Capítulo 3 - é meu ou não?

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Ele me olhou assustada, eu queria fugir... o quanto ele ouviu? Merda.

- Barbara esse é meu irmão Dylan, ele está se formando em Medicina hoje.

Fiquei pálida e ele me olhou cerrando os olhos. Camila ficou confusa, Kj pegou na mão dela e a puxou para seu lado, acho que tirando ela da linha de fogo.

- Camila vou lá, isso para mim já deu. O diploma... olha...

Sai com meu cigarro nas mãos me sentindo tonta e enjoada, era ele. Quase corri até meu carro estacionado numa das primeiras fileiras e assim que meti a mão tremula para abrir senti meu copo sendo virado.

- Onde pensa que vai?

- Não te interessa.

- É meu? - ele estava sério. Precisa mentir, mas não tinha forças. Precisava pelo menos manter a postura.

- Não. - isso soou um pouco convincente.

- Não acredito em você.

- VOCÊ NÃO ME CONHECE!

- Seus olhos... está mentindo. - ele tinha uma certeza assustadora.

- Dylan não é? Acabou de se formar, está com sua família e amigos... me deixa sim. Vou curtir minha formatura.

- Larga a merda desse cigarro. - ele disse e eu joguei no chão, ele estava muito tenso, poderia apanhar a qualquer momento. - Vamos, eu dirijo e você me diz onde mora.

- NÃO MESMO!

- FAÇA ISSO BARBARA!

E quando viu que não iria fazer tomou as chaves da minha mão e abriu o carro. Caramba, ferrada ao triplo se ele não quisesse concordar com o aborto, precisava mentir descaradamente. Ele dirigiu pelo campus, olhando para frente, agarrando o volante com força.

- É meu?

- Não. - ele olhou para mim.

- Mentira.

- Não te conheço, você não me conhece. Como sabe que estou mentindo? Vai assumir o filho de outro?

- Não pretendo.

Nessa hora ele tomou um rumo totalmente diferente. Estávamos indo para onde?

- Quero ir para casa.

- Vamos primeiro resolver isso. Se não for meu tudo bem, vá pára o inferno que não me importo.

Aquilo doeu, não deveria, mas doeu. Fechei meus olhos e quando os abri estava na merda do hospital de novo.

- Vamos, hoje isso acaba.

- O que...

- Vamos.

- Não vou! - Olhei dentro daqueles olhos verdes lindos.

- Vai dificultar? Se for eu vou crer que o filho é meu e você não vai fazer o aborto, se não for meu acabamos logo com isso e você faz o que quiser fazer com o seu corpo. - algo me dizia que ele estava mentindo. Do momento em que entrei nesse carro, algo me dizia que ele não conseguiria mais ficar longe de mim nem eu dele.

Respirei fundo e fui para dentro do hospital, ele conhecia todo mundo. Foi entrando com intimidade por aqueles corredores e meu nervosismo foi aumentando. O tal do médico que me atendeu para meu azar estava numa das salas e Dylan o cumprimentou.

- Bom dia Dr. Mark.

- Bom dia Dylan, o que faz aqui? Hoje é sua formatura!

- Eu sei, vim trazer uma menina... preciso usar a sala de exames pode ser?

Na escuridão ~ Adaptação DarbaraOnde histórias criam vida. Descubra agora