But In The End Is Right

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Idiota.

Foi a primeira coisa que Draco pensou ao acordar pelo sábado de manhã.

Olhou para o relógio.

Sábado de tarde.

Estava deitado no sofá da sala, em uma posição meio torta, e sentia uma terrível dor de cabeça. Que estupidez fugir dos problemas drogando-se.

Não era ele.

Draco Malfoy era inteligente, bonito, rico, perfeito. Enumerou, tentando recuperar a auto-estima.

"Merda." Foi o melhor que conseguiu elaborar ao lembrar-se do dia anterior. Incrível como tanta coisa acontecera em apenas um dia. Parecia que se passara meses desde que ele e Harry passaram a tarde juntos cuidando de crianças carentes.

Checou o celular. Três chamadas não atendidas e uma mensagem. Tudo de Harry.

Sentiu-se mais acordado ao ler o nome do amigo e leu a mensagem.

"Espero que esteja tudo bem com você. Você não está me evitando, está? Porque se estiver eu quebro a sua cara na segunda. Ok, brincadeira, eu teria que me livrar de Gregory e Vincent primeiro. Eu vou estar no Grill hoje às dezesseis horas, vê se aparece."

Draco respirou aliviado. Harry não soava chateado ou coisa do gênero. Na verdade, era como se nada tivesse acontecido. Ignorando a vozinha impertinente que gritava que ele gostara do que acontecera entre os dois na noite passada, Draco foi tomar um banho e escovar os dentes. Felizmente Blaise não colocara fora as coisas que o loiro deixara ali (já que até pouco tempo atrás Draco acabava sempre dormindo na casa de Blaise depois das festas).

Ele tinha muito que resolver, de preferência antes de segunda-feira. Começar a semana mal era sinônimo de mais problemas, pensou um tantinho supersticioso.

Evitou pensar que estava nervoso para encontrar Harry. Não tinha motivos para isso, tinha? Bem, na verdade, tinha, mas era melhor ignorá-los.

Uma parte de Draco queria fingir que nada acontecera. Desde o beijo, até a recaída nas drogas. Ao menos Blaise não lhe dera nada muito forte. Os dois acabaram fumando um pouco de maconha na noite anterior. Como um dos efeitos da droga era perda de memória recente, na hora Draco achou que era uma boa idéia.

Agora sentia-se estúpido e fraco. E não gostava nada da sensação. Ainda se lembrava com horror do ano em que tivera sérios problemas com substâncias ilícitas. Desde então Lucius não mais confiava nele, e vivia apontando quantos desgostos o filho lhe causava. Draco entendia o pai. Em parte.

Mas ontem fora a gota d'água, ainda não queria ver Lucius nem pintado de ouro. Ainda mais porque ele não precisava de ouro, diga-se de passagem.

Saiu do banho e pegou algumas roupas limpas emprestadas de Blaise que, estranhamente, não estava no quarto.

Quando voltou para a sala, Draco estacou, surpreso. Narcissa estava sentada no sofá, conversando com Zabini. Ao vê-los, o amigo se levantou e foi até ele.

"Ela apareceu enquanto você estava no banho. Não quis deixar sua mãe esperando lá embaixo." Disse Blaise.

"Tudo bem." Falou o loiro com os olhos fixos na mãe.

"Vou deixar vocês dois conversarem."

Blaise foi para o quarto e Draco caminhou até Narcissa que se levantou e o abraçou. Draco ficou ainda mais surpreso com a atitude da mãe. Esperava que ela começasse a xingá-lo pelo que ele fizera, mas ficou feliz por estar errado, e a abraçou forte de volta.

"Me desculpa." Falou baixinho, enquanto Narcissa afagava-lhe os cabelos.

"Tudo bem, querido. O seu pai não deveria ter dito aquelas coisas, você estava nervoso." Narcissa justificou. Os dois se sentaram no sofá, com a loira segurando as mãos do filho.

Good riddanceOnde histórias criam vida. Descubra agora