Conversations.

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"It's not living if it's not with you."

Harry não sabia o que fazer. 

O alpha sentia suas mãos trêmulas, ainda segurando o pequeno envelope nas mãos. Então, fechando os olhos por alguns segundos, ele imaginou como seria deslizar um anel de zafira sobre o fino dedo indicador do ômega; como Louis coraria bonito quando o padre dissesse que eles poderiam se beijar; como ele estaria radiante e orgulhoso assinando o nome na linha pontilhada.

Seu coração se enchia de um sentimento que estava sempre presente quando ele pensava no ômega, mas disparava como uma bala de canhão quando o alpha se imaginava o chamando de esposo. 

Era quase surreal.

Mas Harry sabia que não era. Que, apesar de sequer ter feito a pergunta, seu ômega estava disposto a se casar com ele. 

Ele tentou imaginar Louis ouvindo atrás da porta as conversas que tivera com Gemma e com o rei, mas era difícil pensar no ômega dessa forma. Porém, imaginar que algum deles teve a coragem de contrariá-lo e falar diretamente com Louis fazia seu sangue ferver.

Por isso, o príncipe dobrou o envelope com o maior cuidado possível e o guardou no bolso do sobretudo, saindo da pequena sala logo depois, buscando pelo cheiro característico do seu ômega. Sem dúvidas de que Louis estaria no jardim ou então em seu quarto, eram os dois lugares preferidos do ômega no castelo. E fazia pouco tempo desde que o cio do ômega terminara, então ele ainda se sentia cansado facilmente e frequentemente poderia ser encontrado deitadinho no meio da cama, com roupas do alpha o cercando. 

Uma visão que vivia na mente do alpha.

Seu ômega encolhido na cama, o cheiro doce misturado com o cheiro mais amadeirado do alpha, aquela combinação que ele tanto gostava, como se fosse quase impossível decifrar qual cheiro era de quem. Como se fosse um só. 

Como se eles fossem um só.

Porém, quando o príncipe deu duas batidinhas na porta e entrou no cômodo, notou que a janela estava aberta e as cortinas também, enquanto Louis estava sentado de frente para a escrivaninha, rabiscando algo bem concentrado.

O inverno já havia ido embora, mas o clima na Inglaterra ainda estava frio. O sol aparecia nas primeiras horas do dia e antes mesmo da manhã terminar, já estava se despedindo. 

Harry apenas enxergava o perfil do filhote, mas podia ver os lábios em um bico pequeno e as sobrancelhas franzidas, o ômega focado completamente, as narinas tremelicando, reconhecendo o cheiro do seu alpha. 

Devagar, Louis levantou os olhos e seu bico se transformou em um sorriso fraco e tímido. 

- Oi. - ele disse baixo, deixando a caneta cair da sua mão suavemente. 

O alpha fechou a porta atrás de si, e com as mãos nos bolsos, se aproximou do ômega. A luz do sol fraca que entrava pela janela iluminava uma parte do rosto de Louis, enquanto o outro lado da sua face ficava no sombra. 

Ás vezes Harry se questionava se havia mesmo essa diferença, se havia mesmo dois Louis'. O que ele se lembrava de ter conhecido no vilarejo, tímido, mas que usava sua voz quando tinha que usar, que repreendera Zayn diversas vezes, que cantarolava para as gêmeas, que corria livre e descalço como um filhote junto de Niall. E o Louis que vivia agora no castelo. Ainda mais tímido, recluso, que se movia graciosamente por todos os lugares, que estava aprendendo a ler e a escrever, o que aceitava um pedido de casamento que nunca foi feito. 

Harry se perguntou se haveria um terceiro Louis em algum lugar depois que eles se casassem, e se esse Louis seria feliz. 

Guardando todos os seus questionamentos para si, tudo o que ele disse quando chegou perto do ômega foi:

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⏰ Última atualização: Jun 25, 2022 ⏰

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AFFECTION | l.s aboOnde histórias criam vida. Descubra agora