Capítulo 7.

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Ouvi ela fungar, mostrando que estava chorando. Logo meu peito doeu, com medo de tê-la magoado.

Me aproximei, engolindo em seco. Me sentei ao seu lado, a fazendo se assustar.

Ladybug me olhou, com lágrimas escorrendo. Puxei-a para um abraço apertado.

— Me perdoa, My Lady. Eu devia te proteger, não te magoar. — sussurrei baixinho, sentindo as lágrimas virem.

— Não estou chorando por isso, Adrien. — ela se afastou, me encarando — estou com medo. Medo do que vamos enfrentar.

Eu assenti, sabendo do que ela falava. Voltei a abraçar, até que seu choro -e o meu- fosse cessado.

Assim que paramos, ela fungou uma última vez, me encarando.

— Preciso te contar a verdade. Tudo. — a menina me encarou determinada.

Assenti confuso, esperando que ela continuasse.

— Adrien, eu precisei lutar contra isso, e você não sabe o quanto me machucou. Mas, somos super-heróis, e o dever de proteger nossa cidade sempre vem em primeiro lugar. Eu queria ter gritado para o mundo que te amava, e contar para você que o que... O que eu... E- eu mais q- queria era fi- ficar co- com você! — Marinette confessou, gaguejando e perdendo a coragem — mas eu não queria correr riscos. Eu só fiquei com Luka porque não tive coragem de enfrentá-lo e pedir para terminar. Eu amo você, e sempre será você que terá meu amor, e que será dono de todos os meus pensamentos. — ela sussurrou enquanto uma lágrima escorria. Logo a limpei e a puxei para um abraço.

Ela conseguia ser incrível até quando não precisava. Ela pensava nos outros quando todos abriríam mão disso pela felicidade.

Marinette Dupain-Cheng era incrível. Minha Lady era incrível. E eu a amava.

Ela seria a mulher da minha vida, para sempre, e eu faria até o impossível para isso.

Nada mais seria capaz de me separar dela.

Para sempre ela seria minha Ladybug, e eu, seu Chat Noir.

Mas isso não significava o fim, longe disso.

Antes precisaríamos enfrentar Gabriel Agreste, meu pai. O tão temido, Hawk Moth, meu inimigo.

E eu enfrentaria qualquer pessoa e desafio por ela, e apenas ela.

———•———

Quando cheguei em casa, tudo parecia diferente.

A mansão parecia mais sombria e solitária. As cores usadas para decorar o lugar pareciam mais estranhas e frias.

Tudo ali me dava calafrio, principalmente meu pai.

Ainda não tinha coragem de encarar ele nos olhos, tão pouco esperava fazer isso cedo.

Quando entrei no meu quarto e me destranformei, comecei a rasgar tudo que podia ser sobre Hawk Moth.

As lágrimas escorriam depressa. Pegava tudo em minha frente e jogava, enquanto na porta do meu quarto, meu pai e Nathalie gritavam desesperados.

Eu havia trancado a porta.

O Gorila tentava quebrar a porta, sem sucesso.

Sua proteção comigo te levou a ruína, pai.

Assim que descontei minha raiva, caí no chão, chorando.

Meu pai era Hawk Moth.

Meu pai prefiria causar o mal do que escolher à mim. Seu filho. O único.

O que minha mãe acharia disso? Normal?

Por que ele fazia isso?

Assim que a porta foi aberta, não movi um dedo. Sentia a tensão por todo o quarto.

— O que pensa que está fazendo? — Gabriel perguntou, raivoso.

— O que você acha que é? — devolvi com uma pergunta, o encarando.

Ele pareceu notar minhas lágrimas, mudando sua expressão raivosa para uma triste. Tentou se aproximar de mim, mas me afastei.

— Não toca em mim! — gritei desesperado.

— Filho, eu não entendo.... Eu...

— Eu te odeio, pai! Eu odeio você! Eu odeio com todas as minhas forças. Você é o pior ser humano dessa terra, Gabriel Agreste! — senti as lágrimas descendo enquanto gritava olhando em seus olhos.

Ele me encarou, parecendo magoado.

— Queria que tivesse sido você invés da mamãe. Ela merecia o mundo, ela deveria ter sua vida. Não um homem que acha correto usar os sentimentos dos outros apenas para satisfazer um prazer secreto.

Eu já não ligava se podia ser prejudicial para um possível plano, contar que eu sabia que ele era Hawk Moth. Queria jogar todas as palavras para fora de mim.

Meu pai pareceu perceber do que se tratava, tentava se acalmar.

— Filho, eu...

— Filho nada! Me deixa em paz! — gritei, pegando minhas coisas e saindo dali.

Era esse o preço que ele pagaria por querer os Miraculous.

A perca da sua última e única família, eu.

Ele não tentou me impedir, ou pelo menos era isso que eu achava.

Até ver toda mansão virar uma prisão, e o chão em baixo de mim, desabar.

Quando cheguei em um local escuro, senti um cheiro estranho, até desmaiar e não ver mais nada.

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Ma Ladybug.Onde histórias criam vida. Descubra agora