Minha terrível e lastimável vida sexual:
Aos doze anos dei meu primeiro beijo participando do jogo da garrafa, em um garoto que eu nem sequer gostava, mas que parecia não se importar com minha altura ser maior que a dele ou com a quantidade de sardas que habitavam meu rosto.
No oitavo ano tive alguns amassos com alguns meninos do segundo ano. Naquele tempo eu tinha catorze anos e nenhum garoto da mesma idade se interessava por mim com a desculpa de que eu era alta demais, musculosa demais, possuidora de traços menos delicados que as outras meninas. Era estranho, mas eu nunca os deixava passarem dos limites com suas mãos atrevidas.
No primeiro ano do ensino médio comecei a ser vista mais como uma garota atraente do que como as pernas de sabiá, lata de sardinha, arranha-céu, titã colossal que as pessoas zoavam quando não tinham mais nada para fazer.
E justamente nesse primeiro ano, tive meu primeiro namorado.
Um relacionamento escondido, claro, minha mãe não suportaria a ideia de ter sua filha com dezesseis anos perdendo foco com outra coisa que não fosse um boletim impecável.Se ela soubesse que apesar de suas exigências e proibições eu houvera tido experiências indecentes cedo até demais, considerando tudo, será que ela me deserdaria?
No meu primeiro namoro, tive a tão esperada relação sexual. Primeira vez. Minha mãe saiu de casa para trabalhar no período da manhã e como sempre voltava à noite, o chamei. Bebemos uma garrafa de vinho que o mesmo trouxera, ficamos somente de roupas íntimas, o rapaz afastou minha calcinha para o lado e introduziu seu membro revestido por um envoltório de látex. Ok. Foi estranho esse dia.
Minha expressão foi a de sobrancelhas franzidas, lábio superior levantado e nariz consideravelmente enrugado enquanto o rapaz se tremia muito durante seu orgasmo. Sério.
Eu já estava começando a ficar preocupada, tanto que ao seu corpo cair para o lado na cama, igualmente a um pedaço de merda, tive o reflexo de virar a cabeça na intenção de conferir o bem-estar dele.
ㅡ Foi bom? — perguntou.
Subitamente franzi as sobrancelhas pensando na resposta verdadeira para aquilo, que seria bem maldosa.
“Sexo é uma merda.” Pensei em dizer em voz alta, entretanto ser cruel nunca fez parte do meu perfil. ㅡ Aham. — ainda olhando para cima, levei minha mão até sua coxa desnuda e dei dois tapinhas.
Tiveram outras tentativas sexuais desastrosas de minha parte nesse mesmo relacionamento, mas dando um salto no tempo, no segundo ano do ensino médio, estando eu por volta dos dezessete anos, me envolvi com um rapaz que até hoje é meu amigo.
A atual dele também é. Às vezes isso soa chocante para algumas pessoas.
Aproximamo-nos através de uma resposta do garoto em um story meu e, com pouco tempo começamos a namorar. O garoto diferia de todos os outros os quais beijei, conversei e até mesmo namorei. Hugo Chaves era nada menos e nada mais que bissexual.
O que pode parecer não fazer diferença, mas quando se passa um longo período só se relacionando com homens cisgêneros que frequentemente tentam provar a sua heterossexualidade, percebe-se que existe um contraste gritante.
De qualquer forma, nada disso servia como empecilhos na nossa relação que mais parecia uma amizade. Eu gostava dele, só não sabia se estava apaixonada.
Até hoje sigo me perguntando se já estive alguma vez.
Nos nossos seis meses de namoro tentamos coisas novas no sexo, ao menos novas para mim. Como, por exemplo, o lado ativo do ato tendo-me como ministrante, algo que me trouxe uma sensação satisfatória, porém ainda não era o que eu procurava sentir transando. Não me excitava e muito menos fazia-me gozar. Eu gostava de repetir a mim mesma que o problema não estava em mim, mas talvez estivesse.
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Girls+Girls (+18) - NÃO REVISADO
Romance[NÃO RECOMENDADO P/ MENORES DE 18] Valentina nunca soube o que era prazer, seja em beijo ou na cama. Seus relacionamentos nunca deram certo pois a garota sempre demonstrava falta de interesse, como se sentisse ausência de algo. A cabeça de Valentin...