Don't Leave Me

Adeus... pai

Os dias se passaram rapidamente, as coisas estavam indo muito bem entre Tae e Kook. A convivência deles juntos no apartamento os fez ficarem cada vez mais próximos.

Naquela tarde Tae havia sido liberado mais cedo do trabalho e ele aproveitou para passar aquele fim de tarde chuvoso junto a Kook. Ele preparava pipoca na cozinha enquanto o mais novo escolhia um filme para assistirem.

E assim foi o fim de tarde deles, abraçados no sofá da sala assistindo um filme de terror enquanto comiam pipoca e bebiam refrigerante. Jungkook achava aquela cena um tanto clichê mas amava aquilo. Ele estava aconchegado no colo do mais velho que alisava seus cabelos com as pontas dos dedos, Kook tinha suas mãos por dentro da camisa de Tae e acariciava suas costas com as mãos quentes e macias.

Algum tempo depois Kook percebeu que Tae estava dormindo, naquela situação com os olhos fechados, a respiração neutra, os lábios extremamente vermelhos e alguns fios ondulados sobre sua testa Taehyung parecia um anjo. Jungkook se perguntava como um ser tão belo podia existir e mais ainda... ser seu namorado, o homem a quem ele escolheu entregar seu coração.

Em um completo transe Jungkook sorria involuntariamente enquanto tocava o rosto do outro com as pontas dos dedos.

- Obrigado por existir... - Ele depositou um selinho nos lábios de Tae e se levantou com cuidado para não acorda-lo.

Já de pé Kook pegou um cobertor e cobriu Tae que mesmo dormindo se aninhou naquela maciez. O garoto aproveitou que o outro dormia para tentar preparar algo na cozinha, Kook não era nenhum masterchef e estava longe disso, seu máximo era lamen e ovos mas ele estava a fim de arriscar.

Ele separou alguns ingredientes e começou a preparar o jantar, mas no meio disso foi desperto por seu celular tocando.

- Alô? - Disse Jungkook.

- Boa noite, Jeon Jungkook? - A voz masculina se instalou do outro lado da linha.

- Sou eu mesmo!

- Aqui é da delegacia, liguei para informar o estado do seu pai Jeon Jyong.

- Sim? - Kook questiona preocupado já esperando pelo pior, seu medo é que a pena de Jyong aumente sendo levado a execução.

- Essa semana Jyong passou por uma série de exames e sinto lhe informar mas seu pai sofre de Psicopatia e Transtorno Explosivo Intermitente, sendo um grande risco para a sociedade não poderemos deixar ele com os demais prisioneiros. Dessa forma vamos mandá-lo amanhã a tarde para o Hospital Psiquiátrico de Seul, os recursos lá são mais avançados e Jyong ficará em isolamento sendo acompanhado por especialistas da área. - O homem suspirou. - Eu sinto muito rapaz!

Jungkook sentiu seus olhos marejarem, ele quase não acreditava no que tinha acabado de ouvir, receber esse notícia foi como ter um balde de água fria jogado sobre sua cabeça.

- Bom, antes dele ser encaminhado precisamos que você venha na delegacia amanhã às 9h para assinar uns papéis.

- Claro... - Jungkook limpou a lágrima que deslizou por sua bochecha. - Estarei ai. Boa noite!

Essas foram as únicas palavras que o garoto foi capaz de dizer antes de desligar e quando o fez desabou a chorar. Kook sabia que seu pai não era nenhum santo e sabia de todos os crimes horrendos que o homem cometeu mas como ele poderia acreditar que viveu toda a sua vida com um psicopata dentro de casa. Por um momento ele chegou a questionar se Jyong tirou mesmo a vida de apenas duas pessoas, ou se teve muito mais vidas arrancadas por ele aos quais os casos foram muito bem arquivados. Jungkook também se perguntava o que seria de sua vida se Taehyung não tivesse aparecido para derrubar a máscara do homem, ele provavelmente viveria essa mentira pelo resto de sua vida na falsa ilusão de que seu pai era um bom homem.