Praise.

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"Everywhere I look I catch a glimpse of you."

As chamas da lareira iluminavam o quarto escuro. Algumas um laranja forte, outras um amarelo mais fraco. O ômega se lembrava de assistir a fogueira com Niall e Zayn no vilarejo às noites. Eles brincavam, conversavam e se aqueciam. Louis não reclamava da sua vida, ele gostava da simplicidade e de andar com os pés descalços.

Agora encarando a lareira bonita a sua frente, o fogo até podia ser parecido, mas todo o restante era completamente diferente.

O ômega se ajeitou na cama, levando os joelhos para perto do peito e apoiando o queixo nos mesmos. Desde que havia acordado, ele debatia se descia a procura do alpha, ou se tomava um banho e apenas esperava por ele quietinho.

Ele se levantou, apertando a roupa no peito e sentindo o cheiro forte do alpha nela. Na verdade o cheiro do príncipe estava em todo o ômega. Harry tinha o costume de dormir com seus corpos praticamente fundidos, e ele resmungava e rosnava baixo, quando durante a madrugada, o ômega se remexia. Provavelmente pensando que Louis sairia do abraço.

O ômega abriu um pouco as cortinas, era difícil, porque a cortina era pesada e grande. Louis nunca deixava de se maravilhar com a estrutura do castelo. Tudo era tão alto, as paredes erguidas tão longe que o pescoço do ômega doía todo vez que olhava para os candelabros que iluminavam o lugar.

Ele sorriu baixo quando conseguiu avistar Liam no jardim. O soldado estava regando as flores, como Louis se lembrava. Parecia que estava cantarolando alguma coisa também, estava um pouco longe, então o ômega não conseguira ler os lábios do alpha.

Era engraçado lembrar de Liam, um alpha, um soldado da família real e braço direito do príncipe, como uma pessoa que plantava e regava flores tão delicadas quanto àquelas. Louis realmente não poderia julgar as pessoas pelo o que elas aparentavam. 

Ele decidiu que tomaria um banho e desceria para ajudar Liam a cuidar do jardim, ele podia aproveitar e perguntar se ele sabia onde o alpha estava e se ele demoraria a chegar.

Ainda era difícil física e psicologicamente para o ômega ficar longe do alpha. Louis sentia como se estivesse, literalmente, faltando uma parte de si. Era estranho. Um sentimento que o ômega não estava familiarizado e gostaria de nunca estar. 

Antes de tirar as roupas, ele ponderou se Harry ficaria muito chateado se ele tentasse tomar um banho na piscina-

Piscina não, ele se corrigiu mentalmente, banheira.

Era complicado de encher, Louis tentou abrir a torneira mas a água simplesmente não ficava lá.

Ele desistiu, apenas tomou uma longa ducha e deixou que a água gelada levasse um pouco do seu cansaço, e com um pouco de martírio ele admitiu, o cheiro do alpha também. 

Enrolado na toalha, ele encarou a porta grande do quarto do príncipe e então seu closet, repetidas vezes. Por mais que o alpha demonstrasse que gostava que Louis usasse suas roupas, o ômega ainda não se sentia muito confortável em abrir o armário do alpha e procurar por elas. Ele sentia como se estivesse invadindo a privacidade do príncipe, de alguma forma.

E suas roupas estavam demorando um pouco para chegar.

Ele não sabia exatamente qual era o processo para a criação disso. Ele tinha visto sua mãe costurar às vezes, e não demorava muito. 

De qualquer forma, ele não teve muita escolha. Precisava descer e não poderia se estivesse apenas enrolado em uma toalha. Ele escolheu roupas largas, ele gostava quando não conseguia enxergar suas mãos. Fora que, era mais fácil quando ele queria inspirar o cheiro do alpha, levar as mangas até o rosto e inspirar suavemente. Era discreto e as pessoas não percebiam. 

AFFECTION | l.s aboOnde histórias criam vida. Descubra agora