The Time of Your Life

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Draco chegou à casa de Blaise querendo se enfiar embaixo de alguma coberta e não sair de lá até segunda-feira. E, bem, ele preferia não admitir, mas só sentia vontade de ir para aula na segunda porque poderia ver Harry de novo. E Harry nunca saberia, porque ele tinha que ir à aula. E ninguém desconfiaria de nada. Era quase o plano perfeito.

'Estou ficando maluco' pensou, enfiando a chave no buraco da porta com violência. As malditas fechaduras, por que elas não se abrem sozinhas?

Draco ouviu o barulho de alguém destrancando a porta do outro lado e a porta se abriu logo em seguida. Por um momento ele quase se achou dono de super poderes telepáticos, mas ao ver quem estava parada do lado de dentro, encarando-o de forma nem de longe simpática, o loiro engoliu em seco. Ela já sabia.

"Oi, Pansy. Como você está? Eu estava preocupado com você e... epa!"

Pansy puxou-o para dentro pela gola da camisa e fechou a porta com um baque ameaçador. Por Deus, a garota poderia quebrar a porta se quisesse. O que diria de Draco?

Algumas garotas têm mais testosterona do que deveriam no corpo.

Pansy o empurrou até o sofá, fazendo com que Draco caísse de bunda na almofada. Ele quase achou que a amiga iria estuprá-lo, por mais absurdo que a idéia parecesse. Ele estava nervoso, oras.

"Draco Malfoy!" Ela berrou, e Draco fechou os olhos com força. "Como você pôde ousar colocar um cigarro de maconha na boca de novo?"

Pansy começou a andar de um lado para o outro, fazendo com que o cabelo quase preto esvoaçasse em volta dos ombros, fazendo-o parecersse muito com cobras raivosas. Algo como Pansydusa ou algo assim. Draco se perguntou se ainda não teria um pouco de maconha no sistema.

"Foi... mal?" Tentou, com um tímido sorrisinho. Pansy virou-se para ele, tocando uma almofada tirada sabe Deus da onde.

"Foi mal não! Foi péssimo! Você ficou louco? Não quero ouvir desculpas, a partir de agora voltamos à operação babá de novo!" Disse Pansy num tom que não dava lugar a discussão.

Porém, Draco sempre fora teimoso.

"Ah, não, de novo não..." Teimou, soando muito como um garotinho que reclama por ter que tomar banho mesmo já tendo tomado um no dia anterior.

"Ah não, nada! E eu estou substituindo Blaise!" Ela falou, tocando mais um almofada contra alguém escorado na parede perto da janela. Só então Draco percebeu que o amigo estivera ali o tempo todo.

Também, quando se tem um furação logo em frente, você não repara na brisa a sua direita.

"Vou colocar o Harry no lugar dele. Pelo menos ele se preocupa com o seu bem-estar." Disse Pansy, olhando feio para o negro.

"Eu me preocupo! Eu só... Ah, sei lá, não enche." Blaise se virou para a janela e ficou olhando a rua, parecendo extremamente chateado.

Pansy já deveria ter dito umas poucas e boas a ele, cogitou Draco, levantando-se do sofá e indo até a amiga para tirar o celular da mão dela antes que ela fizesse o favor de ligar para Harry.

Era só o que faltava. Harry metido naquela estúpida operação. Era uma coisa inventada por Pansy na época em que ele era realmente viciado. Blaise e Pansy grudavam nele, revezando-se, o dia inteiro, para impedir que ele fosse a algum ponto de venda e acabasse com mais um pouco do dinheiro da família.

Claro, hoje ele agradecia aos amigos por isso, mas ele não estava viciado agora! Mesmo. E não queria nenhuma babá. Muito menos uma babá Potter.

"Não meta Potter nisso." Disse, pegando celular, ou melhor, arrancando o celular de Pansy. A garota fitou-o confusa.

"Potter? Potter? E desde quando você chamar o Harry de Potter?" Ela perguntou e Draco já estava querendo gritar para que ela parasse de falar aquele nome.

Good riddanceOnde histórias criam vida. Descubra agora