capítulo 21

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Pela primeira vez, algo verdadeiramente milagroso aconteceu na vida de Delphini Riddle: ela encontrou o amor. Esse sentimento, que até então lhe era desconhecido, invadiu sua vida com uma força inesperada e transformadora. Acostumada a viver nas sombras, sempre cercada por segredos e desconfianças, Delphini nunca imaginou que pudesse experimentar algo tão puro e arrebatador.

Teddy Lupin foi o catalisador dessa mudança. Com seu coração generoso e sua visão que enxergava além das trevas, ele conseguiu penetrar as defesas que Delphini construíra ao longo dos anos. Aos poucos, ela percebeu que o amor não era uma fraqueza, como sempre lhe ensinaram, mas sim uma força poderosa que tinha o potencial de mudar tudo.

Delphini, que sempre acreditou que estava destinada a seguir um caminho solitário, marcado pela escuridão, encontrou em Teddy uma luz que ela não sabia que existia. O amor que cresceu entre eles não era fácil; era um desafio constante, uma luta contra suas próprias naturezas e contra o mundo que os rodeava. Mas, pela primeira vez, Delphini sentiu que tinha algo pelo qual valia a pena lutar, algo que lhe dava esperança de um futuro diferente, mais brilhante.

O amor de Teddy trouxe à tona uma parte de Delphini que ela nem sabia que possuía—uma parte que ansiava por conexão, por redenção, e, acima de tudo, por ser amada por quem ela realmente era, e não pelo que os outros esperavam dela. Foi esse milagre, essa descoberta do amor, que começou a abrir fissuras nas paredes que ela havia construído ao redor de seu coração, permitindo que a luz finalmente começasse a entrar.

Havia uma antiga profecia, sussurrada em voz baixa nos cantos mais sombrios do mundo mágico, sobre a filha de Voldemort, Delphini Riddle. Essa profecia, envolta em mistério e temida por muitos, preconizava um destino sombrio e inevitável para a herdeira do Lorde das Trevas.

Os detalhes da profecia eram fragmentados, conhecidos apenas por poucos, mas as palavras que se espalharam foram suficientes para semear medo e incerteza. A profecia dizia que a filha de Voldemort seria a chave para a ascensão de uma nova era de trevas, mais devastadora do que qualquer outra já vista. Com seu poder herdado, ela teria o potencial de terminar o que seu pai começou, trazendo destruição e caos ao mundo mágico.

Mas havia outra parte da profecia, menos conhecida e raramente mencionada, que falava de uma escolha. Essa escolha, feita pela própria Delphini, poderia mudar o curso de seu destino. Ela poderia seguir os passos de seu pai, abraçando a escuridão que corria em suas veias, ou poderia encontrar redenção e desafiar o destino que lhe fora imposto.

A profecia deixou muitos em alerta, temerosos de que Delphini, ao descobrir sua verdadeira natureza, optasse pelo caminho sombrio. No entanto, aqueles que a conheciam mais de perto—especialmente Teddy Lupin—viam nela o potencial para desafiar essa profecia, para escolher um caminho diferente.

Delphini, por sua vez, estava ciente dos rumores sobre a profecia, mas também sentia o peso de suas palavras. A escolha que ela tinha diante de si era clara: seguir o legado sombrio de Voldemort ou trilhar um caminho próprio, talvez guiada pelo amor que começara a florescer em seu coração. O que Delphini não sabia, porém, era até que ponto essa escolha impactaria não apenas seu próprio destino, mas o destino de todo o mundo mágico.

"Você pertence a mim," Tom Riddle disse com uma voz fria e autoritária, seus olhos penetrantes fixos na filha. "Sua lealdade é para comigo."

Delphini Riddle sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao ouvir as palavras de seu pai ecoarem em sua mente. Desde pequena, ela havia sido ensinada a temer e reverenciar a figura de Voldemort, o bruxo mais poderoso e temido de todos os tempos.  a sombra de seu legado continuava a pairar sobre ela, um fardo do qual parecia impossível escapar.

Tom Riddle, mesmo em sua ausência física, parecia ter deixado uma marca indelével na vida de Delphini. Suas palavras, seu poder, e a escuridão que ele personificava estavam sempre presentes, lembrando-a de quem ela era e do que se esperava dela. Mas, ao contrário do que ele pensava, Delphini não era apenas um reflexo de seu pai. Dentro dela, havia uma batalha constante entre o desejo de se libertar do destino que lhe fora imposto e a tentação de sucumbir ao poder que corria em seu sangue.

"Você pertence a mim" soava mais como uma sentença do que como uma afirmação de afeto. Para Voldemort, Delphini era um instrumento, uma continuação de seus próprios planos, uma peça crucial para garantir que sua vontade perdurasse, mesmo após sua morte. Ele via nela não uma filha, mas uma extensão de si mesmo, alguém cuja única missão era completar o que ele havia começado.

Mas Delphini, mesmo carregando o nome e o sangue de Voldemort, começava a questionar esse destino. A voz de seu pai, que uma vez a controlava, agora gerava nela uma resistência crescente. Teddy Lupin havia mostrado a ela que havia outras formas de viver, que ela poderia escolher seu próprio caminho. A lealdade que seu pai exigia começava a se transformar em um fardo que ela não queria mais carregar.

A cada dia que passava, a decisão de Delphini se tornava mais clara. Ela sabia que o confronto final com o legado de seu pai era inevitável. A escolha entre ser leal ao que ele representava ou forjar sua própria identidade se aproximava, e, pela primeira vez, Delphini sentia que talvez, apenas talvez, ela pudesse ser mais do que apenas a filha de Tom Riddle.

Deixe a Coroa Queimar (DELPHINI RIDDLE)Onde histórias criam vida. Descubra agora