So Take the Photographs

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Sabe aquela sensação de "Eu não quero voltar para casa hoje, meu pai está me esperando com um machado" de quando você fez algo que sabia que não deveria ter feito?

Draco já estava imaginando Lucius com uma metralhadora.

'Sou tão jovem' suspirou, entrando em casa.

Depois de perambular pelo Hyde Park com Harry incomodando-o (o que Harry fazia de melhor, por sinal), Draco foi para a casa de Blaise, tomou um banho, arrumou suas coisas e voltou para casa.

Agora ele se esgueirava pela mansão, assustando-se até mesmo com a própria sombra, em uma atitude totalmente brava e corajosa. Ok, sem sarcasmos.

Em uma atitude totalmente apavorada e patética.

Claro que ele não demonstrava isso por fora, quem o olhasse, veria apenas um garoto de dezenove anos, com um porte altivo e seguro, andando pela mansão como se fosse dono até mesmo da construtora que colocou aquelas parede de pé.

Parou à porta do escritório de Lucius, respirando fundo antes de criar coragem para entrar. Sabia que os pais sempre ficavam àquela hora no escritório, que era como uma sala de estar de tão grande, conversando antes de se retirarem para o quarto. Isso se as coisas ainda continuassem iguais naquela casa.

"Entre, Draco." Ele ouviu a voz arrastada de Lucius, muito parecida com a sua própria. Como o pai sabia que ele estava à porta era um mistério, e Draco preferiu pensar que a respiração pesada o denunciara.

Entrou no escritório e olhou para o sofá onde o pai estava sentado com Narcissa ao lado. A loira se levantou e caminhou apressada até o filho, segurando-o pelo rosto e dando um beijo carinhoso em sua testa.

"Aí está você, finalmente resolveu aparecer para conversar." Ela disse, olhando-o nos olhos com um brilho que só uma mãe poderia ter ao encarar um filho.

Draco sorriu para ela. Sentia-se mais calmo por saber que ela ainda estaria do lado dele. Ele andou, estrategicamente atrás de Narcissa, até a poltrona que ficava virada para o sofá, em uma distância segura. Narcissa voltou a sentar-se ao lado de Lucius, e Draco enfim olhou para o pai, mantendo a expressão neutra e calma.

Lucius o observava com sua típica máscara de indiferença, que sempre tinha o poder de deixar Draco nervoso, e ele logo sentiu as mãos úmidas pelo suor. Passou uma delas pelo cabelo e respirou fundo, não sabia se era ele que precisava começar a falar ou Lucius, mas Narcissa intermediou, acabando com o silêncio cheio de tensão do ambiente.

"Seu pai tem algumas coisas que gostaria de falar para você, Draco." Ela falou, voltando a atenção para o marido. "Lucius...?"

Lucius franziu os lábios, mas logo depois suavizou a expressão, olhando sério, mas preocupado, para o filho.

"Eu e sua mãe conversamos muito sobre o que aconteceu na sexta-feira, Draco. E ela me contou que encontrou indícios de que você se drogou de novo naquela noite." Draco prendeu o ar, pronto para ouvir algo realmente aborrecido da parte do pai, de como ele era a cada dia uma decepção maior, de como era irresponsável, imaturo, de como não pensava no próprio futuro. "Eu acredito... e me dói dizer isso como pai, que a culpa dessa vez, foi minha. Filho, eu quero que esqueça aquilo que falei, eu nunca desejaria que você voltasse a ter problemas com drogas novamente. Eu e sua mãe vimos o quanto você sofreu, e nós também, por causa daquele vício, e ninguém quer reviver nada daquilo. Eu acho que tenho sido duro com você nesses últimos quatro anos, julgando-o por algo que já passou, graças à grande força de vontade que você teve para superar um problema que não poderia ser vencido com a ajuda de ninguém a não ser com a sua própria. Eu esqueci-me de dizer naquela época, mas vou reparar o erro agora, eu tive, e tenho, orgulho de você, Draco, por mais que às vezes você aja como um completo irresponsável."

Good riddanceOnde histórias criam vida. Descubra agora