OITO

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CLAWS

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CLAWS

Voltei para o quarto mais puto do que nunca.

Será que ninguém via o que estava acontecendo, porra?

Carolyn era teimosa como uma mula empacada, orgulhosa, tinha a língua afiada, desafiadora, e era muito mais forte do que pensava, mas também era a cadela mais insegura e carente que já conheci.

Ela tentava a todo custo esconder a necessidade que sentia de ser aceita e amada por todos que amava, mas era. Fodidamente era.

Contudo, preferia não acreditar e se recusava a admitir a verdade para não ser obrigada a enfrentá-la ou pior, aceitá-la, pois quando o fizesse, ela teria que abandonar a tristeza e aprender a ser feliz.

Carolyn Jones se acostumou a sofrer calada, guardar sua dor como se fosse uma relíquia, e se alimentar dela para executar seu trabalho no clube, dispensando o que fazia bem para ela e buscando constantemente o que a machucava.

A cadela era especialista em lidar com o sofrimento, mas fugia da felicidade como o diabo foge da cruz sempre que ela se aproximava.

No entanto, por toda a merda que tinha vivido desde que seu maldito pai a entregou como pagamento de uma dívida, sua visão de si mesma e das pessoas que a cercavam se tornou distorcida em um grau tão elevado, que levaria tempo para ser revertido, além de exigir muita determinação e paciência.

Merda!

Nunca fui paciente, mas por Carolyn estava determinado a tentar.

Não fiz barulho e me encostei no parapeito da janela, de frente para a cama. Enfiei as mãos nos bolsos da calça e admirei em silêncio a cadela que fingia dormir. Suas pálpebras e seus lábios trêmulos comprovavam que ela queria evitar um novo confronto, enquanto eu ansiava por ele, desesperadamente.

A camisola verde-claro cobria parcialmente o corpo magro descansando sobre o colchão, deixando suas pernas expostas dos joelhos para baixo. Os cabelos negros, curtos e rebeldes, se espalhavam no travesseiro, enquanto os olhos continuavam fechados e mais apertados do que o normal para alguém que estava relaxado e entregue ao sono.

As tatuagens à mostra deveriam servir como um falso escudo para afastá-la e protegê-la do resto do mundo, mas o verdadeiro motivo de cobrirem quase toda pele do seu corpo estava longe daquilo.

Muito longe.

— Ghost descobriu onde Aiden está escondido — falei baixo.

Não demorou nem cinco segundos para Carolyn bufar e me encarar com os olhos estreitos, irritada como sempre. Ela não falou nada, apenas ergueu as sobrancelhas esperando que eu continuasse a contar as novidades. Contive a vontade de sorrir.

Vamos brincar um pouco, contadora.

Não desviei o olhar, porém continuei em silêncio, testando sua curiosidade.

CLAWS - Meu Inferno Pessoal - Série MC Black Panthers - Livro 3 (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora