Capítulo 8

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Os ombros de Westyn reclamaram em dor pelas longas horas de vôo, havia muito tempo que tinha se designado a percorrer tantos quilômetros voando em uma missão. Na verdade, suas asas haviam se tornado acomodadas pela falta de viagens longas. Elrond era um hemisfério de distância do lugar em que estavam. Sabia que quando pousasse e tentasse voar, sua envergadura latejaria em uma dor irritante por semanas. Tinha que exercitar mais suas asas. Era o que Liryan sempre dizia.

Quando o rei os ordenou naquela manhã, que partissem de imediato para a mística aldeia de Wenkael em uma missão confidencial, que não perderem tempo, embora sabiam que não chegariam tão a tempo, quando a mensagem de sussurros do ar da Lorioran Gillyn Briffyn, chegou ao reino.

O rei os informou alguns detalhes sobre a missão de resgate, o que ainda continuava martelando em sua cabeça, era o porquê estariam resgatando dois Loriorans, as crias de Gillyn, e transportando em segurança para seu reino?

Westyn sempre imaginou o povo dos bosques como selvagens primatas, nunca havia se quer visto de fato um, eram raros os que se permitiam sair de suas fronteiras encantadas. Era um povo quase exilado, vivendo sob suas fronteiras mágicas longe do restante do reino há séculos.

O rei não lhes dera toda a informação necessária, apenas o nome da garota, que ele tratou de marcar em sua mente. Gwen Briffyn, como sendo a prioridade da missão. Então quando adentraram a região montanhosa e florestal de Wenkael, eles se deram conta do caos abaixo da reserva. Sabiam que o local de encontro designado seria nas fronteiras da lendária floresta encantada, protegida por uma barreira mágica que ele sempre achou ser um mito.

Liryan parecia tão encantado quanto ele conforme os dois sobrevoavam a aldeia. Nunca tinham conhecido o lugar. Talvez ninguém de outro povo tenha. Os outros povos de Eldar sempre se mantiveram afastados de Wenkael, devido a proteção celestial imposta nas árvores ao redor. Por medo e respeito.

Mas o fascínio pelo lugar não durou, quando se deram conta do que acontecia. Uma batalha era travada com criaturas horripilantes que eles nunca haviam sonhado, mesmo no pior de seus pesadelos. Westyn nunca vira algo assim em toda sua existência. Sua espinha foi tomada por calafrios com a visão abaixo.

A aldeia, ou o que sobrara dela, estava em retalhos e chamas. Westyn conseguiu enxergar com sua visão apurada, alguns do povo de Wenkael lutando contra as bestas. Ele até os viu usar sua magia elemental contra elas. Eram muitas daquelas criaturas e haviam poucos lutando, enquanto o restante fugia e se escondia nos carvalhos.

Um olhar para Liryan e ele compreendeu o que os olhos de seu amigo diziam. Não podiam ajudar eles. Essa não era a missão dada a eles. Não havia nada que pudessem fazer.

Um estalo soou em sua mente, um alerta, entendendo um traço da urgência da missão.

Então se prontificaram a voar adiante, a informação dada era de que deveriam encontrar a emissária da mensagem, Gillyn, e dois garotos. Com a garota, Gwen, sendo a fonte principal da missão. Deveriam proteger ela a qualquer custo.

Passaram pelo campo, saindo dos arredores da aldeia, deixando o caos e destruição para trás. E então, mais alguns metros adiante, pela colina, avistaram outro combate.

Havia uma mulher, apenas uma Lorioran, empunhando um machado contra várias daquelas criaturas. Ela conseguia golpear elas com a habilidade de uma assassina, embora não havia o que se fazer, eram muitas e ela não conseguiria vencer todas.

Westyn podia jurar que o ar se encheu de poder, como se uma essência celeste de magia, deixasse seus vestígios na ventania sobre o combate abaixo.

Nem precisou olhar para Liryan para se lembrar o que tinham que fazer.

Os olhos cerrados vagaram por todo o estreito vale íngreme, ao redor das montanhas gigantes. Não havia um sinal se quer de alguém entorno do lugar.

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