Capítulo 26 - My girl

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“Não existiria som se não houvesse o silencio.

Não haveria luz se não fosse a escuridão.

A vida é mesmo assim.

Dia e noite.
Não e sim.

Cada voz que canta o amor,

Não diz tudo o que quer dizer.

(...)

Nós somos medo e desejo.

Somos feitos de silencio e som.

Tem certas coisas que eu não sei dizer. E digo” Lulu Santos- certas coisas

Ter uma rotina depois de tudo o que aconteceu foi muito complicado. Primeiro porque assim que voltamos precisamos ir para casa de Madchen porque o nosso apartamento não tinha nem metade das coisas que Dominic precisava devido a tudo que aconteceu. Eu sofri e ele também. Como uma família sofremos demais. Segundo porque Dominic exigia minha presença a todo instante, chegamos a colocar uma blusa que usei durante todo um dia para ele conseguir dormir no berço para eu e Dylan conseguirmos ter uma noite como um casal. Afinal tudo o que conhecíamos era de fato marcado pela gravidez e achamos importante depois que Madchen me liberou termos relações sexuais constante. Uma boa foda para aliviar a saudade e toda tensão de termos um filho dependente da mãe como Dominic. Ele realmente ficou muito marcado e eu precisei entender suas necessidades e muita paciência, mas conseguimos superar isso com facilidade depois que Vanessa se meteu dizendo que ele já tinha tido mimos demais e começamos a trabalhar a questão da distancia, cada dia eu ficava um pouco menos com ele e assim que voltava dava todo amor que podia, era difícil a distancia dele mesmo até para mim. Por vezes chorei como uma idiota porque fiquei vinte minutos ouvindo ele chorar no colo de algum Sprouse. Mas fez efeito depois de algumas semanas e ele entendeu com um ano que eu não iria embora , nunca mais.

Meu filho com um ano andava e falava mamãe com muita força. Ele praticamente gritava mamãe e Dylan morreu de ciúmes quando ele falou o nome de Camila primeiro que papai, eu tentei explicar a ele que Camila quase obrigou o menino a falar depois de um dia inteiro repetindo o nome para ele. O que ele fez depois que viu que deu certo com Camila e ele falou papai. Foi o momento mais lindo do mundo até porque eu passei o dia inteiro com a filmadora na mão para gravar esse momento sublime entre os dois homens da minha vida. E valeu a pena, Dylan vai ter isso para sempre na memória e no DVD. Dominic era um menino saudável e ativo e nos dava até trabalho para cuidar dele, até porque com um ano e meio ele caiu da escada e deixou o hospital com mais Sprouses do que o necessário. Skeet não deixou nem Dylan cuidar do menino e foi uma briga horrível. Mas no final, foi só uma pequena torção e ele ficava mostrando o braço para todas as enfermeiras.

Voltar a trabalhar foi algo complicado para mim e para Dylan, ele não queria, mas Skeet falou que ele deveria sair um pouco viver algo que não fosse o mundo de felicidade que criamos. Ele tinha razão e assim que Dominic conseguia ficar com Madchen sem chorar horrores eu fui até minha empresa. Meu legado. Passei pela sala do meu tio e tive uma nostalgia ao lembrar dele e de meu pai anteriormente ali, sentados naquela cadeira. Os dois morrem por causa daquela cadeira, apesar de meu pai ter sido algo indireto. Olhei alguns papéis, abri o cofre e andei pela empresa. Estava na hora de ter meu legado sob minha direção e com muito custo mudei a direção das coisas, em vez de produzirmos armas de destruição começamos a nos focar em segurança. Tudo que envolvia segurança começou a nos interessar e depois de três anos de uma transição árdua conseguimos finalizar com contratos, fechar fábricas e redirecionar o pessoal com muitos cursos de capacitação e um investimento bruto nesse meu ideal. E foi complicado, na verdade muitos investidores nos abandonaram e outros nos desacreditaram no mercado, só que eu não desisti e enquanto minha empresa não se reergueu eu não arredei o pé de lá nem um santo dia. Dominic tinha até uma área reservada para ele onde as vezes ele e Dylan ficavam ali sentados me olhando sentada na cadeira. Era muito bom tê-los e eu sentia falta da agitação quando Madchen ou Camila ficavam com ele. Quatro anos e começamos a receber os loiros, nossa empresa tinha o sistema de segurança mais sofisticado e requisitado em todo continente europeu e ganhávamos mais e mais espaço no mercado americano e eu pude relaxar um pouco. Tirar férias merecidas com Dylan e Dominic pela primeira vez em quatro anos. Fomos para o Havaí e Noah insistiu em continuar com a segurança reforçada apesar de não termos mais ameaças ou qualquer outra coisa do tipo, só aceitei isso porque Noah era quase um pai para mim e sofremos e sorrimos muito todos esses anos. Mandei ele levar a família e Dylan ficou surpreso quando conheceu sua esposa e filhos. Na verdade, ele quase abandonou a todos por minha causa e por vezes a esposa dele achou que tínhamos um caso e era engraçado o ciúme estampado quando nos esbarrávamos, mas naquelas férias tudo acabou. Éramos duas mães curtindo nossos filhos pequenos, ela tinha Mary de cinco e Peter de dois. E foi muito divertido a interação entre nossos filhos. Nunca fui muito certa e criar Dominic era um desafio constante e por isso deixamos de lado os planos de ter outros filhos, queríamos que nosso filho tivesse muita atenção devido a tudo que aconteceu na gravidez dele e o nascimento envolveu.

Na escuridão ~ Adaptação DarbaraOnde histórias criam vida. Descubra agora