Na Fanfic Era Diferente | jjk + pjm

Explicações

Eu vivi um momento de pura agonia enquanto Jimin não saiu do banheiro por quase uma hora.

O pior de tudo, foi não compreender o que estava acontecendo naquela situação toda. Jimin nem mesmo me olhou ao sair do banheiro, ele só ajeitou as cobertas e deitou.

— Amor... o que aconteceu? — Perguntei ainda em pé, ao lado da cama.

— Não houve nada. — Afirmou, segurando minha mão mesmo sem me olhar. Aquilo doía tanto. — Deita aqui no meu peito, sim? Vou te dar carinho.

Eu não era idiota, sabia que tinha sim algo de errado, mas não iria pressionar o meu amor. O melhor a se fazer era dar um tempo para que ele conseguisse entender o que estava sentindo para só então me contar. Quando se sentisse pronto, ele iria desabafar e disso eu tinha certeza.

Posso não ser bom em ler o meu amor cem por cento, mas ao menos eu sei que no nosso relacionamento nós funcionamos dessa forma. Nós damos tempo um ao outro e conversamos quando o momento certo chega. É simples e funciona para nós.

— Jimin hyung...

Ele já estava quase dormindo quando o chamei, mas eu precisava colocar para fora a vontade que se apossou de mim de repente. Era algo que ainda me prendia ao passado e eu queria deixar para trás logo.

— Diga, bebê.

— Você pode... apagar a luz?

Jimin me olhou incerto, foi a nossa primeira troca de olhares desde que saímos da sala dos espelhos, e eu senti tanta dor de olhar para aqueles olhinhos lindos, que quase comecei a chorar. Meu amor estava com algo muito sério em seus pensamentos, porque era nítido que ele estava tudo, menos bem.

— Você tem certeza, Jungkookie? — Indagou, então. — Não me importo de deixar a luz acesa.

— Eu quero tentar. — Afirmei, mesmo que estivesse um tanto assustado por dentro. — Se é com você, eu me sinto seguro.

Jimin depositou um beijo na minha testa antes de fazer o que eu pedi, apagando o abajur que era a única iluminação no quarto. No mesmo instante grudei seu corpo com mais força, porque me sentia nervoso como nunca, mas... logo eu relaxei, porque eu não precisava ter medo.

O problema nunca foi o escuro, foi a situação, a pessoa que me deixou lá dentro.

Logo, como eu estava com Jimin, não tinha porquê temer.

Minha única preocupação era o porquê de ele estar daquele jeito. Ficar nessa situação com ele foi extremamente desagradável, porque eu não dormi quase nada durante a noite e, todo o tempo em que eu estava acordado, eu sentia Jimin me fazendo carinho e depositando selares na minha testa e nos meus cabelos, ou nos ombros e nuca nos momentos em que estávamos de conchinha.

Tudo estava muito estranho.

Só que eu só fui entender o que estava acontecendo quando a segunda-feira chegou. O nosso final de semana tinha sido ótimo e nós havíamos nos distraído muito. Eu fiz Jimin rir e isso me deixou muito mais tranquilo do que eu estava até então. Mas aí, após o almoço, Jisoo me deu um saquinho com folhas dentro e pediu que eu entregasse a Jimin.

Eu passei os olhos pela primeira folha apenas por curiosidade mesmo e quase derrubei tudo no meio do caminho entre Jisoo e a sala que eu dividia com o meu namorado. Tudo paralisou. Tudo parou. Eu me senti petrificar por inteiro.

E eu nunca adentrei aquela sala com tanta pressa quanto naquele instante, sentindo cada partícula do meu ser tremelicar. Aquilo só podia ser brincadeira.

— Que porra é essa? — Perguntei ainda tentando manter a calma, vendo o semblante confuso de Jimin. Larguei o saco de folhas em cima da sua mesa. — Em uma semana você vai viajar para América do Norte toda, vários países da Europa, Austrália, China, Japão, Tailândia, Índia... você vai ficar longe entre quatro e seis meses e quando pensou em abrir a boca e me contar?