PRÓLOGO

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Boa tarde, meninas!!!

Estão preparadas para mais uma aventura na garupa desses motoqueiros? 

Então se acomodem e aproveitem a viagem!!!



Tomerbory, Ontário, Canadá

Treze anos antes...

Receber a notícia de que Emma estava grávida não era o que eu esperava quando voltei para casa naquele fim de semana. Casar e ser pai faziam parte dos meus planos, mas não aos dezenove anos. Merda! Eu estava começando a minha carreira militar e estava indo bem.

Bem pra caralho, na verdade.

— Você tem certeza? — perguntei, preso a um fio de esperança de que ela estivesse enganada.

— Por que está bravo comigo? — Respirei fundo e girei o corpo, arrependido por ter sido rude.

Emma não era uma garota como as que eu estava acostumado a ficar. Ela era meiga e muito sensível. Filha única e rodeada por luxo, minha namorada nasceu em berço de ouro e sempre foi tratada como uma verdadeira princesa.

— Não estou bravo, ok? — Fechei a janela e voltei para a cama. Emma estava deitada com seu corpo coberto por um lençol grosso. — Só quero...

— Você não acredita em mim? — falou ofendida, seus olhos cheios de lágrimas.

Puta merda!

Eu não era um cara delicado e me esforçava para tratá-la melhor quando estávamos juntos, mas era difícil manter a calma quando meu futuro estava em jogo. Sentei-me ao seu lado procurando palavras que pudessem expressar o que sentia sem ferir seus sentimentos.

— Você... não quer o nosso bebê, Peter? — Emma perguntou enquanto apoiava os cotovelos no colchão e me encarava com seus lindos olhos cor de chocolate. — É por isso que está tão nervoso?

— Não! — Soltei o ar dos pulmões e fechei os olhos numa tentativa de raciocinar. — Seu pai nunca vai aceitar que você seja mãe do meu filho, muito menos aos dezoito anos. Tenho que me apresentar na base daqui a uma semana e não sei quando vou ter outra folga. Preciso de tempo para encontrar um jeito de resolver tudo isso sem causar uma guerra com a sua família e manter Aiden Murphy longe da nossa vida. É por isso que estou nervoso. — Segurei seu queixo com o indicador e levantei sua cabeça, beijei seus lábios rosados, descansando minha testa na dela. — Não sei o que fazer, Em.

— Por que não fugimos? — Ela murmurou.

— Porque não temos para onde ir e você não conseguiria viver longe dos seus pais.

— Não quero tirar nosso bebê, Pet.

Apesar de meu cérebro insistir que aquela era a melhor saída, meu coração gelava só de pensar na ideia de tirar a vida do meu filho.

— Nem eu, Em, mas temos que encontrar um jeito de esconder essa gravidez por um tempo, ok?

— Você vai se casar comigo?

Quais eram as minhas opções?

Nenhuma.

Anunciar que a filha de Amelia e Eliot Walker estava grávida de Peter August Stockwell já era uma grande merda, mas se Emma contasse sobre a gravidez inesperada sem o meu suporte e a minha proteção, eu nem queria pensar no que seus pais seriam capazes de fazer com o meu filho assim que recebessem a notícia de que seriam avós, enquanto eu estivesse fora.

Nós estávamos juntos há dois anos e poucas pessoas sabiam sobre o nosso namoro. Depois que Emma dispensou Aiden para ficar comigo, nossas vidas se transformaram em um inferno, mas ela não abaixou a cabeça para as imposições do pai, nem mesmo quando teve sua mesada cortada e foi proibida de fazer o que mais amava.

Pintar, era a sua grande paixão.

Tudo para ficar comigo e eu a amava por isso.

Não podia abandoná-la quando Emma mais precisava de mim, ainda que a decisão que havia acabado de tomar colocasse um ponto final na minha carreira militar e no futuro que sempre sonhei para mim.

Entrelacei nossos dedos e depositei um beijo casto em sua mão. Meu coração ao invés de acelerar, perdeu algumas batidas quando repeti a pergunta na minha cabeça.

Quais eram as minhas opções?

Mais uma vez a resposta foi a mesma: Nenhuma.

Na ânsia de agir como um homem adulto e responsável, forcei um sorriso, tomei coragem e falei:

— Emma Elisa Walker, você aceita se casar comigo?

O largo e feliz sorriso da minha namorada deveria ter me animado, mas alguma coisa dentro do meu peito gritava sem parar, alertando de que eu iria me arrepender pelo resto da vida por ter tomado aquela decisão. E no fundo, eu sabia que a minha intuição nunca falhava.

Eu só não tinha imaginado que o arrependimento que me acompanharia por tanto tempo fosse destruir a minha alma e me transformar em um fodido filho da puta sem coração, que esperaria pacientemente pelo dia do acerto de contas definitivo.

Demorou pra caralho, mas o maldito dia, finalmente havia chegado...


CLAWS - Meu Inferno Pessoal - Série MC Black Panthers - Livro 3 (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora