de nós dois, vivendo nosso momento.

— Vocês formam um casal tão lindo, meu bolinho. — minha mãe surge com a câmera e tira nossa foto no exato estante que estou distraído em seu sorriso.

— Mãe, por favor não me chama assim, não na frente dela! — respondo envergonhado pelo apelido sendo revelado para minha namorada.

— Você sempre vai ser meu bolinho. — aperta minhas bochechas me deixando mais tímido. — Eu nem acredito que vocês vão para formatura, estou tão orgulhosa!

— Bolinho é? — Laura cochicha, provocando-me com um sorriso travesso nos lábios.

— Para senhorita é amor, meu bem. — roubo um beijo apaixonado.

Nosso beijo encaixa perfeitamente, tocar seus lábios era um estado de êxtase, como ficar preso do lado de fora do céu e Laura fosse meu pedaço de paraíso, eu era devoto do seu amor e a protegeria até os restos do meus dias.

•••

— Essa é a minha casa. — confesso perplexo ao tomar consciência.