CLAWS - Meu Inferno Pessoal - Série MC Black Panthers - Livro 3 (DEGUSTAÇÃO)

DOZE

Boa tarde, amores!!
Hoje é sexta, dia de DOUBLE 😊
Espero que gostem 🖤

CLAWS

Depois de mais uma noite sem conseguir dormir por mais de duas horas, deixei Carolyn dormindo e tomei um banho frio para espantar o cansaço. Quando Ghost e Dumb chegaram, fui até a recepção do hospital acertar a conta da internação e confirmar se a doutora Zimermam tinha autorizado a sua liberação.

Com a alta e o comprovante de pagamento em mãos, voltei ao quarto quarenta minutos mais tarde, e me deparei com a cadela já trocada, disposta e mais sorridente do que o normal. Pela troca de olhares com os irmãos, soube que eu não fui o único ao notar o esforço inútil de Carolyn para mostrar que estava bem.

Aquele não era o comportamento esperado depois da conversa que tive com a psicóloga na noite anterior, quando ela me garantiu que a cadela estava disposta a dar sequência ao tratamento que incluía sessões de terapia e medicação.

— Pegou tudo? — perguntei abruptamente sem conseguir esconder ou ao menos disfarçar minha irritação.

Carolyn inclinou a cabeça para o lado e me encarou com seus olhos negros, avaliando minha expressão, calada. Sustentei seu olhar desafiador e ergui uma sobrancelha, aceitando o desafio com prazer. Eu não tinha a menor ideia do que ela estava tramando, mas a conhecia o suficiente para me preocupar.

— Não tenho nada — respondeu dando de ombros. — Além das roupas e os produtos de higiene que vocês me trouxeram. Podemos ir.

Segurei a porta aberta e sinalizei para sairmos. Ghost passou um braço por cima do seu ombro e a conduziu para fora do quarto, depois de beijar seus cabelos e cochichar alguma coisa em seu ouvido.

Dumb os seguiu, carregando sua mochila no ombro comigo em seu encalço. O idiota lançava seu sorriso de merda para as enfermeiras que passavam por nós, como se fosse um astro de televisão.

No estacionamento, Ghost ajudou Carolyn a subir na SVU e fechou a porta do passageiro. Esperei que ele se aproximasse das duas motocicletas, onde Dumb e eu estávamos para falar:

— Vamos fazer a corrida de volta pela R-85 em vez de cortar caminho pelo centro de Foxmilt. Vocês ficam na retaguarda. Snake e Trap vão se juntar a nós no trevo da Interestadual e assumir a posição dianteira.

— Fiquem com esses fones de ouvido — disse o rastreador, entregando um dispositivo semelhante a um protetor auricular, para cada um de nós. — Meu celular está conectado ao GPS do computador do Ramiro. Vamos ouvir o sinal de alerta se um dos veículos, registrado no aplicativo, invadir o perímetro de dois quilômetros.

— O que aconteceu com ela? — Dumb perguntou enquanto encaixávamos o pequeno objeto na orelha.

— Alguma merda das grandes — Ghost respondeu desanimado. — Nunca vi a cadela sorrir daquele jeito.

Os dois me encararam, provavelmente à espera de uma explicação que eu não tinha, e ainda que tivesse, não daria.

Os irmãos teriam que aprender a lidar com a preocupação da pior forma, pois aquele segredo era de Carolyn e apenas ela tinha o direito de decidir quem deveria e merecia saber.

— Nós estamos preocupados, porra! — Dumb rosnou.

— Eu também estou.

— Você sabe o que tá acontecendo e não quer falar.

— Por que não pergunta pra ela? — Cruzei os braços e apontei com o queixo para a SUV onde Carolyn estava.

— Porque estou perguntando pra você.