No galho mais alto, semi curvada sobre o carvalho extenso e robusto, olhos cinzas se espreitavam, avaliando a área abaixo. Não havia som algum, o bosque estava calido e silencioso, como se mesmo os insetos hesitassem em ecoar um ruído, exceto pelo vento, aquelas breves ondas arrepiantes guiadas por um ar cauteloso. Não havia uma espécie se quer nos arbustos avista, deveriam estar em refúgio, amedrontadas pela presença fria e arrepiante que a correnteza de ar trazia como um aviso prévio de sua chegada. Os olhos, cerrados e fixos, estavam em todos os lugares em que se poderia observar. Por um instante, eles se ergueram, velozes o suficiente para uma inspiração de ar, voando para alguns metros adiante, no tronco de um galho mais alto, para olhos azuis cintilantes, também em tocaia e atentos.
Um farfalhar rasgou o silêncio, como algo se chocando contra galhos secos. Os olhos cinzas se estreitaram ainda mais, a respiração cessou, restando aquele silêncio mórbido e arrastante do bosque.
Os pelos do braço de Gwen Briffyn, se ergueram, como se também detectassem a presença e a temessem, com seus instintos e sentidos chiando em alarde.
Aquela sensação fria e o mal presságio que a acompanhava junto com a corrente de ar. Como uma bússola, orientando o que quer que estivesse entrando na área.
Estava próximo.
Gwen se impertigou, por um instante, a aljava em suas costas pareceu mais pesada que o normal e o arco em riste travado em suas mãos. Poderia ser um temor perante ao que enfrentaria, devido ao pequeno calafrio que correu gélido por sua espinha, embora com rapidez, ela o tenha afastado. Mesmo o breve tremor em seus dedos fora ignorado.
Estava decidida a enfrentar a criatura do bosque, há exatos dezesseis luares que todos os animais e rebanhos da aldeia são atacados e mortos, os poucos de seu povo que se arriscaram enfrentar a ameaça, foram amedrontados.
Um dos aldeões, que por pouco conseguira sair ileso da caçada do bosque, relatou o ataque na primeira tentativa de seu povo em capturar a criatura.
Sobre o monstro terrível que passara a viver nos bosques ao redor de sua aldeia. Que aos poucos, começou a caçar os rebanhos e animais e assustar alguns do povo que se arriscam o suficiente para se aproximar da área.
A garota, curvada sobre um galho na ripa da haste da madeira, com um arco, pendendo uma fecha em mira, estava tentando não deixar os temores a consumir.
Seu povo, estava desistindo de eliminar a criatura depois de tantos ataques, não fariam nada, pois não havia o que se fazer com o monstro.
Se ao menos fosse um velho lobo, que há tantos ela já caçara, ou mesmo um javali selvagem que passara a ser seu hob favorito na caça. Embora, o que estaria prestes a enfrentar era algo desconhecido e letal.
Todas as descrições era de algo maligno, sombrio, criado do próprio fosso de Eldar, uma criatura das profundezas fora a principal descrição. Era o suficiente para arrancar um ofego assustado de qualquer ser vivo.
Mesmo de Gwen, que conhecia as histórias e durante muito, muito tempo, acreditou que fossem lendas. Até agora.
Entretanto, naquela manhã em riste ao nascer do glorioso sol, Gwen descobriu que a criatura havia se aproximado outra vez, atacando as criações e rebanhos de sua avó Gyllin.
Toda a plantação de Estillio e Tolloz, estava destruída e os rebanhos, bom, os restos deles haviam sido espalhado por uma campina, como se a criatura quisesse deixar um recado. As marcas de garras imensas na carne ensanguentada das ovelhas fora um recado claro, que a garota de forma estúpida ignorou.
Gewn Briffyn não poderia permitir que aquilo continuasse, sua aldeia se deixara abater pela criatura, permitindo toda aquela matança por medo. Alguns aldeões disseram que seria loucura e um gesto suicida tentar enfrentar a besta, bom, no final das contas, Gwen sempre havia sido a pior de sua espécie mesmo.
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SOMBRA DE ASAS
FantasyUma fantasia romântica, sexy e ardente, com muita aventura, se curte Sarah J. Maas e Cassandra Clare, irá amar o universo de Eldar, repleto de personagens cativantes e uma jornada incrível.