Capítulo 4.

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— Senhora Tsurugi! — meu pai cumprimentou a mulher e sorriu para Kagami — É um prazer recebê-las aqui, contudo, posso afirmar que estou de fato curioso com o assunto que devemos tratar, o qual não podia esperar para uma reunião.

Kagami ficou do meu lado e empurrou meu ombro com o seu. Ela sorriu e sussurrou um: "vai dar tudo certo".

— Sim, Agreste, é muito bom vê-lo novamente. O assunto é importante, precisamos tratar sobre o relacionamento dos nossos filhos. — eles nos olharam — que tal irmos ao seu escritório? — meu pai engoliu em seco e eles foram. Nathalie estava do lado deles, e os acompanhou.

Puxei Kagami pela mão, nos sentamos nos degraus da escada.

Logo Gorila nos deixou sozinhos.

— Você conseguiu convencer sua mãe? — perguntei curioso.

Por mensagem avisei Kagami que terminar seria difícil, graças meu pai. Logo ela disse que se falasse com sua mãe, a mesma compreenderia.

Senhora Tsurugi poderia ser como meu pai, mas com certeza era mais amorosa e compreensiva.

— Foi fácil. Ela disse que não me queria mal por um relacionamento forçado, muito menos você. — Kagami sorriu e olhou suas mãos — você está muito bonito.

Ela fez referência ao terno preto que eu usava.

— E você está maravilhosa — ela me olhou e trocamos sorrisos. Peguei sua mão, olhando a mesma.

Kagami usava uma tiara vermelha no cabelo, e um vestido cumprido preto.

— Você está melhor? — me perguntou enquanto brincava com sua mão.

— Sim, eu... obrigado! — me aproximei dela sorrindo, a abraçando. Logo ela deitou sua cabeça em meu ombro.

— Sabe que sempre poderá contar comigo.

Sorri sozinho ao perceber que nada tinha mudado. Continuávamos amigos e assim seria, ninguém seria capaz de nos separar.

Ela seria minha melhor amiga agora e sempre.

Assim que nossos pais saíram da sala, meu pai tinha uma feição brava, e senhora Tsurugi continuava leve.

Nos explicaram que a partir de hoje éramos apenas amigos. Naquele mesmo momento, apagamos tudo que indicava nosso namoro.

Me senti feliz naquele momento. Libertado de uma prisão. Meu pai no entanto, foi para sua sala no momento em que sua presença não era mais necessitada.

Elas estavam para ir embora, quando Kagami beijou minha bochecha e disse:

— Te espero Segunda na esgrima para ganhar de você!

———•———

Na segunda de manhã, eu tinha sido um dos primeiro a chegar. Logo entrei na sala, peguei meu caderno e celular, logo começando as anotações sobre Hawk Moth, ali, naquela sala vazia.

Me sentei na cadeira da professora, ao começar, derrubei a caneta, tendo que me abaixar para pegá-la.

Assim que fiquei atrás da mesa, escondido, ouvi duas vozes se aproximando.

— O que você está fazendo é errado! — Alya disse, e logo os passos pareciam mais perto.

— Eu sei, eu sei! — Marinette suspirou e eu sorri. Era um milagre ela ter chegado cedo, eu até brincaria com isso, se não estivesse escondido ouvindo a conversa alheia sem permissão.

— Então por que não termina logo?

Elas falavam de Luka, mas... o que tinha acontecido?

— Não é tão fácil, Alya! Quando eu tento, ele me fala ou faz algo fofinho, então fico me sentindo culpada!

— Ai amiga! Pode ser difícil, mas se continuar mentindo o nível de dificuldade só aumenta!

Ouvi quando as duas se sentaram, logo comecei a ficar assustado. Elas não sairiam daqui? Como eu explicaria que eu estava ali atrás esse tempo todo?

— Mas me diz, isso é porque você percebeu que ainda gosta do Adrien? — Alya perguntou e meu coração disparou.

— Sim... Não! Bem, talvez mas...

— Marinette, está na hora de você ser sincera consigo mesma e decidir o que quer! Não tem como ficar para sempre nessa! — Alya suspirou — vamos lá amiga, sei que dá conta!

Então as duas mudaram de assunto, e em cada minuto que se passava, eu me sentia mais nervoso. Logo ouvi a voz de Nino.

— Hey meninas! Viram o Adrien? — ouvi elas resmungarem um não e Nino suspirou.

Qual é cara, não me entrega!

— Mas por que o material dele já está aqui? Procurei ele em todo lugar...

— Talvez sessão de fotos de última hora? Acho que o Gorila vem buscar os materiais depois! — Alya sugeriu.

— Não, ele não tem sessão de fotos agora, apenas às 17:50 após a escola e esgrima — Marinette respondeu normalmente e senti minhas bochechas corarem. Ela ainda sabia cada detalhe do meu dia? — S-sei lá, só um p-pal-palpite!

Um silêncio tomou a sala. E eu ficava mais nervoso a cada segundo.

— Que droga! — sussurrei baixo assim que vi que tinha colocado a mão em um chiclete velho.

— Ouviram isso? — Marinette perguntou e logo ouvi passos se aproximando de onde estava. Me levantei devagar e vi eles levarem susto surpresos.

— Ehm... Oi! — acenei sorrindo, como se aquilo tivesse sido nada demais.

Todos ficaram em silêncio, e eu também. Olhei Marinette, que estava tão vermelha quanto seu uniforme de Ladybug.

Eu queria rir, se não estivesse igual.

Ficamos muito tempo em silêncio, até Nino gargalhar. A professora chega e a aula inicia.

Me sentei em meu lugar, com Nino ao meu lado rindo muito.

Arrumei as golas do meu casaco tentando cobrir meu rosto vermelho.

Essa era a maior vergonha da minha vida!

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Ma Ladybug.Onde histórias criam vida. Descubra agora