UM

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CLAWS – DIAS ATUAIS

Era a primeira vez que sairíamos todos juntos em um passeio depois da Blood Whell de Marshall Abbot e os irmãos estavam empolgados. A polícia ainda investigava o desaparecimento do prefeito de Green Hill, apesar de todas as evidências indicarem que ele tinha sido morto pelos homens de Ramiro Xavier, o traficante mexicano que prometeu se vingar do MC Black Panthers pela morte da sua filha, Miranda.

Damon estava na frente com Madison em sua garupa, à sua direita, Snake, o vice-presidente com Alana, e à sua esquerda Dumb, de volta ao seu posto de general de armas. Ghost, que se ofereceu para levar Megan, um pouco mais atrás com Trap, que aguardava a decisão do Pres para a sua nova função, e Carolyn ao seu lado, sozinha.

Como sempre, eu protegia a retaguarda dos diretores, que eram seguidos e ovacionados por mais de cinquenta membros e suas cadelas.

Inclinei a cabeça a tempo de flagrar Carolyn sorrindo na minha direção e quase perdi o fôlego pela beleza do seu largo e verdadeiro sorriso, mesmo sabendo que ele não era direcionado para mim.

Por trás dos óculos de sol, admirei o presente que ela estava me oferecendo despretensiosamente, já que era raro ver a cadela sorrir daquele jeito.

A contadora vivia de cara amarrada e se irritava com qualquer coisa com a mesma facilidade que gastava uma fortuna em um par de botas ou uma daquelas pulseiras de couro que ela amava usar e a deixavam mais sexy do que naturalmente já era.

Eu sabia que a minha presença constante na sua vida não facilitava em nada, muito pelo contrário, piorava pra caralho o seu humor, mas ela não tinha opção. Hilary, irmã de Alana, tinha contratado um assassino para matá-la a mando de Miranda.

Por minha causa.

Os irmãos repetiam a todo o momento que não tive culpa pelas merdas das duas vadias invejosas, mas a acusação silenciosa no olhar de Carolyn acenava para mim todos os dias, ainda que a cadela tentasse disfarçar sua mágoa e decepção.

Muitas vezes cogitei trancá-la no quarto e admitir em voz alta que ela tinha todas razões para me odiar e lhe dar a opção de escolher outro irmão para protegê-la, no entanto, garantir sua segurança era mais importante do que lhe oferecer de mão beijada munição extra para chutar a minha bunda.

Existia apenas um culpado pelo alvo que foi colocado em suas costas, e os irmãos não precisavam me culpar de porra nenhuma, porque eu já me culpava não apenas pelo que havia acontecido com Carolyn, mas com Stela e Emma também.

Todo o fodido tempo.

Damon ergueu o braço direito e sinalizou.

— Black Panthers, avante!

Buzinadas, gritos e assovios, ecoaram quando os portões do clube se abriram e o presidente colocou sua moto em movimento.

— Segura firme, amigão — falei para Angus, que abraçava minha cintura com força. O moleque se agitou e soltou alguns sons estranhos, comprovando o quanto estava feliz. Carolyn também gritou ao ver a felicidade estampada no rosto dele, sorrindo ainda mais. Porra! Aquela fração de minuto iria ficar guardada na minha memória para sempre.

Desde que se mudou para o clube, Angus parecia outra criança e além de me acompanhar para onde quer que eu fosse, ainda garantia que a contadora não me odiasse tanto e até me encarasse com certo orgulho.

Ganhamos a estrada e seguimos em direção à Foxmilt, onde encontraríamos os irmãos do MC Blackout. Eles se juntariam a nós para um piquenique em Long Beach, uma praia pequena e pouco movimentada que ficava ao norte da cidade.

CLAWS - Meu Inferno Pessoal - Série MC Black Panthers - Livro 3 (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora