Cygnus

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POV Draco Malfoy

Granger estava paralisada e mais pálida que um papel, cogitei a hipótese de que ela estivesse com medo de mim ou algo assim. Lógico que eu nunca machucaria ela, eu gostava da emoção que nossas discussões e trocas de farpas traziam. Passos ecoaram no corredor, mas sem os miados típicos da madame Nor-r-ra, o que era muito estranho, não devia ser o Filch.

-Hermione? - falou uma voz baixa que vinha do corredor - Você está bem?

Granger engoliu seco e dirigiu seu olhar até o meu, a voz era do Potter, por que ela estaria com receio dele?!

-O Filch não está aqui, podem sair - Disse Potter, que vinham lentamente em direção ao armário.

Podem? Como ele sabia onde ela estava e que estava com alguém?

-Mapa do Maroto Malfoy - Parecia que ela tinha acabado de ler a minha mente - Vamos?

-Depois de você.

Ela deu um sorriso falso e abriu a porta silenciosamente. Quando saí, pude ver Potter a uns metros de distância com um tecido pesado em seu braço enquanto dobrava o mapa em sua mão, Granger ainda fechava a porta. O cicatriz nos olhava com curiosidade, voltou a andar, só que com mais pressa, devia estar desesperado achando que eu tinha machucado a amiguinha dele, idiota.
A mão pequena de Granger me tirou de meus devaneios ao puxar o colarinho da minha camisa, trocando nossas posições. O olhar dela, antes baixo tinha ido para minha boca. Seus lábios estavam entre abertos e convidativos. O que ela estava fazendo?

Pov Hermione

Quando passei pela porta do armário de vassouras, vi Harry tirando sua capa e andando em nossa direção.
Minha respiração parou.
Em uma de suas mãos pousava um pergaminho, um que eu reconhecia.
O meu pergaminho.
O que embora tivesse sido destinado a ele, não havia sido entregue.
Não era para ser entregue, não mais.
Pensei em Gina.
Droga, ela vai achar que estava esperando sua partida para dar em cima do Harry.
Burra Hermione, como você é burra!
Minhas mãos tremiam compulsivamente enquanto fechava a porta.
Mas então, uma ideia passou pela minha cabeça. Virei para Malfoy, puxei o colarinho de sua camisa e o empurrei contra a porta recém fechada. Ele estava completamente perdido, mas eu estava focada. Precisava de alguns poucos segundos, apenas o suficiente para que Harry acreditasse. Então desci meu olhar para os lábios de Malfoy, se eu tivesse muita sorte ele não me amaldiçoaria depois que notasse o que eu estava fazendo. Os passos de Harry estavam mais próximos, então eu o fiz. Fiquei na ponta dos pés e o puxei ainda mais, o que fez com que nossos rostos se aproximassem. Ele estava sem reação, então aproveitei o momento e juntei nossos lábios. Malfoy não me afastou, ao invés disso, em um movimento imesperado enlaçou minha cintura me deixando ainda mais próxima dele. Minhas mãos fizeram uma passagem até sua nuca. Sua boca tinha gosto de menta e a combinação disso com seu cheiro era inebriante e perigosa. Suas mãos passeavam pelas minhas costas, subindo e descendo, pressionando para que eu me aproximasse mais, o que era impossível. Senti que nossos corpos poderiam fundir a qualquer momento, o beijo de Malfoy era um dos melhores que já tinha provado, deixei um gemido escapar entre meus lábios. Ele se afastou um pouco e esboçou um sorriso de canto. Então me beijou novamente.
Espera.
Eu estava beijando Malfoy.
Ele estava retribuindo.
E eu estava gostando?
Passos fizeram com que eu voltasse a realidade. Larguei Malfoy de uma vez e me afastei dele. Olhei para os corredores e senti um alívio imenso por Harry não estar mais ali. Tinha funcionado, afinal, ele pensaria que estava com Malfoy e não tocaria no assunto da carta. Esse foi o melhor jeito que encontrei para que ninguém além de mim, saísse magoado. Bom, talvez Harry ficasse chateado comigo por eu ter beijado nosso inimigo de infância, mas ele precisava acreditar que meus sentimentos por ele tinham mudado. Que eu não era mais a mesma menina apaixonada que escreveu uma carta de amor para ele. Era tarde demais para isso, embora eu soubesse que sempre o amaria.

-Granger? - Ele falou com uma voz rouca que fez com que eu ficasse arrepiada. Me virei para olha-lo, a luz fraca o deixava bonito. Seu olhar era confuso - Por que você fez isso?

Mais brilhante que as estrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora