Capítulo 11

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MIKE

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MIKE

— Senhor Taylor, aqui quem fala é Teresa Levis, diretora da escola onde o seu filho estuda. Benjamin caiu durante o intervalo, mas ele está bem. Gostaria de saber se o senhor prefere buscá-lo agora.

As palavras se repetem em minha mente incansavelmente e olho pelo retrovisor vendo o semblante calmo e sorridente do meu garoto, tão diferente do inferno que se instaurou dentro de mim desde que recebi aquela ligação da diretora horas atrás.

Minha primeira reação foi ligar para Liz. O desespero não me ajudava a pensar claramente, queria que ela buscasse Ben e o ajudasse, pois eu estava me sentindo mais perdido do que nunca. Minha esposa, porém, disse que já estava sabendo do acidente do nosso filho, que não era nada grave e que eu deveria buscá-lo.

Quase não acreditei no tom controlado de Elizabeth ou nas palavras que precisaram ser repetidas para que eu realmente as compreendesse, mas eu sabia como eram difíceis os balanços mensais da loja e que eles a enlouqueciam no último dia do mês. Tinha certeza também de que Lizzie não hesitaria em largar tudo para ficar com o nosso filho caso o acidente tivesse sido grave.

Crianças caem todos os dias, estejam elas em casa ou na escola, mas não posso mentir e dizer que o pior momento da minha vida foi ouvir o nome do meu menino associado a qualquer tipo de ferimento. Antes disso, meu maior momento de desespero tinha sido receber uma ligação da minha sogra dizendo que Liz tinha entrado em trabalho de parto, sabendo que eu não estava ao lado dela para acalmá-la, mas a angústia nem se comparava com a imagem de Benjamin machucado e chorando.

Nem mesmo meus ferimentos quase mortais sofridos durante a guerra me assustaram tanto quanto meu filho machucado por causa de uma queda.

Paro o carro na garagem e saio para abrir a porta de trás. Ben permanece sorrindo, seu rosto lambuzado de sorvete e o joelho esquerdo coberto por um pedaço de gaze manchada de vermelho. Há também um pequeno corte na testa; não sangra, mas me parece mais assustador do que as feridas que infligi a meus inimigos.

— Eu adorei o sorvete, papai.

— Eu sei, meu filho. Por que não te dou um banho antes de a sua mãe chegar? Você não quer que ela se assuste com você todo sujo e com o curativo manchado, não é mesmo?

Seus olhos se abrem de uma maneira quase cômica, mas não consigo sorrir. Não quando o medo de perdê-lo parece prestes a me sufocar. Sei que é exagero, mas não consigo pensar com sensatez.

— Não, papai! A gente tem que proteger a mamãe.

O orgulho que sinto de Benjamin, de como ele permanece cuidando da mãe mesmo depois de eu ter voltado e da sua obediência não parecem caber dentro de mim. Fui presenteado com o melhor filho deste mundo, e não aceito mais tratá-lo com menos carinho do que ele merece. Eu nunca mais o machucarei com a minha ausência.

[DEGUSTAÇÃO] P.s.: continuo pensando em vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora