Capítulo 6 - Teimosa

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As horas foram passando rapidamente, os papéis da minha pilha estavam diminuindo mais rápido do que a de Henry. Ele demorou dez minutos pra entender como a impressora funcionava, e por isso, eu tinha pelo menos vinte documentos de vantagem.

Fizemos apenas uma pausa para o almoço, e deixamos a avó dele horrorizada com a firma meio "viking" de comer. A minha mãe teria me matado se visse o jeito que eu comi, apenas para voltar mais rápido e ganhar a disputa.

Henry saiu por um instante, para ir ao banheiro, e eu fiz uma pausa para me esticar. Fechei os olhos por um segundo, massageando o pescoço dolorido.

— Não quer ajuda? — Yuri apareceu na porta, me assustando.

Eu realmente não entendia qual era a daquele garoto. Perseguir, irritar e constranger era uma forma de paquerar uma garota no século 21?

— Não me lembro de ter pedido. — resmunguei.

— Eu acho que você não é o tipo de pessoa que pede ajuda.

— Você quer parar de ficar tirando conclusões precipitadas sobre mim? Você não me conhece, mal sabe meu nome, não sabe nada sobre minha personalidade. A única coisa que você sabe, é que eu sou amiga do Henry, e parece estar muito disposto a estragar isso. — cuspi, hoje eu estava com o humor péssimo.

— Eu vou continuar tirando conclusões precipitadas até eu poder te conhecer. — ele chegou mais perto, segurando alguns papéis nas mãos.

— Então pergunte o que quer saber, e seja feliz. — falei.

— Você e Henry já ficaram? — ele foi muito direto, quase soltei uma risada.

— Que tipo de pergunta é essa? Meu Deus, nós fomos criados como irmãos! — eu tentava não rir daquela pergunta patética.

— Mas não são. — ele concluiu, arrumei a coluna.

— Não, eu nunca fiquei com o Henry. Tá feliz? — voltei minha atenção à pilha de papéis. Ele não se convencer da resposta, e por isso continuou insistindo nas babaquices.

— Então saia comigo.

— Não. — disse, não precisando pensar mais do que um segundo naquela proposta ridícula.

— Por que? — ele quis saber

— Por que eu não estou afim! — quase gritei. Ele pareceu achar graça, e deu um sorriso perturbador, que fez minha pele inteira se arrepiar.

— Você é interessante, Maria Eduarda.

De repente, a voz da minha mãe inundou a minha mente. "É a caçada". E então eu entendi o que ela estava dizendo, pois tinha um caçador bem na minha frente.

— Ah, eu sei. Mas me diga, eu sou interessante porque você realmente acha isso, ou porque eu sou a primeira mulher a dizer um não à você? — levantei os olhos para ele, como um sinal de desafio.

Ele, parecendo constrangido, se forçou a apenas me encarar por alguns minutos.

— Você vai mudar de ideia. — ele disse  antes de sumir do escritório.

Bufei. Que mania era essa de não aceitarem um "não" de cara?
A partir daquele momento, perdi totalmente a vontade de estar ali naquele lugar perturbador, e queria voltar logo para casa.

— Olha, vamos fazer o seguinte: já está tarde e eu obviamente nunca vou ganhar essa aposta. Vamos pra casa e eu peço pizza, tudo bem? — Henry disse, parecendo ouvir meus pensamentos,  ao retornar do banheiro.

— Você anda estranho... Tá aceitando perder pra mim!

— Algumas batalhas não se podem vencer, Maria. — ele suspirou, melancólico.

O Irmão Da Minha Melhor Amiga 3 Onde histórias criam vida. Descubra agora