Capítulo 5.

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Baguncei meus cabelos olhando o quadro sobre Hawk Moth. Com certeza era uma cara esperto, sabia o que estava fazendo, pois não deixava rastros nem pistas.

Me joguei na cadeira do computador e vi as imagens de pessoas akumatizadas. Sem ideia sobre quem seria ele.

Depois daquela humilhação, tive que ficar fugindo da Marinette que queria falar comigo, e aguentar Nino rindo de mim.

Então, quando cheguei em casa, fiquei feliz por ter conseguido ignorar Marinette por todo esse tempo.

Mas nem tudo sempre seria perfeito.

Olhei a janela quando ouvi batidas vindas de lá. Era Ladybug. Meu coração logo acelerou.

Eu podia fingir cegueira e surdeza, poderia entrar no banheiro e ignorar ela. Mas quais seriam as consequências disso?

Suspirei e fui até lá. Abri a janela, sentindo minhas bochechas corando por causa do ocorrido.

— Ladybug... que milagre te ver por aqui... — ri nervoso, enquanto ela olhava ao redor do meu quarto.

— Acho que precisamos conversar — ela se virou para mim, sorrindo. Corei muito.

— É... Não, não precisamos falar sobre isso, certeza! — neguei, engolindo em seco.

— Relaxa Adrien — ela colocou sua mão no meu ombro, sorrindo — entendo o que é passar vergonha, vai por mim, eu entendo mesmo.

Ri ao ver que ela queria me tranquilizar.

— Vim aqui só... para conversar — se jogou na cama, suspirando — eu vi que você e Kagami não estão mais namorando. Isso é sério? — ela se sentou na cama, arqueando uma sobrancelha.

— É sim, eu amo ela, mas apenas como uma amiga. Pensei que seria capaz de amá-la, mas se continuássemos juntos, eu estaria enganando ela...

— As vezes me pergunto se isso poderia acontecer entre a gente — ela apoiou sua cabeça na sua mão, e seu cotovelo na perna.

— Como assim?

— Me lembro muito bem de você me pedindo conselhos sobre ela, todo apaixonado, e agora?

— Marinette, são coisas totalmente diferentes. Eu amo você. — ela corou ao ouvir as palavras — mas isso não importa mais.

— Por que? — me joguei na cadeira do computador e me aproximei.

— Porque desde o dia que terminei com Kagami, desisti de você.

As palavras saíram com uma facilidade enorme, e não era minha intenção despejar isso como se fosse culpa dela.

Ela fez uma expressão triste, como se aquilo tivesse machucado ela.

— Não vou negar, eu amo muito você. Mas Luka te faz feliz, e não quero ser um obstáculo para vocês — coloquei minha mão em sua bochecha, e ela sorriu triste.

— Adrien, eu estou confusa. Eu quero terminar com ele mas... — ela suspirou, enquanto mordia o lábio.

Mas por que aquilo tinha me deixado bravo? Me afastei dela, a deixando confusa.

— Marinette, você precisa se decidir! Luka e eu não somos objetos que podem ser descartados quando você fizer sua escolha! — passei minha mão por meu cabelo.

— Você acha que não sei? É complicado! — ela se levantou, como eu.

— Você precisa ser sincera consigo mesma e com seus sentimentos!

Ela fez uma expressão brava. Com certeza estava cansada de ouvir isso. Então ela saiu pela janela, e passei novamente minha mão por meus cabelos.

— Fui grosso?

— Até demais! — Plagg respondeu, comendo um queijo. Mordi os lábios preocupado, e ele suspirou — vai atrás dela!

Com suas palavras me garantindo que ele ficaria bem, me transformei e fui até seu quarto.

Pensei que ela fosse estar ali, me enganando completamente.

Mas o que me deparei, me surpreendeu.

No quarto dela, tinha várias coisas sobre Hawk Moth, assim como eu estava fazendo. Mas ela estava mais avançada.

No centro do quadro, o nome Gabriel Agreste estava escrito.

Engoli em seco. Olhei ao redor, garantindo que estava sozinho. Comecei a olhar todas aquelas informações.

Tudo indicava à ele. Absolutamente tudo.

Ela não tinha falhado em nada. O que me deixava curioso.

Parecia que ela estava a mais tempo estudando sobre meu pai ser Hawk Moth, do que outras pessoas serem. Isso significava que ela de alguma forma, sabia?

Passou muitos minutos, e ela não chegava. Suspirei, preocupado. Sentei-me na cama, tampando meu rosto com as mãos.

— Por favor me diga que não leu isso tudo — olhei para o lado, vendo Ladybug ali — oh não, você viu... Era para eu te contar.

Bufei bravo e corri até ela. Abracei, sendo retribuído.

— Onde estava? Fiquei preocupado.

— Fui ver Luka — engoli em seco ao ouvir o nome do menino, me afastei dela, esperando que ela continuasse — eu... terminei com ele.

Parecia que um peso tinha sido retirado das minhas costas. Ouvir aquelas simples palavras me deixou incrivelmente feliz, mas tentei não demonstrar.

— É sério?  Poxa vida, você deve estar se sentindo horrível e...

— Para de fingir, eu sei que você não se sente triste por mim — ela riu, e eu acompanhei.

Quando paramos de rir, eu a olhei nos olhos. Será que eu poderia? Não custava tentar, não é?

Me aproximei dela, pronto para beijá-la, quando ela se afastou, me deixando frustado.

— Preciso te contar algo antes. — resmunguei um ok, esperando ela continuar. Ao me ver confuso, ela termina — sobre um futuro que não ocorreu.

Deixei a cabeça cair para o lado. Ela suspirou, se destranformou e me puxou para sentarmos na cama.

Assim como ela, me destranformei, e comecei a ouvir toda a história.

Chat Blanc. Esse nome era conhecido. E agora ela tinha resolvido contar sobre.

Ela contou como foi, e contou o que imaginava que tivesse acontecido entre nós para eu ter sido akumatizado.

Tudo aquilo era confuso demais para mim. Fechei meus olhos e coloquei meu dedo indicador na boca dela, pedindo para ela parar.

Suspirei, organizando tudo aquilo. Era muita coisa para raciocinar. Logo ela tirou minha mão e continuou a contar, chegando no dia que ela foi akumatizada, e que tinha visto Nathalie.

— Então você está me dizendo que tinha uma pista sobre Hawk Moth e só agora vem me contar? — interrompi sua fala, me levantando bravo.

— Eu não podia contar, não sabia as consequências disso. Era para seu bem.

— "Meu bem". Todos dizem isso, mas são esses segredos que me fazem descer para o fundo do poço.

— Não fala isso, Adrien. Se está me comparando com seu pai, está errando feio! — ela se levantou, brava.

Eu não queria brigar com ela. Não depois de tudo. Então me tranformei e saí dali.

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Ma Ladybug.Onde histórias criam vida. Descubra agora