Na escuridão ~ Adaptação Darbara

capítulo 4 - o que fazer agora?

Ele saiu me arrastando pelo hospital enquanto todos nos olhavam assustados e eu corava de vergonha. O que eu deveria fazer? Gritar? Minha voz sumiu.Ele acelerou o carro e fomos para meu apartamento no campus,entrei no quarto quase vazio e não tinha muitas coisas lá.

- Onde estão suas coisas? Já se mudou?

- Eu ia morar no mesmo prédio que Camila, em Seattle.

- Em que andar?

- Íamos dividir o último andar, só tem nossos dois apartamentos.

- Hum.. - ele abaixou a cabeça e me olhou. - Moro no terceiro andar do prédio.

- Desse prédio?

Nessa hora caiu a ficha, íamos ser vizinhos. Nos com conheceríamos de qualquer jeito, uma hora eu e esse pai determinado íamos nos encontrar.

- Olha, preciso me recompor... por a cabeça no lugar. Daqui a pouco nos falamos sim?

Ele me olhou sério e desconfiado.

- Não vou fugir Dylan, volte para sua família.

- Não obrigado, vou esperar você se recompor e seguimos para Seattle.

- Não... eu vou me recompor e depois EU vou fazer o que BEM ENTENDER!

- Barbara faça o que quiser.

E ele saiu. Olhei espantada sem acreditar, esperei ele voltar, mas ele não voltou. Tomei um banho, relembrei alguns eventos desagradáveis da minha merda de vida e deitei no colchão. Pensei nesse filho e naquele pai desesperado, uma confusão das grandes dessa vez. Precisava falar com Martin, essa criança era meu filho, meu herdeiro. Talvez eu nunca tivesse mais essa oportunidade, meu legado, meu império. Pensei na minha mãe, ela iria ficar feliz. Só que eu não poderia ter essa criança, não tinha como isso acontecer.

Não sei que horas acordei, meu celular marcava sete da noite. SETE DA NOITE? Acho que nem quando bebia eu dormia tanto. Meu corpo doía, minha mente estava zonza ainda. Olhei para quarto vazio e levantei. Queria fumar, procurei minha bolsa e não encontrei. Abri a porta e vi Dylan sentado na sala com Camila. Ela sorriu quando me viu e eu fechei a cara.

- Você não tinha ido embora?

- E deixar você assim...

- Barbara parabéns! Meu Deus estou tão feliz. - ela me abraçou e eu não retribui. Meu mal humor atingiu um nível crítico. Sem beber, sem fumar e agora grávida.

- Me solta Camila. Parabéns porra nenhuma!

Ela olhou para Dylan que fazia um ponto de interrogação enorme.

- Ela está sóbria é isso. - ela sorriu para o irmão. - Barbara assusta mas não morde.

Aquela peste me conhece.

- Onde está minha bolsa?

- No carro, vamos?

Eles só podiam estar de brincadeira.

- Para onde? - cruzei meus braços.

- Para casa! Nosso apartamento.

Dylan se levantou tranquilamente e foi para fora, Camila me puxou para o carro e lembrei que tinha que ligar para o meu tio o quanto antes. Dylan ia no meu carro, Camila naquele porsche amarelo berrante e quando estava já me dirigindo para o meu lado de motorista vi ele segurando as chaves.

- Me devolve. - disse seca.

- Eu dirijo e você come. - ele me entregou uma sacola.

Entrei derrotada e abri a sacola com o carro em movimento.