Capítulo 16 - Contradições

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Roupas, sapatos, rosa, azul, amarelo e eu surtando naquela loja com um monte de mulheres felizes e barrigudas. Dylan me deixou aqui com aquelas malucas me perguntando quantos meses, sexo, parto normal ou cesárea. Merda, precisava de uma bebida para aturar aquilo.

– Hum.. já sabe o sexo?

– Não. – respondi olhando para a porta e procurando por Dylan.

– Faz aulas aonde?

– Aula? – que merda era aquela?

–Para o parto, são para nos ajudar.

– Se tiver cesárea precisa disso?

– Bom... vai se drogar para ter seu filho? – ela me olhou com cara feia.

– Se isso significar sem dor, com certeza. Todas as drogas do mundo!

E ela me olhou horrorizada, eu tinha falado algum palavrão?

– Você é a mãe mais irresponsável que já conheci falando assim!

E eu ia dar uma resposta com um belo palavrão, mas Dylan apareceu atrás de mim.

– Vamos? – ele falou suavemente. – Gostou de alguma coisa?

– Sim, da porta!

E disparei para lá antes que batesse naquela vaca gorda. Bom, ela estava grávida, então não devia ser gorda realmente. Me arrependi de pensar nela como vaca gorda, mas ela mereceu.

– Dylan eu vou drogar meu filho se tiver cesárea?

Ele quase engasgou com o refrigerante, e riu.

– Não, isso é algo que dizem, mas na verdade a criança quase não recebe nada. É tudo muito rápido.

– Hum... e parto normal é demorado?

–Depende da mulher e do corpo dela.

– Qual é mais seguro para o bebê?

– Bom, cesárea é bom porque podemos nos programar e evitar desconforto desnecessário para a criança. Normal é melhor para a mãe, a recuperação é mais rápida.

– Dylan eu quero sem dor. Qualquer merda sem dor ouviu?

– Bom, podemos arranjar isso. E fico feliz que esteja pensando nisso.

– Tire esse sorriso. Está me irritando.

Na verdade, o que me irritava era o fato dele estar ganhando mais e mais espaço e apesar de gostar era inevitável não me sentir estranha. Foram muitos anos negando isso. Mas era só pensar numa forma de me envolver sem traumas, sem frescura.

– Meu pai quer falar com você. – eu nem havia havia percebido que ele estava no telefone.

– OI.

– Barbara pede para Dylan te levar no hospital.

– Hospital? Acabamos de sair. Aconteceu alguma coisa?

– Não nesse, no outro. Ele vai entender.

E ele desligou.

– Preciso encontrar seu pai no outro hospital.

– Hum... – ele levantou da cadeira. E digitou uma mensagem.

–O que foi? Para quem é isso?

– A rota para o Noah.

– Viraram amigos? – falei levantando e pegando minha bolsa.

– Sim.

E fomos calados para o tal outro hospital. Quando chegamos no bairro pobre em que o tal hospital se encontrava, Skeet estava na porta nos esperando. Ele sorria, e percebi que o bairro era muito mal frequentado, tinha pessoas de cara feia nos encarando e Skeet apenas fez um gesto dizendo que nos conhecia. Puta merda onde eu estava?

Na escuridão ~ Adaptação DarbaraOnde histórias criam vida. Descubra agora