POV Draco Malfoy
Acordei mais cedo que Theo e Blás, por culpa do pesadelo que me assombrou essa noite. Revivi o dia em que fui torturado por Voldemort por ter falhado na primeira tentativa de matar Dumbledore. Ele estava furioso e queria me causar muita dor.
E ele conseguiu.
A tortura durou horas e eu pensei que fosse morrer. Sentia o gosto do meu próprio sangue e pedia por piedade em meio ao desespero. Me arrastava no porão de minha própria casa rezando a Merlim que acabasse logo com a minha vida, mas eu não fui tão sortudo. Ri perante a ingenuidade do meu eu passado e notei que me sentia dolorido pela manhã, provavelmente por ter me debatido na cama durante a noite. Decidi tomar um banho demorado antes da aula, eu estava suado e com uma péssima aparência. Ocupei minha cabeça pensando no plano. Amanhã eu faria a proposta para Granger, precisava estar preparado e torcia para conseguir encontrá-la na biblioteca. Não que eu soubesse o que ela fazia nos fins de semana, mas era da sabe-tudo que estava falando. Desliguei o chuveiro, escovei os dentes, coloquei o uniforme e saí do banheiro. Fui até a Sala Comunal e notei um aglomerado de alunos em frente ao quadro de avisos, estranhei, já que não era dia da mudança de senha. Quando me aproximei notei o aviso com um grande selo:
A diretora Minerva, juntamente ao grupo de Monitores da Escola de Magia e Bruxaria: Hogwarts informam com grande alegria que o passeio a Hogsmeade acontecerá neste fim de semana. A decisão unânime foi tomada como uma medida para integrar os alunos e festejar o fim da Segunda Guerra Bruxa.
Dei alguns passos para trás, com o intuito de organizar meus pensamentos.
Merda.
Granger com toda certeza iria nessa droga de passeio e eu não conseguiria falar com ela, não sem ir para o povoado. Mas eu não queria ir. Já havia pensado inúmeras vezes sobre como seria quando acontecesse, mas sempre cheguei à mesma conclusão: se os alunos de Hogwarts não me aceitavam aqui, a comunidade bruxa não aceitaria também.
Respirei fundo.- O casalzinho falou que quer privacidade - disse Blás parando atrás de mim e indicando Pansy e Theo, que estavam se agarrando no sofá - então acho que teremos que ir juntos... não se importa, não é amor?! - deu um sorriso debochado.
- Eu não posso ir, estou esgotado por tudo que tem acontecido comigo aqui. Esse ódio não é gratuito Blás, os pais dos alunos com certeza me odeiam... e cá entre nós, eles têm motivos.
- Eu cansei de toda essa lamentação Malfoy - ele me chamava assim apenas quando estava bravo - eu sei que é uma droga, mas eu estou aqui por você, assim como Theo e Pansy! Nós dois sabemos que você suportou coisas muito piores enquanto servia Voldemort.
Eu o encarava perplexo, ouvir esse nome provocava arrepios em toda minha espinha e fazia a marca negra arder. As lembranças da noite em que me tornei um deles... de cada chantagem... das torturas... elas invadiram minha mente sem autorização. Eu não pensava nisso, normalmente eu era assombrado em meu sono, mas não assim. Cada gota do meu sangue queimava pelo ódio que sentia por Voldemort. Ele me destruiu, emocionalmente e fisicamente, e pensar nisso me fazia lembrar do quão fraco eu era.
Talvez eu ainda seja.
Blásio baixou a cabeça e ajeitou seu uniforme, parecia arrependido.- Desculpa cara, eu sei que você não gosta de pensar nisso...
- Não, tudo bem - respondi interrompendo ele, aguentar os olhares de repúdio é péssimo, mas o olhar de pena é muito pior - eu vou com você.
- Não precisa fazer isso Draco, eu não pensei direito... eu não me coloquei no seu lugar.
- Eu quero ir - respondi, queria pôr um fim, o mais breve possível, nessa conversa.
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Mais brilhante que as estrelas
RomansaUm término que provoca o retorno de um antigo amor. Um ex-comensal com uma proposta tentadora. Um coração quebrado e um turbilhão de emoções. Hermione Jean Granger terá que escolher entre se deixar levar por um novo sentimento ou tentar colocar sua...