FELIZES PRA SEMPRE?

08 - segunda e última parte

Problemas conjugais se resolvem na cama, era o que dizia o Marcelo. Mas até agora não foi resolvido. Orgasmo com ele? Nunca. Até chego lá, mas sozinha. E sozinha eu não acho graça.

Ficamos três anos sem sexo depois que perdi o nosso filho, quer dizer, meu filho. E depois das terapias de casais, que eu ia sozinha, me via pior ainda, mais descrente do que nunca. Marcelo falava que ia mas bem depois que o presidente acabasse com as Olimpíadas. No dia em que ele pisou dentro da sala, de terapia, ele reclamou de tudo, exatamente de tudo. Até de coisas que eu nem sabia que incomodavam.

Marcelo: Eu, Joana e uma outra mulher. Era minha tese. Eu não penso muito, só as vezes. - pausou e se levantou pra beber um copo de água - Tá bom, penso muito!

Foi isso que ele respondeu. Fiquei sem entender, mas acabei rindo no final, naquela mesma noite entramos em um site, mas eu não queria e mesmo assim ele ligou. E adivinha? Uma garota de programa estava plantada na nossa sala. Por isso tenho trauma de garotas de programa, entende? Mas será que os homens conseguem falar de outra coisa além de mulheres?  Será que rola um mundo de conversa normais entre eles? Ou será impossível não falar de buceta?  Tudo bem, deixa isso pra lá. Marcelo já teve meu coração, e eu, honrei totalmente.

As horas se passaram e eu me vesti, prontamente, pra Marcelo. Entramos no carro dele e pagamos de casal feliz. Na empresa, sorri a todos e me apresentei. Intrigante, foi a ruiva de cabelos curtos e de vestido branco que eu vi, me parecia familiar. Fiquei de conversa amolada com um dos sócios da empresa, enquanto Marcelo disse que ia pegar uma bebida.

MARCELO

Joana demora décadas pra se arrumar, não que adiantasse em algo. Entramos no carro e eu com meu sorriso malicioso só pensava em Jane e no suposto nome dela. Estacionei na garagem e descemos do carro. Empurrei Joana encima do meu sócio Gustavo, pra ter motivo pra ela me trair logo. Cruzei o olhar pela sala enorme e vi Jane, provavelmente era ela. Cabelos curtos, aquela peruca vermelha que ela adora... E que combina! Um vestido branco que desenha as curvas dela, uma delicia!

- Vou pegar bebidas! - anunciei. Fui em direção ao bar, ou Jane. Tanto faz.

Parei ao lado dela e perdi três Martine, ela imediatamente sorriu, conheceu minha voz. Olheu ora min de rabo de olho e eu mantive a cabeça ereta, tudo tinha que ser despercebido.

- Que bom que veio...

- Sua mulher é linda. Você devia estar aos pés dela! - deu um gole no drink e riu.

- E o que acha que estou fazendo? - peguei os copos e voltei pra retaguarda.

Passamos a noite assim, Jane e eu conversamos por olhares e as vezes, só as vezes, eu a beijava pelos corredores do banheiro.

JOANA

Eu já estava falando enrolado por causa do Martine que bebi, e olha... Foram tantos. A ruiva de quem falei me evitava, onde eu pisava perto ela se retirava imediatamente. Foi quando ela entrou no banheiro, pensei comigo mesma "agora não me escapa." e fui logo atrás. Abri a porta e pude ver Marina, retocando o batom.

- Marina?! - ela largou o batom no chão, que fez barulho, se espatifou totalmente, caquinhos pra todo lado. Ela me encarou sem jeito.

- Joana?!