Eu volto para você, meu amor!

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Por Nina Carvalho

Eu queria acreditar nele. Não, eu precisava acreditar nele. Noah era muito mais do que as palavras de Amber poderiam descrever. Ele era o garoto que segurava minha mão quando eu tinha medo, o homem que fazia meu coração disparar com um único olhar, e, mais do que isso, ele era meu. Sempre foi, mesmo quando estávamos distantes.

Mas, apesar disso, uma pequena parte de mim ainda lutava contra os fantasmas do passado. E se...? Esse "e se" me corroía. Eu sabia que era irracional — Noah nunca me deu motivos para duvidar do amor dele, mas aquela sombra que Amber tinha deixado era difícil de ignorar completamente. Não se tratava só do que ela havia dito sobre ele, mas das inseguranças que essas palavras plantaram em mim.

Eu não queria ser mãe agora, não era algo que fazia parte dos meus planos no momento. Mas, e se acontecesse? Será que Noah me olharia diferente? Será que ele se sentiria preso, arrependido ou obrigado a assumir uma responsabilidade que não estivesse preparado, como Amber dizia? Respirei fundo, tentando afastar esses pensamentos. Eu odiava que algo tão distante ainda tivesse o poder de mexer comigo.

Deitada no quarto, olhei para o teto e fechei os olhos, relembrando nossa conversa. Eu podia ver a sinceridade nos olhos dele, a dor ao mencionar o que tinha acontecido com Amber. Mas o que mais me marcou foi a determinação em sua voz, o compromisso em apagar qualquer sombra que ainda restasse entre nós. Isso me dava esperança.

Afinal, se eu não desse esse passo, nunca saberia. E, mais do que nunca, eu queria dar um salto para o futuro com Noah, sem mais amarras ao passado. Eu queria momentos com ele que fossem só nossos, livres de qualquer peso ou memória ruim. Algo simples, algo real. Com essa ideia na cabeça, me sentei na cama, decidida. Talvez o que precisávamos agora fosse algo trivial, algo que muitos casais fazem sem pensar, mas que para nós parecia um luxo esquecido: um encontro romântico. Um jantar à luz de velas, uma noite só para nós dois, sem ninguém por perto para interferir.

Peguei o celular e comecei a pesquisar lugares na cidade que pudessem ser especiais, mas não pretensiosos. Queria algo íntimo, onde pudéssemos conversar, rir, e simplesmente estar juntos. Mas, antes de seguir adiante com o plano, precisava dele.

Levantei-me e fui até a porta. Quando a abri, vi Noah sentado na sala, com o olhar distante, como se também estivesse perdido em seus próprios pensamentos. Meu coração se aqueceu ao vê-lo ali, e antes que eu perdesse a coragem, falei:

— Amor, pode vir aqui um instante?... O que acha de termos um encontro de verdade? Só nós dois, sem ninguém, sem preocupações.

Ele ergueu o olhar, e o sorriso que se formou em seus lábios foi o suficiente para me fazer esquecer qualquer dúvida que ainda restasse.

— Um encontro? Achei que já tivéssemos superado essa fase — ele brincou, mas havia um brilho em seus olhos.

— Nunca tivemos um encontro assim — respondi, sorrindo de volta. — Vamos fazer isso direito dessa vez?

Ele se levantou e veio até mim, segurando minha mão.

— Se é com você, Nina, estou dentro. Sempre.

O restaurante era perfeito. Não era o mais caro ou sofisticado da cidade, mas tinha algo especial. As luzes eram suaves, criando um ambiente íntimo, e a música ao fundo era tão delicada que parecia um sussurro. Noah e eu estávamos sentados perto da janela, com uma vista incrível para as luzes da cidade. Ele parecia tão relaxado, tão em paz, e eu sabia que tinha feito a escolha certa ao planejar aquela noite.

Enquanto esperávamos o prato principal, ele segurou minha mão por sobre a mesa, entrelaçando seus dedos nos meus.

— Sabe, Pimentinha... — ele começou, com aquele tom que fazia meu coração disparar. — Eu nunca pensei que seria possível me sentir assim novamente. Mas com você, tudo parece... certo. Como se fosse exatamente onde eu deveria estar.

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