|CAPÍTULO 23|

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Taki Auditore

Ver minha única família sem consciência enquanto eu não posso fazer nada para ajudá-lo é o pior sentimento do mundo.

Raphael tinha um médio corte na testa, seu lábio estava inchado e machucado, uma enorme cratera agora costurada se encontrava em sua barriga, suas mãos estão muito machucadas e na sua perna esquerda tinha um buraco de bala. Quando eu o encontrei ele estava sem seus óculos e sua espada estava quebrada na bainha.

Mais que merda aconteceu com você, Raphael?

A porta abriu e Sanji entrou com uma bandeja nas mãos e um belo sorriso acolhedor nos lábios.

-Taki-san, você não comeu nada desde o café da manhã e já são quatro horas da tarde, ou seja, são oito horas sem comer.

-Não estou com fome.- disse ao ver as muitas variedades na bandeja.- Não se preocupe, Sanji.

-Se você não comer não vai poder ajudar seu amigo.- ele se sentou na cadeira em frente a maca.- Você vai estar tão fraca e desnutrida que seu sangue não vai servir pro seu amigo.

Odiava o fato de não estar sentindo fome, mas ele tem razão. Peguei a bandeja e comi de pouco em pouco a minha parte do almoço.

-Ele é muito importante, não é?- Sanji acendeu seu cigarro.- Se não quiser falar sobre, tudo bem.

-Raphael é minha única família...- senti meus olhos arderem e pisquei rapidamente.- Ele é tudo que me resta.

-Sinto muito.....- ele me olhou com pena.- Sabe, uma vez eu fiquei preso por dois anos numa ilha cheia de travestis. Sei que não tem nada a ver mas você tinha que ver.

-É sério?- ele concordou com a cabeça e eu ri.- Como foi isso?

-No começo eu achava que eram lindas mulheres, mas depois vi que até os animais daquela ilha se vestiam de mulher, todos eram homens.- ri mais ainda e ele sorriu.- Foi uma tortura sem fim, Taki-san.

Sanji me contou a sua aventura completa na ilha cor de rosa e a cada relato eu gargalhava. Foi bom descontrair com essa história, mas eu queria Roronoa aqui me fazendo rir... bem nem tudo o que a gente quer podemos ter.

Eu continuava segurando a mão de Raphael enquanto conversava com o cozinheiro.

-Aah!- olhei para meu amigo e senti um leve aperto na mão.- N-não faça isso.

Sanji correu para chamar Chopper e eu tentei fazer meu amigo abrir os olhos.

-Rapha sou eu, Taki.- sacudia ele de leve e uma pequena esperança invadiu meu ser.- Raphael por favor... acorda, por favor.

-Taki...- Chopper entrou e chegou perto para analisá-lo.- O que aconteceu?

-Eu estava conversando com Sanji quando ele falou e apertou minha mão.- as palavras saíram igual uma metralhadora de minha boca.- Ele está acordando?????

Saí de cima da maca e o deixei trabalhar, eu andava em círculos esperando pela resposta do médico, a ansiedade estava me matando por dentro. Roronoa entrou e veio até mim, sem dá conta de meus movimentos, segurei em sua mão enquanto lutava pra não deixar as lágrimas rolarem.

Entre Máscaras E BandanasOnde histórias criam vida. Descubra agora