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Inspirado na minissérie da Globo.
Trilha sonora nesse capítulo.

Plágio não!

Minissérie em apenas dez capítulos.

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A maioria das mulheres tentam entender as outras mulheres, ainda mais como amantes de seus maridos! Eu nunca pensei que o Marcelo fosse o cara errado mas ele era, pra variar. Chegamos a um estado que não desejo pra nenhuma mulher, ainda mais a casada e que honra a aliança que circula o dedo. Se quer saber, na verdade, eu me sinto um nojo, uma pessoa feia, uma mulher cansada sentimentalmente, estou abalada com o que eu soube e pior ainda, da forma que soube.

Marcelo chega em casa tarde da noite, com cheiro de vinho e marcas de batom pela gola da camisa branca. Eu nunca me posicionei a frente disso, quero dizer, nunca falei nada, eu finjo que não vejo... Simplesmente, por ser apaixonada por dele e a cada dia sofro a minha paixão mais e mais.

Estou em casa, novamente sozinha, ergo meu copo de vinho sentada no piano, rio das minhas próprias piadas e choro das minhas próprias tristezas. Ouço o barulho da porta e me viro pra trás, era ele, novamente com a camisa suja e o pescoço borrado de batom.

- Boa noite! - com passos curtos e grossos ele se encaminha pro quarto.

- Boa... - sussurrei, mas ele já não estava mais na sala.

Terminei meu copo de vinho, e pretendia enchê-lo mais algumas vezes. Aquela garrafa de Beringer já estava no final e eu, se pudesse, abriria mais umas duas. Além de boas condições, Marcelo nunca foi de misérias, ele adora se fartar com o melhor. Mergulhei as mãos no piano e toquei Prelude bem devagar, espantei a dor ou chamei-a novamente, vai saber, quem sabe? Já nem sei mais!

Levantei-me devagar e abri a blusa de botão, fui até a cozinha escorei na pia e chorei novamente. Já não havia mais diálogos, somente o silêncio e a minha dor, já não podia mais chorar por ele. Chorar por alguém que não me quer, que falha a minha!

- O que foi, Joana? - disse com a voz grossa. Puxei o choro e tentei engolir as lágrimas. - Chorando de novo? Qual é o seu problema?

- Problema algum, Marcelo. - me virei pra ele e, praticamente, com os seios de fora ele não me olhava com desejo algum.

- Então para de chorar já que não tem problema. Eu tô tentando dormir! - virou as costas pra mim e a presença dele se foi. Novamente, eu.

Depois de um banho longo na banheira, choramingando pelos cantos, tive que encarar a pior lição de todas: deitar na mesma cama que Marcelo e sorrir como se nada estivesse acontecendo. Ao deitar na cama e vê-lo de costas pra mim, me doía mais ainda, era como uma facada, como um tapa na cara de alguém que só queria ajudar. Mais uma noite foi gasta somente pelas minhas imaginações, meus bons pensamentos imaginando uma vida digna e apaixonada com ele. Minhas olheiras já fazia parte do meu rosto, era minha maquiagem preferida e ele adorava vê-la em meu rosto, pelo visto, lhe causava bem vê-las aqui fixas.

Marcelo sairia cedo como sempre e eu não iria ficar em casa, não mais, não ficariaa aqui uma vez curtindo a solidão. Iria sair, ver a cidade, ver rostos e as paisagens, iria curtir com o fruto do que plantamos. Esse império todo ele não construiu sozinho, eu mais do que ninguém, estava do lado dele, somente dele e por trás alguém estava usando isso no meu lugar. Provavelmente, esse alguém rindo de mim e dos meus lamentos, rindo por não ser ela que está no meu lugar, preciso parar de pensar nessas coisas antes que me torne uma louca o suficiente para matá-los.

Levantei-me, e adivinha? O que dormiu comigo já não estava mais lá, sorte ou azar? Ainda não decifrei com cautela. Depois de uma higiene rápida me enfiei em um vestido florido, acompanhando o dia de Sol, peguei a bolsa, óculos escuros e um chapéu branco arredondado que minha mãe deixou antes da morte, calcei uma rasteirinha branca e saí dali com um dos carros do Marcelo, não me daria o desgosto de sair de táxi de novo. Entrei na BMW 325ia dele e acelerei em direção a praia e Copacabana, uma das minhas favoritas, sem contar que um ótimo lugar pra ver rostos.

Atravessei a cidade e chegando em Copa estacionei no meu quiosque predileto, era de uma velha amiga que sofreu um acidente e não resistiu, os filhos dela tomam conta do lugar.

- César? - chamei o menino que ficava de costas dentro do quiosque, aliás, menino não, garotão! Ele se virou e sorriu amplamente, tão largo o sorriso que eu poderia contar os dentes.

- Olha... Joana! Como você está apresentável hoje... - me devorou com os olhos. César é aquele tipo de cara que você tem desejos sexuais mas que não consegue vê-lo como só seu.

- Que isso, sem formalidade! - sorri sem graça. Qual mulher que não gostaria de ser cantada por esse cara? Fala sério. - Pode me dar um suco de laranja? - ele balançou a cabeça positivamente e foi aos afazeres.

Naquele mesmo dia, com falta do que fazer, após o fechamento do quiosque, - acredite, fiquei lá até anoitecer. - César me enfiou lá dentro e eu tentei fazer uma transa louca com ele mas Marcelo não saia da minha cabeça.

- Olha, César, calma... - a cabeça dele sumia pelo meu pescoço e ele sussurrava coisas absurdas no meu ouvido. - César! - gritei e o empurrei.

- O que foi? Fiz algo de errado? - virou a boca de lado e apoiou as mãos no balcão.

- Eu não consigo... Desculpa! - bati o pé e saí furiosa de lá. Furiosa por não conseguir, enquanto Marcelo se deita com milhares de garotas de programa.

Foi quando atropecei em uma pedra inexistente e fui catanto cavaca por alguns centímetros, caí.

- Nossa! - ouvi passos correndo em minha direção. - Você está bem? - levantei o olhar e vi uma linda moça, cabelos sedosos e brilhosos. Ela me estendeu a mão e eu levantei com dificuldade. - Olha, você ralou os joelhos. - ela agachou perto e encarou meu joelho.

- Não foi nada... - dei uma gargalhada e ela ficou de pé. Olhou-me e também começou a rir, realmente, foi engraçado.

- Qual seu nome? - ela tentava parar de rir.

- Eu sou Joana! - olhei para o joelho e dei as minhas últimas risadas.

- Prazer, Marina.

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E ai, meu primeiro capítulo da nova fic formado! Relembrando, apenas dez capítulos que está fic terá! Estou recomeçando já que fiz o pavor de perder meu antigo perfil, não me zoem... É sério!

Então, até o próximo capítulo!

P.s: Relevem os erros... É apenas um fic sem a vistoria de erros.

FELIZES PRA SEMPRE?Onde histórias criam vida. Descubra agora