"No amor há momentos
Que temos que dizer um para o outro:
Decida!"Lésbicas são a prova de que o tamanho não importa. Não é Marina? Agora ela não sai da minha cabeça, não paro e pensar nela. E seria um trauma se o Marcelo soubesse que sou mais fã de uma gata do que dele. Vingança se paga com a mesma moeda. Não que eu esteja fazendo de vingança, Marina, realmente é importante.
Domingo, eu pedi que chegasse cedo, tentei permanecer a mesma Joana. No fundo, pouco me importava. Ele chegou tarde e eu na estava deitada, por fim, ele se deitou também, antes tomou um banho. Levantei segunda bem cedo, tomei um banho lento e demorado, vesti uma blusa sem manga cor de pele, uma calça jeans boca larga e um salto. Decidi que não usaria mais o que era do Marcelo. Joguei minha bolsa no banco carona da minha BMW X1 e dei partida no motor. Marcelo me olhava do canto da janela, foi quando devolvi um dedo do meio e em seguida eu ri.
Antes, como era cedo, passei no shopping pra comprar um vestido apresentável para ficar ao lado de Marcelo na empresa, por mais que não quisesse. Acabei optando por uma blusa branca perolada, uma saia salmão e um salto de oncinha. Estava prestes a comprar um sorvete de casquinha quando meu celular tocou. Sorri ao ver quem era.
- Bom dia, meu amor... - sai lentamente da fila em direção ao carro.
- Bom dia! - ronronei de volta, risonha.
- Nosso almoço está de pé?
- Claro! - virei a boca de lado e dei uma risada.
- Saudades de você...
- Eu o mesmo de você. - entrei no carro e bati a porta.
- Onde você tá?
- Vim no shopping... Amanhã tem festa na empresa do Marcelo, ele me pediu pra que eu fosse.
- Ah... - silenciou. - Então, no Aprazível? - entre gagueiras, saiu o nome do restaurante.
- Por mim tudo bem... Até as uma e meia?
- Isso. Até! Beijos. - desligamos.
O restaurante era em Santa Teresa e eu fui bem devagar tentando fazer hora pra não ter que voltar em casa. Não entendi o motivo do nervosismo da Marina do outro lado da linha. Vai ver, ela só não queira que eu vá.
Aproximei-me do restaurante, estacionando ao lado, entrei e pedi uma mesa pra dois lugares. Sentei-me e por lá fiquei. Bebi duas taças de vinho e fiquei imaginando aquela noite na casa dela... Por fim, sorri ao vê-la na minha frente.
- A hora passou rápido! - murmurei.
- Ótimo... Só espero que ela demore enquanto estamos juntas. - ela sorriu, veio até mim e me deu um beijo molhado e quente no canto da orelha. Arrepiei-me por inteiro. Ela se sentou de frente pra mim.
- Então... Conseguiu terminar seus desenhos? - sorri de lado.
- Ah, eu e eles ainda estamos em um pé de guerra. Devo estar esquecendo de alguma coisa! - ela riu. Que risada maravilhosa.
Conversamos, rimos uma das outras e falamos dos nossos sonhos.
- No momento, meu sonho, é você, Joana. - congelei. O vinho, que antes descia maravilhosamente, entalou na metade da minha garganta.
- Que isso, Marina... Você deve ter sonhos maiores.
- Você não se acha "maior" o suficiente pra mim? - limpei a boca com o gardanapo e a encarei. - Lembra que eu te perguntei se você tinha coragem de largar o Marcelo? - balancei a cabeça positivamente. - Então, agora eu quero saber se você tem coragem de largar ele pra ficar comigo!
- O que? - assustada estava, assustada fiquei. - Não sei responder isso... - fiquei confusa e ela percebeu.
- Não posso me esconder de você... Eu não sou arquiteta... - ela respirou fundo e desviou o olhar dos meus. - Eu sou prostituta. - eu a encarei pasma. - Eu só estou fazendo uma prova pra arquiteta. - se explicou.
- Meu Deus, Marina! - tudo bem, respira Joana! Mantenha a classe.
- Mas eu te conheci... Me apaixonei. Não sei me concentrar em nada sem te ver. - Minha Nossa, me deitei com uma garota de programa.
Eu não sabia o que falar, eu não conseguia, por fim, levantei tão rápido daquela mesa e me direcionei pro carro. Pude ouvir o barulho dos garfos dela chocando o prato com força. Respirei fundo, não posso voltar atrás. O que vou fazer junto dela? Programa, também? E agora?
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FELIZES PRA SEMPRE?
RandomUma minissérie em dez capítulos. Uma trama dedicada as vidas de traição, romance, ganância e hipocrisia. Esse é o primeiro da série, sejam bem-vindos. Joana, uma mulher casada, caseira e exemplar. Marcelo, um homem casado, trabalhador mas tem seu...