Capítulo dois

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- Aqui o seu horário. - Mamãe me entrega uma folha e me abraça para se despedir. Isso concerteza não é uma coisa comum para pessoas da minha idade mas é tudo o que preciso agora. - Mas tarde venho te buscar.
Caminho por alguns metros e paro em frente a sala com a placa "3° C".
Bato na porta e entro.
- Bom dia. Sou Bárbara Passos. A aluna nova. - Digo assim que chego a mesa do professor, na voz mais baixa possível.
- Bom dia Bárbara. Sou Alisson, seu novo  professor de física. Pode se sentar.
A sala está praticamente dividida em três grupos. Passo por eles e me sento em uma mesa no fundo da sala. O mais longe possível de todos mas infelizmente ainda um pouco perto de um dos grupos. Que é bem diversificado aliás. Tem uma garota ruiva: dos cabelos vermelhos na verdade, uma branca dos cabelos pretos compridos, Uma morena dos cabelos bem longos também. e uma loira que parece ser muito simpática, assim que me sento atrás dela, ela me olha e sorri. De meninos tem um moreno magro bem alto de cabelos lisos, outro moreno nem tão alto de cabelos crespos e um branco malhado e que parece estar em algum tipo de relacionamento com a branca dos cabelos pretos.
Olho em volta e vejo em um dos grupos um garoto com a boca inchada e um pouco de sangue seco. Brigas parecem ser bem comuns aqui.
- Oi. - Diz a loira e se vira para mim novamente. - Eu sou a carol, bem vinda.
- Prazer, Bárbara. - Sorrio para ela e desvio o olhar.
- Arrasta um pouco a mesa. - Exige ela e puxa a minha mesa para perto das de seu grupo, tento dizer que não mas quando vejo já estou dentro do círculo de amigos. Que droga, o plano era ficar isolada por toda a aula.
- Bem vinda, sou o Gabriel. Mas gosto mais do apelido, Bak. - Diz o menino magro e alto e sorri.
- Prazer bak, me chamo Bárbara.
Os outros dois meninos se apresentam o branco como Gilson e o outro como Marcos, mas diz que prefere Mob. Esse pessoal gosta de apelidos.
- Eu sou a Gaby, bem vinda Bárbara. - Me comprimenta a garota que provavelmente é namorada de Gilson.
- Sou a Lara. Que possamos ser, amigas? - Diz a dos cabelos vermelhos. Faço que sim com a cabeça e sorrio como resposta.
- Oi, Tainá. - Se apresenta a última do grupo e a única que não sabe muito bem sobre ser simpática.
Me sinto um pouco perdida. Nunca tive muitos amigos. Meu melhor amigo era Carlos e fora ele, tinha apenas Maellen e Bianca.
Ao lado de onde Carol colocou minha mesa há uma carteira vazia, mas ignoro.
- Você é aqui de São Paulo mesmo? - Pergunta Lara, quebrando o silêncio que por sinal eu estava amando
- Não, Belo Horizonte.
- Eu amo queijo, sério. Pretende ficar aqui por muito tempo? Questiona Carol.
Não faço idéia do que responder. Por que nunca pensei nisso. Nunca queria ter saído de lá na verdade.
Quando abro a boca para responder sou interrompida por uma voz masculina que caminha em minha direção e se senta ao meu lado.
- Bárbara! Mas que coincidência.
Quando olho para o lado vejo Victor sentado ao meu lado. Agora tudo faz sentido, o babaca o qual ele se referiu é o garoto do rosto inchado do outro lado da sala.
- Vocês se conhecem? - Pergunta Mob.
- Digamos que sim. - Responde Victor e sorri para mim.
Depois de mais algumas perguntas que não quero responder sobre meu passado, todos do grupo começam a conversar entre si. Olho para Victor que está concentrado em mim, e pergunto apontando para o gaorto machudado do outro lado da sala:
- Aquele é o babaca?
- Sim, fique longe dele. Você vai preferir pode acreditar. - Diz ele em um tim aconselhador.
Sorrio e volto a me consentrar nos deveres passados pelo professor.
Não está sendo tão ruim quanto imaginei, mas também não está sendo nada bom. A todo momento memórias com Carlos vêem a minha cabeça e tenho que me segurar para conter as lágrimas.

As aulas passam voando, quando vejo já é hora de ir para casa. Quando vou me despedir dos meus novos "amigos" Carol me segura pelo ombro.
- Você vai sozinha?
- Acho que minha mãe vem me buscar.
Ouço uma risada baixa e quando olho para Tainá já sei de onde vem. Olho para os lados vejo que ninguém ouviu e volto meu foco para a conversa.
- Desmarca com ela. Levo você.
- Não precisa, sério.
- Eu faço questão.
- Tudo bem então.
Concordo e quando vou apenas fazer uma sinal com a mão para me despedir de gaby ela me puxa para um abraço. O que me deixa surpresa, mas feliz. Apenas aceno para os outros. Quando vou fazer o mesmo com Victor ele faz o igual Gaby, acho que eles gostam de abraços.
- Tchau, Babi. - Fiz ele e eu o olho franzindo a testa.
- Babi? - Pergunto me afastando e cruzando os braços.
- É. Gostei desse. Combina com Bárbara. - Diz ele e cruza os braços também de um modo brincalhão. - E todo mundo aqui tem um apelido. Bak, Mob, Gs, Voltan... - Diz ele apontando um por um.
- Então tá, né. - Digo balançando as mãos como se estivesse me rendendo. - E o seu qual é?
- Coringa.
- Sério? Meio bizarro.
- Ofendeu, viu. - Diz ele fingindo estar triste.
- Ele sempre foi fanático por esquadrão suicida. - Diz carol, ou voltan. Sei lá. Entrando na conversa. - Sério, tinha uma época que ninguém aguentava esse menino, dai veio o apelido.
- Tchau, coringa. - Digo sorrindo e saio com carol vindo logo atrás.

- O que aconteceu? - Pergunta Carol enquanto dirige em direção ao meu apartamento, que fica a apenas alguns minutos da escola.
- An? - Pergunto, realmente não estendi a que ela se referia.
- Porquê se mudar pra cá no meio do semestre? Porque você está sempre com essa expressão triste. Parece que é algo que não é nada bom.
- É.... - Fico um pouco desconfortável, por mais que goste dela. Não quero falar sobre isso.
- Não quero parecer intrometida. Mas só de olhar nos seus olhos vejo tristeza.
- A dois meses, passei por algo que nunca imaginei que passaria. - Digo já segurando o choro, talvez seja bom desabafar. - Meu namorado faleceu em um acidente de trânsito. Um carro desgovernado dirigido poe um bêbado bateu no carro dele, e ele não sobreviveu. Ele era tudo para mim, fiquei completamente perdida depois disso.
- Eu sinto muito, não imaginei que seria algo assim. Pensei que fosse uma briga em família ou sei lá. Um termino. Desculpa.
- Relaxa.
- Sei que ninguém nunca ocupará o lugar dele. Mas pode ter certeza que pode contar comigo de hoje em diante. Não só comigo mas com todos nós: coringa, bak...
- Fico feliz por ter conhecido vocês.
Enfim chegamos em frente ao meu prédio, me despeço de carol e entro sem olhar para trás.

Uma nova chance - BabictorOnde histórias criam vida. Descubra agora