Capítulo Quarenta e Três

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Estava encurralada.

Não ia conseguir despistar seis guardas. Se eles pelo menos não estivessem armados...

Olhei pela sacada e vi a piscina. Se eu pulasse cairia dentro dela, mas acabaria morrendo afogada, já que não sabia nadar.

Não dava mais tempo de pensar. Os homens estavam muito próximos. Ou eu pulava e torcia para não morrer afogada, ou eu morria fuzilada.

Subi a grade da sacada e pulei. A pancada na água não doeu tanto quanto eu esperava, mas quase fui tomada por uma onda de pavor por estar submersa. A piscina era muito funda, e eu mal conseguia voltar a superfície. Me concentrei em não engoli a água da piscina e em tentar pelo menos conseguir subir a superfície e respirar. Eu até conseguia, mas afundava de novo.

- Senhorita! Senhorita Camille! - Ouvi alguém me chamar.

Olhei em direção a voz e vi um homem ainda encapuzado se agachar na beirada da piscina, esticando a mão para mim.

- Eu vim junto com a senhorita! - Ele tirou o capuz, então me lembrei que fora ele quem dirigira o carro em que eu estava. - Me dê sua mão!

Demorei bastante para conseguir chegar até ele, mas consegui e ele me tirou da água. Corremos para o norte, entrando em um corredor.

- O que deu errado no plano? - Perguntei ofegante, tocando em meu ouvido e no moletom para me certificar de que a escuta e o microfone estavam ali ainda. Estavam, mas provavelmente nem funcionariam mais.

- Lee. - Ele respondeu, fazendo uma pausa antes de continuar. - Ele falou em alto e bom som que o princípe estava aqui e falou da tatuagem no braço dele. Os homens foram conferir, mas os nossos atiraram neles para que não chegassem a tocar em Sua Alteza. Então tudo deu errado.

- Chegou a ver Brandon novamente? O Erik também? - Minha voz demonstrava minha crescente preocupação.

Ele engoliu em seco.

- Não. Sinto muito,senhorita. Mas tenho certeza de que Sua Alteza está bem. Ele foi muito bem nos treinos. Aquele seu amigo, Erik, também está bem, com certeza.

- Eu espero que esteja certo. Espero mesmo.

Continuamos a percorrer o corredor, até que nos deparamos com um dos homens de Isaac. Foi tudo muito rápido. O homem disparou, acertando o braço e depois a perna do guarda.

Antes que eu pudesse fazer qualquer movimento, ele disparou mais uma vez, acertando meu abdômen. Já estava no chão, mas ele disparou mais uma vez. Eu não tinha certeza se as balas haviam passado pelo colete, mas eu senti cada impacto delas. Ele mirou em minha cabeça, e por um instante eu pensei que estava tudo acabado. Era como se mais uma vez eu estivesse acorrentada,sem ter como me proteger, totalmente a mercê de outros.

Apenas ouvi um disparo, e então o homem caiu próximo aos meus pés, o sangue de sua cabeça jorrando, se espalhando rapidamente pelo chão. Mais atrás estava Bryan com sua arma já abaixada. A primeira reação que tive foi tocar em minha barriga à procura de sangue, mas apenas senti as balas cravadas em meu colete, então me sentei, a respiração acelerada.

- Você está bem? - Bryan perguntou olhando para mim apesar de estar se agachando ao lado do guarda baleado.

- Talvez. - Respondi - Depende de em qual sentido você pergunta.

- Psicologicamente?

- Uma merda.

- Fisicamente?

- Deplorável.

- É, estou nessa mesma situação. - Falou erguendo as sobrancelhas, e então se voltou ao guarda. - E aí, amigão? Você vai ficar bem, vai ficar bem.

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