Circinus

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POV Draco Malfoy

Minhas mãos estavam entrelaçadas nas de Granger enquanto corríamos pelos corredores. Usei esse tempo para refletir acerca de tudo que estava acontecendo, não só hoje, mas nessas últimas semanas. Eu gostava da companhia dela e isso era inegável, mas talvez eu estivesse confundindo tudo. Assim como minutos antes, quando quase não resisti em beijá-la.

Isso estava ficando perigoso.

Graças a Merlin Gina havia chegado e nos interrompido, eu não estava pronto para acabar com nosso namoro falso. Hermione teria notado que não havia motivos para nos beijarmos e estranharia.

- Onde vamos? - a voz baixa me retirou de meus devaneios.

- É parte da surpresa Granger - notei que ela havia ficado tensa - mas posso dar algumas pistas enquanto você tenta adivinhar - falei sorrindo e ela pareceu relaxar.

- Pode ser.

- Muito bem... fica no andar de baixo.

- Isso não é uma boa dica - ela revirou os olhos - qual é Malfoy, você pode pensar em coisas menos óbvias.

- Ah - fiquei boquiaberto com a atitude, mas pude notar em seu rosto um tom de desafio - muito bem. Grande porta, baixa estatura e coisas que me deixam felizes.

- Isso não é um lugar Malfoy.

- É a definição de um... qual é Granger, você pode pensar nessas coisas menos óbvias - falei em tom divertido.

- Rá - ela disse e mordeu o lábio como se estivesse concentrada e não pude deixar de  pensar em como seria beijá-la naquele momento - o que te deixa feliz? Isso é muito difícil... - retomei os sentidos.

- Você está se limitando a apenas uma coisa Granger - falei óbvio.

- O que te deixa feliz Malfoy, além de você mesmo?! - ela parou de frente para mim e cravou seu indicador no meu peito. Engoli seco.

O que me deixava feliz?

Meu interior sabia a resposta para essa pergunta, mas eu não estava pronto para anunciá-la.

Só que "eu mesmo" não fazia parte das coisas que me deixavam felizes, muito pelo contrário.

- Ahm, foi uma brincadeira... - eu a encarei.

- Claro que foi - forcei um sorriso, peguei sua mão e segui andando.

- Mas você não respondeu a minha pergunta - pela visão periférica pude notar que ela me observava.

- É porque eu não quero entregar a resposta, espertinha.

- Eu desisto, não sei se você está falando no sentido literal ou...

- Estamos quase chegando - apontei para a grande porta de ferro ao fim do corredor.

- Cozinha? A porta eu até entendo, mas o que cozinha tem a ver com baixa estatura ou felicidade? - ela bufou.

- Ué Granger, os elfos e chocolates...

- Nossa, você é péssimo em dar dicas! - ela exclamou debochadamente.

- E o que seria uma boa dica para você senhorita sabe-tudo? Eu fui criativo.

- Panelas, igredientes...

- Aí seria muito fácil - falei e abri a porta, deixando que ela entrasse primeiro.

Notei que ela paralisou dois passos depois, ao ver a bancada com velas  um prato coberto com uma tampa de metal e dois garfos. Ela me encarou confusa.

Mais brilhante que as estrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora