Alec estava cansado, a viagem até Las Vegas dê carro tinha sido longa e seus braços estavam começando a tremer de tanto tempo tenso no volante. A música do rádio tinha parado de ser audível quilômetros atrás e ele só ignorava o som saindo dos auto falantes com medo de desligar e ter que contemplar a sua solidão. Quando ele entrou na sala do pai, no meio de uma reunião que decidiria o futuro de Isabelle, ele não imaginou que fosse condenar seu próprio destino a algo horrível e o pior, não tinha nem chegado a conhecer o homem que iria afrontar porque os seguranças dele se colocaram na sua frente e Alec foi arrastado para fora da sala do pai. Mas não antes do homem decidir que "domar" um jovem insolente como aquele era seu desejo.
Agora, Alec estava dirigindo até o outro lado do país a dois dias, parando só o suficiente para não deixar o cansaço dominá-lo para conhecer o noivo que era um fã de cassinos e homens "indomáveis". Tinha assinado o contrato a semanas atrás, contrato que dizia especificamente que ele não poderia ter relações sexuais e românticas com outra pessoa daquele momento em diante. Ele gostaria de pelo menos saber o nome do cara que iria se casar mas de acordo com o contrato idiota "eles iriam se conhecer intimamente em um jantar magnífico".
Quem usava a palavra magnífico? Ninguém usava a palavras magnífico no século XXI.
Quando chegasse no hotel já teria uma suíte esperando por ele conforme tinha sido instruído pelo contrato com as: "orientações para núpcias".
Alec queria queimar aquele contrato, usar aquele contrato para incendiar o hotel idiota que seu futuro marido estaria e rir de toda a loucura dá situação, mas não poderia. Alec tinha que seguir seu dever, ele tinha feito uma burrada quando afrontou o homem e agora pagaria por isso.
Alec chegou no hotel e aparentemente os funcionários ja sabiam quem ele era porque veio alguém correndo pegar sua bagagem e estacionar seu carro, uma moça simpática mostrou para ele todo o luxo e disse que o hotel estava a sua disposição para qualquer necessidade que ele tivesse independente do horário e ele suspirou. Então aparentemente era assim que você era tratado quando ficava noivo do segundo homem mais rico do mundo e provavelmente o mais perigoso de todos.
Alec subiu para o quarto e contemplou a suíte com lençóis amarelo canário e achou tudo muito exótico, era colorido e exagerado e ele teria adorado uma suíte mais modesta. Em cima da cama tinha uma roupa semi social com um bilhete e um porta joias vermelho. Alec abriu e pegou o anel escuro de prata envelhecida e sentiu na cama e pegou o bilhete.
"Durma um pouco, coma algo, tome um banho e vista a roupa que eu preparei. O anel vai nos identificar, usarei um igual. Me encontre no bar as 21:00.
MB"
Alec revirou os olhos para as instruções idiotas. Tinha que usar um roupa estranha e um anel exótico para conhecer seu noivo em um saguão de hotel. Elas não tinham sido nem apresentados ainda, aparentemente as iniciais dele eram "MB" e além de saber que o homem era rico, perigoso e estrangeiro, tinha um total de zero informações. Tinha a inegável falta de caráter de obrigar um garoto de dezenove anos à se casar também. Alec nem mesmo perdeu tempo discutindo com o pai sobre isso porque ele sabia o que ele iria dizer.
-Cansei de avisar para não ser impulsivo Alexander, agora precisa lidar com a situação de maneira prática. Case com o homem e acabe com isso. - Diria o pai e ele só iria discutir e agir por impulso e acabar tornando tudo mais difícil. As vezes o melhor era só aceitar a correnteza e seguir por ela.
Alec entrou no banheiro e viu que tinham preparado para seu banho também, tinha instruções do que ele deveria usar e na ordem e Alec despejou tudo na pia e usou os pequenos que eram cortesia do hotel, ele tinha seu perfume e não iria deixar um cara que nem conhecia controlar até o cheiro que ele teria. Era demais já.
Ele tomou um longo banho e saiu enrolado no roupão e pediu tudo que tinha de mais caro no cardápio de sua suíte e ficou impressionado quando chegou dez minutos depois de sua ligação. Na comida veio uma garrafa de champagne e morangos, que ele não pediu, e um bilhete explicando como deveria tomar e que o morango deixaria o champagne mais saboroso. Alec despejou o champagne na pia mas guardou os morangos e ligou na recepção pedindo chocolate derretido e quando entregaram ele quase perguntou se não viria com outra instrução mas o chocolate estava livre. Tinha uma cláusula no seu contrato de casamento que ele deveria manter sua ingestão de calorias controladas para não engordar demais. Alec só riscou aquela cláusula com força até o papel rasgar depois que assinou, não iria ser submisso a um doido que acreditava em casamentos arranjados em pleno século XXI.
Perto das oito Alec começou a se arrumar, ele penteou os cabelos e contemplou os próprio rosto patético. Um dos advogados do noivo tinham perguntado se ele era virgem e Alec respondeu a verdade, porque ele era e o homem o instruiu a não mentir porque na noite desta núpcias o marido iria perceber. Como se desse para perceber ou como se ele fosse dormir com um cara que não conhecia.
Alec saiu do quarto e desceu para o bar do hotel com alguns minutos da folga para ter tempo de beber um pouco antes de conhecer o idiota que seria seu noivo. Ele não colocou o anel porque o homem sabia quem ele era, o único que não tinha ideia de quem iria conhecer era Alec.
Ele sentou no bar e pediu um drink com guarda chuva colorido e ficou ali esperando. O bar estava cheio e ninguém se aproximou dele, aparentemente tinha um letreiro néon sob sua cabeça: Propriedade de um psicopata rico e muito perigoso.
Alec se virou e olhou ao redor e pode ver que algumas pessoas desviaram o olhar bem rápido. As notícias voavam no fim das contas.
—Posso me sentar aqui? — Perguntou alguém com uma voz profunda e travessa. Alec se virou e encarou o homem audacioso o suficiente para falar com ele. Aquele homem era perfeito, os olhos puxados e o cabelo em um topete colorido, a camiseta social roxa aberta e dedos cheios de anéis mas um em especial chamou sua atenção e ele prendeu a respiração.
—C-claro.— Gaguejou Alec, um pouco atordoado.
—Por que uma beleza como você está todo arrumado e bebendo sozinho?— Perguntou o homem e brincou com o anel de prata envelhecida na mão.
—Estava esperando minha companhia mas pelo que vejo ela já chegou.— Disse Alec. Ele estendeu a mão.— Sou Alec Lightwood.
—Magnus Bane.— Disse o homem e acariciou sua mão levemente e Alec sentiu que estava corando. As iniciais ‘’MB’’, só poderia ser de Magnus Bane,o anel igual, eram coincidências demais em um conjunto só, aquele homem lindo era seu noivo doido e controlador.
Alec chamou o garçom e viu ele lançando um olhar chocado em sua direção. Alec deu de ombros, já estava noivo daquele cara não tinha motivo para ser antipático. Todas as características batiam e pelo olhos puxados Magnus com certeza era estrangeiro.
—Você sempre faz isso?— Perguntou Alec entregando para Magnus outro drink e viu o homem sorrir antes de beber.
—Abordar homens bonitos sentados sozinhos em um bar?— Magnus devolveu a pergunta e Alec negou.
—Você sabe porque veio até mim, eu não sou um homem bonito aleatório que você abordou no bar, está de olho em mim a um tempo.— Disse Alec, entrando na onda do jogo de sedução porque era interessante e o Bane era bonito, a camiseta aberta revelando um pouco demais parecia um convite que Alec não teria sanidade suficiente para resistir.
—De fato estou meu bem, estou de olho em você a um tempo considerável. Pensei em ser sutil para não te assustar mas uma hora dessas é claro que nosso interesse é mútuo.— Explicou Magnus e bebeu o drink todo com um grande gole. Alec ficou pensando no que mais ele conseguiria colocar na boca sem esforço e sentiu um calor estranho no corpo, coisa estranha era a atração física.
—Não disse que estava interessado, eu não te conheço e você está me observando a um tempo, isso soa um pouco bizarro, não? —Perguntou Alec e sentiu o rosto esquentar com o olhar profundo que Magnus lançou a ele.
—Te observar não significa que te conheço, significa que gosto de saber onde vou me enfiar e pelo jeito arisco que olhou ao redor eu diria que é um pouco impulsivo.—Respondeu Magnus e passou a mão por seu braço levemente.
Alec pediu uma rodada de uísque e seguiu Magnus, virando o copo de uma vez, aparentemente o milionário ali queria se conhecer melhor bebendo a noite toda, como o casamento estava marcado para alguns dias Alec não tinha nada a perder. Sua liberdade já fora negociada e poderia fantasiar que naquele momento ainda era um homem livre flertando com um cara bonito.
—Impulsivo? Diria que sim, mas se eu não fosse não estaríamos aqui não é?— Perguntou Alec, fazendo uma referência sutil ao modo que se conheceram, na verdade como Magnus o conheceu e decidiu que ele seria seu marido, sem levar sua opnião em conta obviamente.— Por que parece tão contido Magnus?
—Porque estou tentando decidir o que em você me intriga mais,se é essa língua afiada ou esse rubor adorável depois de um comentário perspicaz.— Magnus piscou e Alec revirou os olhos consciente de que estava corado.— Viu só, revira os olhos para mim e faz isso com um rubor adorável.
—Você não parece um idiota, eu sinceramente achei que você fosse um idiota de primeira!— Disse Alec e Magnus franziu o cenho. Alec chamou o barman outra vez e pediu mais uma rodada e disse para ele que poderia manter os copos cheios mas o homem não pareceu entender então Alec pediu para ele deixar a garrafa.
—Está planejando beber tudo isso hoje?— Perguntou Magnus e Alec assentiu.— Sabe que vai ficar bêbado e eu não sou bom cuidando de homens bonitos.
-Consegue sim e nós vamos beber essa garrafa toda.— Anunciou Alec e encheu os copos, ele virou o seu e viu Magnus Bane rindo e depois fazendo o mesmo e pela primeira vez Alec achou que as coisas pudessem funcionar.
Quando tudo estava rodando Alec se aproximou um pouco de Magnus e viu o homem fazer o mesmo.
—Achei que fosse cuidar bem de mim.—Comentou Alec tentando soar sedutor e sentiu as mãos de Magnus repousarem sua nuca.
—Meu quarto não é longe.— Disse Magnus e Alec mordeu o lábio.
—Eu assinei um contrato dizendo que tenho que ser virgem no dia do meu casamento, se quiser me levar para cama vai ter que se casar comigo primeiro.— Comentou ele, tendo certeza de que estava alterado mas sem se importar com isso. Magnus era seu noivo de um casamento arranjado e ele estava com um calor infernal que ficava ainda mais intenso quando esse homem sorria e piscava. Alec tinha que casar virgem mas se o seu noivo estava querendo, ele não seria o estraga prazeres.
—Achei que quando eu casasse seria para transar menos e não para levar um cara bonito pro meu quarto.— Disse Magnus e estendeu a mão, Alec abandonou o bar e seguiu o estranho para fora.

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Liar - Malec
RomanceCasamento arranjado no século XXI soa clichê mas se alguém tivesse que passar por isso definitivamente seria Alexander Lightwood. Depois de dirigir por dias até o encontro do seu noivo, Alec encontra na sua suíte um bilhete: "me encontre no bar do h...