Eu Vou Ficar Brocha

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Magnus se arrastou da cama para mais um dia exaustivo naquela casa que parecia consumir sua energia vital. A cada dia ele ficava mais irritado e desde a noite passada que teve aquele sonho no mínimo bizarro, seu humor não era dos melhores mas teria que começar a investigação para descobrir quem estava ameaçando Alexander e precisaria fazer isso logo, descobrindo o culpado ele poderia ir embora e nunca mais voltar. O garoto tinha razão, ficar ali fazia mal a ele e tinha que ir embora.

Mahir estava na mesa mexendo no celular e ele notou que aquilo provavelmente era um hábito, Alec chegou um pouco depois e ele observou a família perfeita.

—Mahir, eu não acredito que você está comendo Nutella!— Disse Alec, o homem engoliu tudo bem rápido. Alec pegou o pote e colocou longe dele.— Nós estamos de dieta.

Ele quase riu porque na madrugada anterior Alexander estava devorando uma porção de chocolates e tinha uma bolsa cheia e aquilo era o oposto de dieta.

—Você disse que nós poderíamos sair da rotina um dia.— Respondeu Mahir, olhando para o pote na outra extremidade da mesa. Magnus se solidarizou por ele, tinha um banquete e não poderia comer, nenhum deles na verdade. Mas como dizia o ditado: ‘’cada um com seus problemas’’.

—Sim e eu falei que iria avisar quando a gente pudesse fazer isso. Você não prestou atenção?— Perguntou Alec parado com a mão na cintura. Ele parecia aquelas esposas chatas de filmes, Mahir nunca conheceria o verdadeiro Alexander, aquele homem de ombros brilhantes e desafiador. Magnus pegou a Nutella e lançou a Mahir um sorriso compreensivo, aquilo era outra coisa que ele poderia comer e o homem não, que pena.

—Não, você tirou a camiseta ai parei de escutar. Bendito tanquinho silenciador.— Respondeu ele e Alec resmungou.

—É por isso que eu tenho um corpo definido porque eu me alimento direito e faço exercícios e não me entupo de doces com um monte de refrigerante.— Disse Alec e Magnus encheu a boca de pão para não rir, se ele risse iria fingir estar engasgado. Alec não ficava nem vermelho. Mas se fosse considerar que ele tinha enfiado um maserati em uma árvore e mentido de cara limpa, fingir que não comia doces era o mínimo da dissimulação.

Alec desapareceu para a cozinha e voltou com uma garrafa com um líquido verde que fez Magnus ter ânsia só de olhar. O garoto encheu um copo e entregou para o marido.

—Alexander, eu não quero tomar esse negócio horrível.— Disse Mahir e olhou desconfiado pelo copo, em breve o cabelo platinado não esconderia que ele estava ficando grisalho.— Todo dia você vem com esse negócio, antes de cada refeição, é muito ruim.

—Se você não ficasse furando a nossa dieta, poderia parar de tomar e é por isso que eu não preciso mais.— Informou Alec e bateu o pé impaciente. Mahir obrigava ele a ser uma marido domesticado, Alec drenava toda a alegria dele em poder comer besteira. Não parecia uma troca justa mas quem era ele para falar algo, não era da sua conta.— Eu só estou te acompanhando porque sou legal, deveria deixar você sozinho nessa.

Magnus olhou para os dois e viu o homem pegando o copo e virando o líquido de uma vez e fazendo uma careta quando acabou.

—Feliz?— Perguntou Mahir. Ele encarou Magnus e ele não conteve o sorriso a tempo, o homem levantou e sentou do seu lado, ele encheu um copo e estendeu para Magnus.— Me acompanha Magnus, um brinde matinal ao veneno saudável que meu marido me obriga a tomar todos os dias durante três anos.

Magnus sentiu o cheiro forte de algo que ele não tinha ideia do que era e encarou Mahir e viu Alec ao fundo negando discretamente com a cabeça e fazendo um sinal de pescoço cortado.

—Não obrigado, eu tenho alergia a...Coisas verdes e saudáveis. Na verdade a última coisa verde que coloquei na boca foi um coquetel de Kiwi.— Ele empurrou o copo mas Magnus tinha realmente rido e Mahir não iria desistir de enfiar aquilo sua goela abaixo.

Liar - Malec Onde histórias criam vida. Descubra agora