Cry.

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"As long as you're with me you'll be just fine."

– Como você está se sentindo? – Gemma perguntou suavemente, assim que Harry abrira os olhos. Ela imediatamente se sentou ao seu lado, e lhe acariciou os cabelos. 

Preocupação era evidente no seu rosto, assim como no de todas as pessoas que estavam no quarto do príncipe; o rei, Liam e Theo. Todos eles aguardavam ansiosos o momento que Harry iria despertar, visto que o médico dissera entre duas e três horas, e já haviam se passado cinco.

Os três suspiraram quase ao mesmo tempo no momento em que o príncipe mexeu as mãos e seus cílios tremulicaram, permitindo que eles vissem enquanto aos poucos os olhos verdes ganhavam consciência.

Harry sentia sua boca seca, seus lábios rachados quando ele tentou lambê-los, apenas para mover uma parte do seu corpo que não tivesse toda coberta por ataduras, como todo o seu tronco e seu antebraço esquerdo. Tentou se lembrar do que realmente havia acontecido e as memórias passavam descoordenadas pela sua mente.

Ele recordava da manifestação e da faca na sua costela, mas seu braço?

– Liam, o que aconteceu? – Harry tentou sentar na cama mas era impossível. Ele havia se mexido apenas alguns centímetros e foi arrebatado por uma dor excruciante.

Ele deitou novamente, amaldiçoando baixo, sentindo seu lobo gemer de dor.

Liam se aproximou e cuidadosamente envolveu seus ombros e segurou em seu braço que não estava machucado para ajudá-lo a se sentar. Doía, mas a dor era bem menor. Parecia que o soldado sabia exatamente o que fazer.

– Do que você se lembra? – Liam perguntou, com uma sobrancelha arqueada, parecendo de repente muito mais velho do que realmente era.

Harry tentou mexer a cabeça e merda! Até seu pescoço doía.

– Lembro da manifestação, lembro da facada, mas... – o alpha apontou com o queixo para seu braço enfaixado e pegou o momento exato em que o soldado trocara um olhar com o rei. – Alguém vai me dizer o que está acontecendo ou eu vou ter que descobrir sozinho? – ele perguntou mais uma vez, não gostando nada dos olhares que estava recebendo.

Estava acostumado com toda a atenção, mas aqueles quatro pares de olhos o encarando com estranheza e preocupação era demais.

– Você caiu, filho. – Des se pronunciou, sua voz mais rouca do que o normal. Harry reparou nas feições do pai, como se o rei houvesse chorado. Suas bochechas estavam coradas e seus olhos vermelhos. – Quando estava chegando aqui, acabei distraindo Liam com uma sessão de perguntas e você escapou dos seus braços. Me desculpe.

Harry demorou um pouco para assimilar aquilo. Provavelmente já estava desacordado quando caíra.

Ele olhou para Gemma e para Theo e tentou lhes dar um meio sorriso para acalmar um pouco as duas. Conseguia sentir em seu peito toda a agitação da loba da sua irmã e em Theo era notório pelo jeito que ela balançava as pernas e mordia os lábios.

Fora que ela não estava usando seus habituais lenços no cabelo.

– Não precisa se desculpar. Dr. Heart veio aqui? Já está tudo bem? – ele perguntou.

Liam concordou com um movimento de cabeça.

– Está tudo bem agora. Ele retirou a faca com cuidado, esterelizou, fez os devidos curativos. – Liam sorriu, apaziguador e aliviado. – Disse que você teve sorte porque o corte não foi profundo e a retirada da faca não causou hemorragia interna ou externa. Mas achou que seria melhor enfaixar você para o caso de uma infecção. Seu braço também, você apenas torceu o pulso.

AFFECTION | l.s aboOnde histórias criam vida. Descubra agora