Capítulo 23 - Nas profundezas da escuridão

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Eu nunca me imaginei naquela situação. Eu estava sozinho. Apesar de ter todos ao meu redor, me apoiando e me incentivando eu estava sozinho. Havia um vazio incrível dentro de mim e que só era preenchido em partes quando Dominic estava em meus braços, ele era a réplica de Barbara. Ele era sua versão em miniatura e acho que se ela estivesse aqui ficaria boba com isso. Uma dor no meu peito começava quando eu pensava que ela nunca olhou nosso Dominic, nunca viu o fruto da nossa loucura de uma noite.
Ele agora tinha dois lindos meses e a casa dos meus pais era preenchida pelo entra e sai de todos querendo paparicar ele. Minha família estava em peso na casa dos meus pais e se Dominic pensasse em chorar tinha uma multidão que estava disposta a ir a China comprar uma chupeta ou qualquer outra coisa que ele precisasse.

Eram dias tranquilos apesar da tristeza que era não ter Barbara, eu me Afastei completamente do hospital, não conseguia entra ali depois de tê-la ali trabalhado tão perto de mim. Eu sentia falta de seus ataques, sentia falta da sua boca suja e dos seus problemas. No final Barbara nunca foi tão Barbara e acho que isso a surpreendeu e a assustou.

– Dylan, Dominic não está bem, acho melhor levarmos ele para o hospital.

Essa frase mudou minha vida quando ele completou três meses. Dominic chorava e não conseguíamos identificar o motivo de seu choro e tinha dias em que eu achava que ele dormia de tão cansado de chorar. Nesses dias ele dormia horas seguidas e não se alimentava direito. Quando não estava chorando ele estava mamando com lágrimas nos olhos ou dormindo exausto das horas de choro. Meu decidiu levá-lo para o hospital depois de dias nesse ritmo.

– O que ele tem? – Não era médico, eu era um pai desesperado que estava exausto depois de dias e dias sem dormir direito porque o filho pequeno não dormia direito.

– Dylan aparentemente Dominic não tem nada, fizemos exames mil e não encontramos nada. Mas olha, eu preciso encaminhar ele para Boston, uma amigo meu viu os exames e disse que ele pode ter uma síndrome que ele é especialista.

Meu mundo acabou, meu filho era a coisa mais importante do mundo e eu estava perdendo ele para um síndrome. Uma porra de uma síndrome.

– Que Síndrome?

– Alsenbeguer. É raro, mas é possível.

– Isso é impossível, seria genético.

– A mãe dele pode ser portadora Dylan. Transmitiu.

Barbara... outra vez ela.

– Não sei de ninguém da família que a tenha... ela nunca comentou. Deveria ser algo que saberíamos não?

– A mãe dela teve algum menino? Mulheres são só transmissoras.

– Não...

E lembrei. A mãe de Bella era filha única. Não havia homens na família a gerações.

– É possível sim. O seu amigo...

– Dr. Martin está esperando por vocês lá. É só ajeitar a transferência.

E fui conversar com meu pai e ele também achou isso algo provável. Meu menino deveria ser submetido a exames e mais exames quando chegassem em Boston, o Dr. Martin era conhecido eu verifiquei suas pesquisas e seus diplomas. Liguei para cada faculdade em que ele tinha estudado e ajeitei um jato UTI para irmos para Boston. Minha mãe e Camila ficaram devastadas com a notícia, a doença não tinha uma cura. Só um tratamento longo e sem muitos resultados. Ele perderia funções neurológicas e depois os órgãos não resistissem ao intenso tratamento. Por recomendação do próprio médico mantivemos ele sedado e eu arrumei minhas coisas para ir para Boston, com meu filho e minha mãe.

Na escuridão ~ Adaptação DarbaraOnde histórias criam vida. Descubra agora