But a Lesson

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Harry acordou sem saber muito bem onde estava. Merda, não se lembrava como acabara na própria cama.

Muito consolador. Mesmo.

Talvez Pansy tivesse-lhe dado uma marretada na cabeça depois da revelação, arrastado-o até em casa e algemado-o na cama.

Olhou em volta, subitamente preocupado. Oh, nenhuma algema. Suspirou aliviado. Aos poucos o estado letárgico de sono o abandonou e Harry sem lembrou da noite anterior.

Depois que contara à Pansy que era gay, a garota o olhou com uma terrível e assustadora expressão de surpresa, para depois começar a chorar mais, e então rir um pouco, descontrolada e, por fim, convidá-lo para que enchessem a cara em algum pub.

Pansy claramente queria esquecer que a avó estava em coma terminal e que ficara interessada em alguém que gostava de homens tanto quanto ela. Harry achou melhor não recusar o pedido de alguém que acabara de ter uma crise de choro e de riso quase ao mesmo tempo, então aceitou, mesmo que isso significasse acordar com uma simpática dor de cabeça, quando tinha uma prova de anatomia dali a algumas horas.

Dizem que o melhor para uma ressaca é tomar mais álcool, mas Harry preferiu não arriscar. Não era seguro ir muito alegre para faculdade. A não ser que quisesse fazer bem bacana como dançar nu na sala dos professores.

Foi até o armário escolher algumas roupas. A porta de correr estava parcialmente aberta e, distraído, colocou a mão dentro do armário apenas para receber uma carinhosa unhada, seguida de uma mordida.

"Outh!" Grunhiu, puxando a mão e então abrindo toda a porta. Cherry se espreguiçava em cima da pilha de camisetas com uma expressão inocentemente sonolenta. "Sua bolinha de pelos sádica e cruel." Falou Harry e a gata se deitou de costas, olhando-o de cabeça para baixo, parecendo muito com um cão pulguento.

"Ora, onde está a sua classe?" Perguntou Harry, puxando uma camiseta, fazendo com que Cherry soltasse um miado ultrajado. A gata pulou do armário e sumiu porta afora.

Harry foi tomar um banho, pensando que, para completar o dia, as notas da prova de bioquímica já deveriam estar no site da faculdade.

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"Você viu sua nota?" Perguntou Draco, olhando de esguelha para Harry.

O moreno massageava a testa com uma mão não parecendo estar no melhor de seus dias. Draco ficou preocupado. Será que ele teria ido tão mal assim na prova de bioquímica? Não queria que Harry rodasse em nenhuma cadeira, pois seriam menos aulas que eles teriam juntos.

"Ahn, não, prefiro não saber até que essa dor de cabeça passe." Disse o moreno, olhando para cima como se pedisse a Deus que lhe desse uma aspirina.

"O que você fez ontem?" Perguntou Draco em um tom acusador. "Você fez farra numa quinta-feira?"

Harry sorriu culpado.

Por Hipócrates¹! Harry não tinha limites? Não era possível, não podia deixar o amigo um segundo sequer sozinho que ele dava um jeito de fazer alguma bobagem.

"Em minha defesa," Começou Harry, estufando o peito, mas parou. Em sua defesa o quê?

"Hum?" incentivou o loiro, parando em um sinal e se virando para Harry, com um braço apoiado no volante. Harry olhou para as sobrancelhas muito sensualmente erguidas de Draco e pigarreou.

"Hã, eu tive que ir. Pansy precisava de um consolo alcoólico." Explicou Harry, com sabedoria, entrelaçando os dedos das mãos sobre o colo.

Draco revirou os olhos e voltou a dirigir quando o sinal abriu.

Good riddanceOnde histórias criam vida. Descubra agora