Capítulo Trinta e Oito

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- Olha só que visita mais inesperada. - Disse ele ajeitando sua coluna.

- Ela será bem divertida. Pelo menos para mim. Quanto a você...bom,vamos ver o que acontece.

- Que comece a diversão então. - Disse ele,dando de ombros e com um sorriso no rosto.

Como ele ainda tinha coragem de sorrir depois de tudo que já fez?

- Vejo que você está muito bem. - Prosseguiu.

- Suponho que isso não seja um motivo de alegria pra você. - Falei,tirando o sobretudo e amarrando o cabelo em um rabo de cavalo.  

- Qual é o motivo dessa agradável visita? - Disse, pondo-se de pé.

- Eu não diria "agradável" se fosse você. Quanto ao motivo, saberá em breve. - Falei, cruzando os braços.

- Acho que eu te subestimei um pouco. - Falou colocando as mãos nos bolsos.

- Ah, você me subestimou completamente. Vá para aquele canto. - Falei apontando com a cabeça para onde ele deveria ir.

- E porque?

- Porque eu estou mandando. Vai para aquele canto.

Ele riu e andou lentamente para o lugar indicado.

Peguei a chave da cela e comecei a destranca-la,olhando por cima para Jack.
Entrei na cela e a fechei,mas não a tranquei. Pus a chave em meu bolso.

Jack saiu do seu lugar,mas não se aproximou de mim.
Andei lentamente até ele,ficando a pelo menos dois passos de distância.

Olhei bem para seus olhos. Enquanto eu o encarava me lembrei de cada segundo que passei em cativeiro.
Cada lágrima,as dores...o desespero,a impotência.

Dei um soco muito bem dado no rosto dele sem pensar duas vezes. Tamanha foi a força que seu corpo se curvou.

- Imagino o quão ansiosa estava para isso. - Disse ele com a mão na bochecha.

- Não sabe o quanto. - Sussurrei - E esse não será o único.

- Então veio aqui para tentar me bater?

- Tentar? - Eu ri - tentar? Eu posso te dar a maior surra. Posso te fazer nunca mais acordar, não duvide disso. - Falei enquanto arregaçava as mangas.

- Tente. Eu duvido.

O encarei por um tempo. Deferi um soco já esperando que ele segurasse meu braço,e ele o fez. Dei uma joelhada bem na boca do seu estômago quando ele menos esperava e mais uma em seu rosto,segurando sua nuca.
Ele tentou revidar um soco. Segurei seu braço e passei seu corpo por cima de minhas costas, derrubando-o. Peguei seu braço e o torci. Ele arfou.

- Ainda dúvida? - Falei,ainda torcendo seu braço.

- Então,no fim das contas você veio pra me bater. - Falou sem fôlego.

Agarrei seu colarinho e o joguei no canto da cela.
Ela não se levantou, apenas me encarava sem fôlego.

- O que você quer,afinal? - Perguntou.

- Mostrar pra você o quão covarde você é. - Falei,com um tom de desprezo - Se aproveitar da minha situação foi bom não foi? Me ameaçar ou se aproveitar de mim foi fácil não foi?! Apontar uma arma para uma mulher acorrentada e amordaçada era fácil e coveniente demais não era? Você tinha vários ao seu dispor e a situação sob seu controle. Podia fazer o que bem entendesse. Foi bem fácil pra você. Mas eu lhe garanto que se fosse em outras condições você não teria a mínima chance. Foi por isso que eu vim aqui. Te mostrar que você é um canalha,um covarde. Me achou fraca por ser uma mulher não é? Pois bem, você acabou de apanhar de uma. E quanto a Lucy e Melinda? Lembra delas?

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