Aquila

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Plataforma  9 ¾, 10:45min do dia 1º de setembro de 1998.

POV Hermione

Cheguei mais cedo à Plataforma com o intuito de aproveitar cada segundo do retorno ao meu último ano em Hogwarts. Enquanto passo os olhos pelo ambiente, gravando cada detalhe em minha memória, meu olhar encontra a íris azul acinzentada de Draco Malfoy. Noto um sorriso sarcástico se formando no canto de sua boca e antes de receber um olhar de desprezo, desvio rapidamente. A Plataforma começa a encher e observo algumas pessoas vindo em minha direção, logo percebo que são jornalistas. 

- Hermione Jean Granger, heroína do mundo bruxo decidiu voltar a Hogwarts! Onde estão os outros integrantes do trio de ouro? - Uma mulher de baixa estatura e longos cabelos negros perguntou.

- Sim, Hogwarts sempre será a minha casa! Ron e Harry decidiram finalizar os estudos assim como eu, devem estar chegando. - Respondi com um sorriso amarelo. Minha ideia de aproveitar a tranquilidade do momento tinha acabado de ir por água a baixo.

- Senhorita Granger, ouve boatos de um possível relacionamento com o Senhor Weasley, esse boato é verdadeiro? - Foi a vez de um homem de meia idade e corpo robusto perguntar.

- Não, Ron e eu sempre fomos e sempre seremos apenas amigos! - Tive que mascarar a verdade, uma vez que falar isso era mais prático que contar de nosso breve e ilusório romance durante a guerra.

- Você acha que Hogwarts estará segura depois de tantos anos? - Uma mulher um pouco mais velha que eu perguntou após sair de trás do pequeno aglomerado de bruxos que estava se formando ao meu redor.

- Com toda certeza, a diretora Minerva fez um excelente trabalho. - Respondo confiante.

- Mesmo com ex-comensais inseridos na escola? A senhorita Granger acha que receber esse tipo de gente é o melhor a se fazer pela segurança dos alunos no castelo? - Reconheci a voz de Rita Skeeter, enquanto um pequeno corredor era liberado para sua passagem. - Senhor Malfoy, por exemplo, tentou assassinar dois de seus colegas no sexto ano e ainda assim está aqui.

- Creio que o julgamento seja uma função exclusiva do Ministério. - Respondi calmamente a Skeeter. - E se o Ministério considerou Draco Malfoy inocente, não cabe a nós o julgamento dele. 

Termino de responder mais algumas perguntas e percebo que Malfoy me encara fixamente, mas com um olhar diferente do costumeiro, se não o conhecesse bem, diria que era gratidão. Contudo, fui tirada de meus devaneios ao observar um par de olhos verdes acompanhado de uma cachoeira de cabelos ruivos chegando na Plataforma. 

Me senti bem ao vê-los, afinal, eram minha família. Ainda assim, não consegui evitar de sentir a tristeza me abater mais rápido do que gostaria, ver Harry junto a Gina era como um soco no estômago e mil facadas no coração. Eu os amava e desejava acima de tudo que fossem felizes, no entanto, não podia deixar de me sentir infeliz ao ter negado a mim mesma a chance de ter essa felicidade.

Mais brilhante que as estrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora