As horas foram passando rapidamente, os papéis da minha pilha estavam diminuindo mais rápido do que a de Henry. Ele demorou dez minutos pra entender como a impressora funcionava, e por isso, eu tinha pelo menos vinte documentos de vantagem.
Fizemos apenas uma pausa para o almoço, e deixamos a avó dele horrorizada com a firma meio "viking" de comer. A minha mãe teria me matado se visse o jeito que eu comi, apenas para voltar mais rápido e ganhar a disputa.
Henry saiu por um instante, para ir ao banheiro, e eu fiz uma pausa para me esticar. Fechei os olhos por um segundo, massageando o pescoço dolorido.
— Não quer ajuda? — Yuri apareceu na porta, me assustando.
Eu realmente não entendia qual era a daquele garoto. Perseguir, irritar e constranger era uma forma de paquerar uma garota no século 21?
— Não me lembro de ter pedido. — resmunguei.
— Eu acho que você não é o tipo de pessoa que pede ajuda.
— Você quer parar de ficar tirando conclusões precipitadas sobre mim? Você não me conhece, mal sabe meu nome, não sabe nada sobre minha personalidade. A única coisa que você sabe, é que eu sou amiga do Henry, e parece estar muito disposto a estragar isso. — cuspi, hoje eu estava com o humor péssimo.
— Eu vou continuar tirando conclusões precipitadas até eu poder te conhecer. — ele chegou mais perto, segurando alguns papéis nas mãos.
— Então pergunte o que quer saber, e seja feliz. — falei.
— Você e Henry já ficaram? — ele foi muito direto, quase soltei uma risada.
— Que tipo de pergunta é essa? Meu Deus, nós fomos criados como irmãos! — eu tentava não rir daquela pergunta patética.
— Mas não são. — ele concluiu, arrumei a coluna.
— Não, eu nunca fiquei com o Henry. Tá feliz? — voltei minha atenção à pilha de papéis. Ele não se convencer da resposta, e por isso continuou insistindo nas babaquices.
— Então saia comigo.
— Não. — disse, não precisando pensar mais do que um segundo naquela proposta ridícula.
— Por que? — ele quis saber
— Por que eu não estou afim! — quase gritei. Ele pareceu achar graça, e deu um sorriso perturbador, que fez minha pele inteira se arrepiar.
— Você é interessante, Maria Eduarda.
De repente, a voz da minha mãe inundou a minha mente. "É a caçada". E então eu entendi o que ela estava dizendo, pois tinha um caçador bem na minha frente.
— Ah, eu sei. Mas me diga, eu sou interessante porque você realmente acha isso, ou porque eu sou a primeira mulher a dizer um não à você? — levantei os olhos para ele, como um sinal de desafio.
Ele, parecendo constrangido, se forçou a apenas me encarar por alguns minutos.
— Você vai mudar de ideia. — ele disse antes de sumir do escritório.
Bufei. Que mania era essa de não aceitarem um "não" de cara?
A partir daquele momento, perdi totalmente a vontade de estar ali naquele lugar perturbador, e queria voltar logo para casa.— Olha, vamos fazer o seguinte: já está tarde e eu obviamente nunca vou ganhar essa aposta. Vamos pra casa e eu peço pizza, tudo bem? — Henry disse, parecendo ouvir meus pensamentos, ao retornar do banheiro.
— Você anda estranho... Tá aceitando perder pra mim!
— Algumas batalhas não se podem vencer, Maria. — ele suspirou, melancólico.
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O Irmão Da Minha Melhor Amiga 3
CasualeContinuação do livro O irmão da minha melhor amiga. Assim como nos contos de fadas, Kate e Alissom haviam se apaixonado. Fruto desse amor, mas não dá maneira tradicional, surgiu sua filha mais velha: Duda. Uma menina doce, gentil e muito focada... f...