Eu não tinha costume de me transformar de Chat Noir para fugir de casa e fugir da vida de Adrien Agreste.
Tá, eu tinha esse costume. Não iria negar.
O sol estava se pondo. Eu estava indo a caminho da Ponte Dos Cadeados, depois de caminhar muito e pensar sobre as coisas.
As lágrimas vinham rápido. Saber que ao fim de tudo, sempre tinha sido meu pai, doía.
O que minha mãe pensaria dele?
A cada minuto que passava, ia ficando mais frio. As ruas de Paris estavam praticamente vazias.
Quando cheguei ao meu destino, não era o único lá. Luka estava ali.
Ele tinha uma expressão triste e calma no rosto. Parecia que ele já esperava isso.
— Adrien Agreste, o motivo de eu estar triste. Deveria estar feliz, mas parece estar no mesmo barco que eu — ele riu. Colocou o capuz sobre o cabelo e me olhou.
— Oi, Luka — me encostei na grade da ponte, logo ele fez o mesmo.
Ficamos encarando o rio, ambos em silêncio. Os dois pensando em uma mesma pessoa.
— Eu sempre soube que no fim ela escolheria você, mas tentava fingir que não. Agora me diz, por que? Sendo que você só quer ela como amiga.
— Eu amo ela — respondi firmemente, sentindo uma lágrima escorrer.
— Ama? Não é isso que parece, Agreste.
— O que você entende sobre os meus sentimentos? — me virei para encará-lo, como ele fez.
— Porque você vive a magoando, como isso pode ser amor?
Engoli em seco.
— Você nunca nem provou de verdade que a amava. Nunca tentou. Ela correu atrás de você por muito tempo, e quando eu tive minha chance de fazê-la feliz, você decide retribuir seu amor!
Luka parecia jogar cada palavra que tivera guardado por muito tempo. Tentei muitas vezes argumentar, mas sabia que precisava ouvir. E ele, precisava falar.
— Você nem liga para ela. Nem sabe como Marinette é surpreendentemente incrível. Eu amei Marinette antes mesmo de saber que ela era Ladybug!
Ele bufou ainda encarando o rio e eu o olhei assustado.
Como ele sabia?
— Como você...
— Como eu não saberia, Adrien? Eu sei de cada detalhe da Marinette. E quem mais seria tão perfeita quanto ela para esse cargo?
Ele me olhou duramente.
Quem mais seria perfeito para esse cargo?
Como eu pude nunca ter percebido?
Marinette era Ladybug de todas as formas. Marinette me demonstrava ser Ladybug todo santo dia.
Nossa Ladybug do dia a dia.
Suspirei derrotado.
— Eu não... Não conheço cada detalhe dela, mas estou disposto a descobrir. Estou disposto a passar cada dia ao lado dela descobrindo cada pequena coisinha dela. Eu a amo, mesmo não parecendo. Amo com todas as forças.
— Você não a ama — ele negou freneticamente — você ama Ladybug.
— Para mim, ambas são as mesmas. Para você não?
Ele ficou em silêncio enquanto eu encarava o céu ganhando pequenas pontinhas de luzes.
— Adrien, eu não quero brigar com você nem nada. Amanhã estarei indo para New York.
O olhei surpreso, sem entender porque isso. Ele sorriu, percebendo
— Ganhei uma bolsa de estudos lá, longa história. O que quero dizer, é que espero que faça Marinette feliz, ela merece. E se você a magoar, vai se arrepender.
Suspirei, já tendo noção daquilo.
— Marinette não sabe que estou me mudando, então espero que continue assim. Ok?
Eu sorri e acenei. Então ambos olhamos para a grade cheia de cadeados, mas meus olhos focaram em um.
Luka pareceu ter percebido. Se abaixou e leu o cadeado, sorrindo.
— "Marinette e Adrien, que tal?
Talvez. Quem sabe?" — ele leu, me fazendo ficar surpreso.Rapidamente me lembrei desse dia. Um dos piores dias que já vivi. Mas não tinha colocado aquele cadeado ali, muito menos escrito toda aquela frase.
Um sorriso tomou meu rosto, e meu coração acelerou.
— Vai atrás dela, Adrien. Ela está esperando por você. Vai por mim, ela vale a pena.
Luka pediu enquanto pousava sua mão em meu ombro.
— Eu irei! — exclamei animado enquanto ia andando pela direção contrária que Luka, então parei — boa viagem, Luka.
Ele sorriu, e eu comecei a correr a caminho do amor da minha vida.
O caminho certo.
O caminho mais difícil, mas que devia ter tomado desde o momento que soube que amava.
Eu sabia que não era muito bom andar pelas ruas como Adrien, então logo me transformei.
No meio do caminho, puxei uma rosa vermelha.
Quando cheguei ao quarto dela, estranhei não vê-la. Estava tarde, o que Marinette estaria fazendo que não estava na cama?
Esperei cinco minutos.
Me sentei na cama.
Então, já tinham se passado dez minutos.
Comecei a andar de um lado para o outro.
Quinze minutos. Já não tinha como evitar meu nervosismo.
Vinte minutos, me levantei e saí pela janela, me perguntando onde ela estaria.
Talvez estivesse transformada?
Assim pulei de telhado em telhado, tentando descobrir onde ela estaria.
Peguei meu bastão procurando sinal por ela, e enquanto carregava, eu olhava ao redor procurando sinais dela ou de um akuma.
Então ouvi um bip. Era o bastão indicando que tinha a achado. Olhei rapidamente, vendo que indicava a Torre Eiffel.
Torre Eiffel. Como não pensei nisso?
Pulei e corri o mais rápido que pude para chegar lá.
Assim que aterricei no topo da Torre Eiffel, lá estava ela.
O vento soprava em direção contrária que ela olhava. O céu estrelado tinha sua total atenção.
Suspirei baixo, aliviado por ela estar bem.
Mesmo que não pudesse ver seu rosto, a alegria que sentia em ver a menina que eu amava - mesmo que de costas para mim - era incrível.
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Ma Ladybug.
FanfictionEm uma continuação do livro "Mon Chat Noir", agora Adrien vai passar por muitas dificuldades para conquistar sua Lady. A vida mostrará para ele que para viver seu tão sonhado romance com a sua garota, terá de enfrentar tudo e todos por ela. será me...