Youtubers - Supercorp

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O silêncio na sala era ensurdecedor e perigoso, qualquer coisa dita no fundo da sala seria ouvida por qualquer pessoa que se encontrasse naquele recinto. As amigas de Lena todas estampavam expressões chocadas em seu rosto, pois não esperavam que a matriarca dos Luthors aparecesse ali, ou em qualquer outro lugar, já que tinha sido dada como morta recentemente. Brainy agora tinha um olhar orgulhoso no rosto, pela bela jogada de Lena ou pelo fato de ele ter descoberto a fonte dos milhões usados na fundação da L-Comics, nem ele sabia a resposta para essa questão. Diana, sempre a imbatível, foi a primeira a se recuperar do choque.

- Senhora Luthor, o que a senhora faz aqui?

- Ah, querida, guarde suas perguntas para o interrogatório- Lílian passou pelas duas advogadas que a encaravam e sentou-se no lugar que Lena havia habitado poucos minutos antes, dando um sorrisinho satisfeito – Agora, sim, querida. Me dê o melhor que você tem – Entendendo que Lílian queria que ela fizesse o mesmo que fez com Lena, Diana assumiu a postura firme que usava em seus interrogatórios, a postura de uma vencedora.

- Senhora Luthor, por que a senhora está aqui? E como isso é possível, já que a senhora foi dada como morta a poucas semanas? – Diana começou com as perguntas que precisava para desenvolver o lado de Lílian da história, e Lílian percebeu a intenção da advogada na hora. Talvez ela realmente fosse a melhor de sua geração, pensou a Luthor.

- Bem, se vou responder às suas perguntas, vou precisar contar uma breve história antes- Deixou seu olhar cair sobre Helena e quase não conteve seu sorriso ao ver o desespero no rosto da jovem Bertinelli. Hoje as mulheres Luthors acabariam com aquela praga pra sempre – Começarei por quando Leonel e Alexander, meu marido e filho, expulsaram minha Lena da nossa casa, da casa dela. Lex havia descoberto através de um de seus amigos, que Lena estava se encontrando com a filha de um velho parceiro de negócios de Leonel, e que o relacionamento delas ia além da amizade. Lex sempre demonstrou sua aversão a comunidade LGBT, e como a destruiria se pudesse, então, quando eles confrontaram Lena sobre o namoro com a garota e ela confirmou, eles dois e enlouqueceram – Diana deu uma olhadinha de lado para Lena, tentando confortar a amiga, tentando mostrar que não havia nada de errado naquilo, mesmo que Lena já soubesse disso a essa altura – Leonel gritava com ela, chamando-a de coisas horríveis, as quais eu me nego a repetir, enquanto Lex jogava as coisas dela pela janela da casa, expulsando-a de lá – Ainda havia muito remorso por ter sido omissa naquela situação, e Lílian não conseguiu conter a lágrima que escorreu pelo seu rosto.

- E a senhora, o que fez enquanto isso acontecia? – Era uma pergunta que Diana precisava fazer, mas a acusação em seu tom de voz estava lá por um motivo bem pessoal.

- Nada- Lílian respirou fundo – Eles expulsaram a minha garotinha de casa e eu não fiz absolutamente nada para impedí-los.

- A senhora compartilhava de seus pensamentos retrógrados sobre a orientação sexual de sua filha, senhora Luthor ? – O tom acusatório se fez presente novamente, e Lena quis abraçar a amiga pelo modo fiel com que ela a protegia.

- Não! Nunca! – Lílian afirmava veementemente – Eu não compartilhava e não compartilho, eu nunca deixaria de amar a minha filha por causa do gênero da pessoa que ela ama – Ela olhou para Lena, querendo ter certeza que as conversas nessas últimas semanas não haviam sido em vão. Lena apenas acenou a cabeça levemente, tentando tranquilizar sua mãe.

- Então por que não fez nada para ajudá-la, senhora Luthor? – A matriarca suspirou, agora vinha a parte sobre a qual não gostava de falar, a parte de que tinha vergonha.

- Eu não tinha poder nenhum, nunca tive. Leonel sempre me usou como um troféu, mas nunca deixou que eu tomasse decisão alguma nos assuntos da empresa. O máximo que me era permitido era acesso a todo e qualquer laboratório da empresa, e mesmo assim era só porque eu tenho qualificações que aqueles cientistas nem sonham em conseguir- Lílian não percebeu, mas Lena sorria orgulhosa de seu assento, como uma criança que vê a mãe terminar de enfeitar um belo bolo. Lena era uma filha orgulhosa naquele momento.