9. VALENTINA

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Durante a viagem até a casa de Emily, ficamos em silêncio. Meu nervosismo me faz achar que posso botar um ovo a qualquer momento, porém inesperadamente nota-se que Emy é a que está mais nervosa.

O barulho das chaves rodando, liberando espaço para adentrarmos a casa, é o único além de nossas respirações descompassadas.

ㅡ Tá bom. Você pode ficar aqui na sala enquanto eu preparo umas coisinhas. ㅡ informa, apertando o interruptor e ligando as luzes. Posso ver a quentura no rosto da garota, quase transpirando vergonha. É adorável.

ㅡ Ok. ㅡ dito isso ela se vira para subir as escadas, sendo puxada suavemente pelo pulso para que eu complete: ㅡ Não precisa se preocupar muito com nada. Vou ficar bem.

A vejo sorrir sem dentes, forçando suas covinhas suaves das bochechas aparecerem, me respondendo com um movimento concordativo de cabeça, entretanto algo me diz que ela vai ignorar minha recomendação.

Sento-me no sofá da sala, olho para as paredes e luzes na tentativa de passar o tempo, analisando cada pequeno detalhe que está ao alcance de minha visão. Desde as paredes pintadas de marfim até as lajotas cinzentas e quadriculadas sob meus pés.

Levanto e caminho até a cozinha para lavar minuciosamente minhas mãos. Depois disso, volto para o sofá como se nunca tivesse saído, pegando o celular disfarçadamente e visualizando algumas mensagens.

Entro nas conversas antigas com Emy.

"Você deu um show e tanto... "

Minhas bochechas queimam com as recordações de tudo que aconteceu desde a declaração da minha melhor amiga. Onde estaríamos se ela nunca tivesse acontecido?

Cruzo as pernas ao continuar a ler. Tesão me humilha.

Alguns segundos se passam comigo deslizando o polegar na tela do meu celular, até sentir cachos tocarem minha testa. É a Emily. Próxima ao meu rosto.

Será que ela percebeu o que eu estava lendo?

Emy ergue-se e estende a mão para mim. ㅡ Vem comigo, princesa. ㅡ seguro sua mão e a deixo me guiar até o quarto. Mesmo que eu já saiba de cor o caminho até sua cama.

Ao abrirmos a porta o cômodo revela-se totalmente pincelado por uma luz vermelha, que pinta até mesmo nossos corpos com sua cor. Uma playlist ecoa em volume baixo, enquanto Emily ao meu lado, ainda com a mão segurando a minha, brinca com seus cachos como um de seus típicos tiques nervosos.

ㅡ Eu gostei ㅡ digo genuinamente, quebrando o silêncio entre nós duas e recebendo uma expressão de alívio de Emily. ㅡ E agora? ㅡ seus dedos deixam os meus, dando espaço para que eu caminhe rumo a sua cama e se assente.

ㅡ E agora... ㅡ ainda de pé ela aproxima-se, repetindo o mesmo processo que o meu, por sua vez, escolhendo sentar-se no meu colo em vez do colchão.

O pânico percorre minhas veias e  fibras, corrompendo meu sistema por pensamentos e desejos impuros assim que sinto seu peso sobre mim.

Rosto perto do meu. Lábios perto dos meus. Respiração chocando contra mim. Olhos cor de oliva depositando atenção total para minha boca. Instalando um clima sexual invisível que gradativamente fica mais denso.

A puxo pela nuca para cortar nossa distância com um selinho longo, que não demora a se tornar mais que apenas um selinho conforme Emily rebola no meu colo, fazendo minhas mãos apertarem com força sua bunda e desejarem arrancar sua calça jeans.

Deslizamos os corpos até ficarmos deitadas no colchão, ainda com a mais baixa sobre mim, pressionando seu corpo no meu e internamente recordando-me de cenas da primeira vez que nos beijamos desse jeito.

Girls+Girls (+18) - NÃO REVISADOOnde histórias criam vida. Descubra agora