Noite Das Arábias

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Depois de toda a confusão Magnus continuou na sala pensando no que faria a seguir. Ele não queria deixar Alec ir sozinho falar com Rafiq e obrigar Mahir a ir com ele não ia adiantar de nada, ele simplesmente deixaria Rafiq fazer o que quisesse pelo período que eles negociaram e definitivamente não era sua intenção.

Ele subiu as escadas devagar porque não queria atrair a atenção de Alexander ou Mahir, e parou quando notou a porta do quarto deles entreaberta. Ele observou a fresta que iluminava uma parte da cama e viu Mahir na cama com Alec deitado nos braços dele. O homem estava acariciando os cabelos negros enquanto o garoto permanecia imóvel, como um passarinho no ombro do dono, quem olhasse de fora acharia lindo mas quem vivesse junto saberia que ele estava lá porque suas asas foram cortadas o impedindo de voar para a liberdade.

—Eu não me sinto bem. —Disse Alec e Magnus se encostou na parede ao lado da porta, queria ouvir a conversa e não pelo microfone que colocou no quarto, queria ouvir porque estava ali mesmo que Alec não soubesse.

—O remédio já vai fazer efeito. —Respondeu Mahir. —E se não melhorar amanhã cedo nós vamos ao médico.

—Sua faca idiota me machucou muito. —Comentou Alec e Magnus ouviu um suspiro e não sabia de quem vinha. —Eu acho que está inflamando.

—Não está Alexander, a gente já conversou com aquela médica loira. —Disse Mahir. —Como era o nome dela? Carolina?

—Catarina. —Corrigiu Alec. Magnus fez uma anotação mental de xingar a amiga por não contar que Alec tinha ido vê-la sobre a ferida. —Mas ainda dói e sai sangue, já deveria ter melhorado.

—Você quer ir no médico agora? Eu levo você. —Disse Mahir, ele parecia contrariado e até um pouco irritado. —Mas também não ajuda em nada você não parar quieto na cama.

–Eu fiquei em repouso a semana toda e só levantei porque você me obrigou. Pelo anjo, nós vamos ignorar que você enfiou uma faca em mim e me obrigou a sair de casa? —Perguntou Alec, o tom sem nenhum traço dócil.

—Eu já me desculpei. —Respondeu Mahir. —Mas você não deveria ter feito aquilo, nem todos os homens são tão pacientes como eu. Foi um castigo razoável.

Razoável?

Magnus quase riu da estupidez que estava ouvindo mas se controlou porque aparentemente ninguém ali gostava muito dele no momento.

—Bom, agora eu vou descobrir o que homens ruins podem fazer quando insultamos o ego frágil deles. —Observou Alec, a contragosto. 

—Rafiq disse que só quer conversar. —Comentou Mahir e até as paredes pareciam dizer "sério?". 

—Ele não vai tocar em mim, se ele tentar eu vou quebrar outra parte do corpo dele. —Anunciou Alec simplesmente. 

—Você vai morrer se fizer isso e eu te proíbo de bater nele outra vez. É uma noite, só uma noite, pela manhã meus homens vão buscar você e trazer para casa, não existe necessidade de fazer um escândalo por isso. —Disse Mahir, a voz dele parecia séria mas Magnus achou toda situação muito cômica. Porque passar uma noite com uma pessoa que não queria era muito razoável mesmo, claro que era. Às vezes ele não acreditava nos absurdos que tinha que ouvir. 

—Mahir, eu posso ver a família antes de ir? —Pediu Alec e Magnus inclinou a cabeça para olhar dentro do quarto e Alec estava um pouco encolhido, parecendo muito abatido. 

—A gente já falou sobre isso, você não é mais um Lightwood e deve esquecê-los. —Disse Mahir. 

—Se você deixar, eu prometo que não vou arrumar confusão com o Rafiq, vou ser cortês, simpático e ele vai... 

Liar - Malec Onde histórias criam vida. Descubra agora