look

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No dia seguinte acordei cedo e fui lavar o cabelo

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No dia seguinte acordei cedo e fui lavar o cabelo. Eu odeio tomar banho pela manhã e precisava lavar o cabelo. Maria entra no meu banheiro do nada enquanto penteio o cabelo.

- Esse seu cabelo precisa de creme, assim os cachos ficariam lindos. O seu mal é amarrar ele como se fosse uma sacola de lixo húmida. - o jeito que ela fala me faz sentir que realmente trato meu cabelo como um lixo. Me sinto até um pouco culpada.

- Se não gostou, arruma você! - disse grossa e em alguns segundos ela voltou com um pote de creme e um pente. - tá de brincadeira, né? - ela me puxou e me sentou em um banco na frente do espelho.

- Tô cansada de te ver com essa cara de mula feiosa. Se existe reciclagem com lixo porque não com isso que você chama de estilo? - disse penteando.

- Te faço engolir esse pente, Maria! - grito e ela puxa meu cabelo com o pente. Ridícula! Fico emburrada até ela terminar. Quando ela terminou eu fiquei impressionada, mas disfarcei ao máximo.

- Viu? Agora você pode arrumar um namorado! Eba! - falou animada e eu revirei os olhos deixando um sorriso escapar. - Quer fazer a sobrancelha?

- Não! Eu não tenho manocelha! - digo indignada.

- Não é preciso uma monocelha pra usar a pince, sua idiota! É só pra limpar e você ter uma brancelha mais modelada. Ao natural é meio torto e não deixa o rosto muito bonito.

- ... Tá. Mas não faça nenhuma besteira, tenho que ir pra escola daqui a pouco! - ela concorda e vai pegar a pince. Afinal, por que estou aceitando isso tudo? Bom, não vou morrer se tentar ficar um pouco arrumadinha. Vamos nessa.

Quando ela terminou fui me arrumar porque estava quase na hora do Rafa vir me buscar. Coloquei uma blusa estampada com uma calsa e um tênis branco e peguei minha mochila. Meu cabelo estava solto meio molhado e meus óculos continuaram alí como sempre. Trouxe ele para mais acima do nariz e corri na cozinha para comer algo.

- Tá bonita hoje, filha! - disse minha mãe com uma xícara de café na mão.

- Obrigada, mãe! - fui até ela e beijei sua bochecha indo esperar no quintal. Antes de colocar a mão na maçaneta ele já tinha bozinado. - Tô indo! - disse passando pela porta. Me aproximei do carro e entrei. Ele me encarou por um momento.

- Que foi? - perguntei sorrindo um pouco.

- ... hram! Nada! Nada! - e colocou o cinto. - coloca aí! - disse e eu o fiz.

- Posso colocar uma música? - disse já mexendo no rádio.

- Não! - o encarei - brincadeira! - continuei a colocar a música e ele começou a dirigir.

- Sério que não vai dizer que estou bonita? - falei piscando os olhos como uma donzela.

- Você está linda! - disse ele e corou.

- Você também está muito lindo! Na verdade você sempre está muito gato. Como que faz pra ser assim tão lindo? Nossa, conta aqui pra Gina, eu não espalho - ele começa a rir.

- Ligada no flerte uma hora dessas? Acordou no pique, em. Vai usar uma dessas frases com alguém hoje? - disse e eu revirei os olhos.

- Treinador não entra em campo. Dirige, idiota! - soquei seu braço e ele continuou a rir. Desde quando ele tem massa muscular? Pensa em outra coisa!

- O treino ontem não foi como eu esperava. O treinador já chegou colocando a gente para suar. Seu amigo vai entrar no time?

- O lipe quer entrar no clube de robótica... ontem ele não conseguiu se inscrever mas pretende entrar.

- Lipe? Por que ele tem um apelido?

- Porque sim. Você também tem, é Rafa, se lembra?

- Mas ele entrou ontem na escola.

- Ficamos amigos rápido, acontece.

- Ele é meio abusadinho. Viu ele segurando seu pulso?

- Não foi nada demais aquilo...

- Se ele fizer algo, me chama que eu dou um jeito nele.

- Tá bom, senhor brigão! - brinquei.

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